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10 fatos surpreendentes sobre os mongóis

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A Mongólia ainda existe, no entanto os mongóis que vivem por lá hoje em dia conhecem a história dos seus antepassados apenas pelos livros de história. Afinal das contas, seus ascendentes ​​vagaram a terra a cavalo, conquistando outros povos impiedosamente.

Pelo menos é  essa a principal imagem associada a eles. Os antigos povos mongóis foram definitivamente guerreiros temíveis, mas eles também eram um povo surpreendentemente avançado e culto.

1.  Mulheres Mongóis

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Os historiadores tendem a retratar os homens mongóis como conquistadores temíveis e poderosos, mas as mulheres mongóis são geralmente ignoradas. Isso é muito injusto, porque na civilização mongol, eram as mulheres quem realmente mandavam e desmandavam.

Enquanto os homens estavam ocupados na guerra, as mulheres mantinham a economia ativa  e ocupavam alguns dos mais altos cargos da religