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10 coisas incríveis que quase ninguém sabe sobre os gêmeos

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O número de gêmeos está crescendo. Pode ser porque mais mulheres com mais de 30 anos estão tendo filhos e mais mulheres estão recorrendo a medicamentos de fertilidade e tecnologias de reprodução assistida, ambos os quais elevam as chances de gestação múltipla. Até uma em cada três mulheres que passam por tratamentos de fertilidade podem engravidar de gêmeos.

Um estudo recente constatou que outros tratamentos de fertilidade, como inseminação ou medicamentos indutores da ovulação, já passaram à frente da fertilização in vitro como principais fontes de gravidez múltipla resultante de tratamentos de fertilidade.

Com tantos gêmeos entre nós, já é hora de destacarmos alguns dos fatos mais interessantes sobre eles.

1. Gêmeos idênticos não têm impressões digitais idênticas.

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Talvez você pense que, pelo fato de os gêmeos idênticos supostamente compartilharem DNA quase igual, também devem ter impressões digitais idênticas. Mas não é verdade. As impressões digitais não são geradas apenas com base no DNA. Quando gêmeos idênticos são concebidos, eles começam a vida com as mesmas impressões digitais. Mas durante as semanas seis a 13 da gestação, quando eles começam a se mexer, cada um deles encosta no saco amniótico. Com isso, formam-se estrias e linhas nas mãos que podem resultar em impressões digitais diferentes em cada gêmeo.

2. Os gêmeos idênticos espelhados possuem traços assimétricos inversos.

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Cerca de 25% dos gêmeos idênticos (univitelinos) crescem diretamente cara a cara no útero, razão pela qual se convertem em reflexos exatos um do outro. Um pode ser destro e o outro, canhoto, eles podem ter sinais de nascimento iguais, mas cada em um lado do corpo, ou podem ter os mesmos redemoinhos de cabelo, mas voltados em direções opostas. Esses gêmeos ocorrem quando o óvulo fertilizado se divide em dois mais de uma semana após a concepção.

3. A constituição genética dos gêmeos idênticos pode não ser igual.

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Embora os gêmeos idênticos sejam formados a partir de um só óvulo fertilizado que contém um só conjunto de instruções genéticas, também conhecido como genoma, ainda assim é possível que haja diferenças consideráveis na constituição genética deles. O geneticista Carl Bruder, da Universidade do Alabama em Birmingham, estudou de perto os genomas de 19 duplas de gêmeos idênticos adultos e constatou que em algumas duplas o DNA de um dos gêmeos diferia do outro no número de cópias de cada gene que possuía. Normalmente, cada pessoa carrega duas cópias de cada gene, uma herdada da mãe e uma do pai, mas Bruder explica que existem “regiões do genoma que se desviam dessa regra das duas cópias, e essas regiões podem carregar entre zero e 14 cópias de um gene”.

4. As mães de gêmeos podem ter vida mais longa que a média.

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Um estudo publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B tratou da população de mulheres no Utah na década de 1800 e descobriu que as mulheres que tinham gêmeos eram fortes e saudáveis para começar, de modo que tinham a probabilidade de ter vida longa. Stephanie Pappas, que escreve no LiveScience, explica: “Os gêmeos podem ser uma adaptação evolutiva com a qual as mães saudáveis aproveitam a chance de transmitir seus genes em dobro de uma só vez”. Porém, como os dados incluem apenas mulheres que conceberam gêmeos naturalmente — não existia fertilização in vitro em 1800, obviamente –, as conclusões não são definitivas.

5. Mulheres altas têm probabilidade maior de ter gêmeos.

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Gary Steinman, MD, PhD, médico do Long Island Jewish (LIJ) Medical Center, descobriu que mulheres altas possuem mais fator de crescimento semelhante à insulina (IGF), uma proteína liberada pelo fígado em resposta a um hormônio do crescimento que estimula o crescimento dos ossos mais longos. A presença de níveis mais altos de IGF resulta em sensibilização maior dos ovários, o que eleva a chance de ovulação. De acordo com Steinman, quanto mais IGF a mulher possui, maior é sua chance de engravidar de gêmeos, porque o IGF “rege o índice de gestações espontâneas de gêmeos”.

6. Mulheres que consomem muitos laticínios também têm mais chances de conceber gêmeos.

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Outro estudo feito por Steinman e publicado no Journal of Reproductive Medicine constatou que mulheres que consomem mais laticínios podem aumentar suas chances de conceber gêmeos. Steinman testou essa hipótese, comparando os índices de gêmeos de mães veganas e não veganas. As mães que comiam laticínios tinham cinco vezes mais chances de ter gêmeos. Isso acontece porque as vacas, como os humanos, produzem IGF em resposta ao crescimento do hormônio e o liberam em seu sangue. Do sangue, ele passa para o leite das vacas, que é consumido pelas mulheres.

7. Irmãos gêmeos podem ter pais diferentes.

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Em 2009, Mia Washington deu à luz gêmeos que tinham pais diferentes. Consta que seria algo que acontece uma vez em 1 milhão. A Dra. Hilda Hutcherson, professora clínica de ginecologia e obstetrícia na Universidade Columbia, explicou ao “Today” como isso aconteceu: normalmente, a mulher libera um óvulo por mês. No caso de Mia Washington, houve dois. Ao mesmo tempo, ela teve relações sexuais com dois homens diferentes no prazo de cinco dias. Como o espermatozóide pode permanecer vivo no trato reprodutivo por cinco dias, cada óvulo foi fertilizado por um espermatozóide de um pai diferente. E assim aconteceu: dois bebês, dois pais.

8. Os gêmeos interagem ainda no útero.

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Em 2011, o pesquisador Umberto Castiello, da Universidade de Pádua, na Itália, estudou vídeos tridimensionais de gêmeos ainda no útero materno. Com 14 semanas de gestação, os gêmeos foram vistos estendendo os braços um para o outro. Com 18 semanas, eles tocavam um ao outro com mais frequência do que tocavam seus próprios corpos. As análises cinemáticas das gravações teriam revelado que os gêmeos faziam gestos nítidos em direção um ao outro e tocavam a região sensível dos olhos um do outro com tanta suavidade quanto tocavam a mesma região neles mesmos.

9. Alguns gêmeos siameses sentem os mesmos sabores e sensações que seu irmão gêmeo.

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Susan Dominus escreveu um artigo para o New York Times sobre duas gêmeas xipófagas, Krista e Tatiana Hogan, ligadas pela cabeça por meio de uma “ponte talâmica” — relativo ao tálamo, a parte do cérebro que atua como uma espécie de “quadro de distribuição neural” e filtra a maior parte das informações sensoriais que entram. Cientistas teorizam que essa conexão pode levar uma das irmãs Hogan a ser capaz de ter as mesmas sensações e sentir os mesmos sabores que a outra está sentindo, além de entender os pensamentos de sua irmã gêmea. Dominus, que passou bastante tempo com as irmãs para escrever seu artigo, registrou observações espantosas:

“Os pais notavam que quando uma irmã não estava olhando para a televisão, estava rindo das imagens que desfilavam diante dos olhos de sua irmã. Os cientistas acreditam que essa troca sensória se estende às papilas gustativas das meninas. Krista gosta de ketchup e Tatiana não; a família descobriu esse fato quando Tatiana tentou tirar o ketchup que estaria sobre sua língua, mas ela não estava comendo o condimento.”

10. Quarenta por cento dos gêmeos inventam suas próprias línguas.

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Essas línguas são chamadas línguas autônomas. Pesquisadores crêem que os bebês gêmeos usam um ao outro como modelos no desenvolvimento da linguagem, quando uma linguagem modelo adulta frequentemente está ausente. A “língua” consiste em palavras invertidas e expressões onomatopeicas. As línguas autônomas são formadas quando dois bebês muito intimamente ligados aprendem a falar uma língua real ao lado de outra e, naturalmente, brincam e se comunicam entre eles com frequência. Esse fenômeno é mais comum entre gêmeos, porque é mais provável que eles convivam estreitamente e se desenvolvam no mesmo ritmo, mas também pode ocorrer esporadicamente entre bebês não gêmeos. As “línguas” inventadas geralmente desaparecem logo após a infância, quando as crianças já terão aprendido uma língua real.

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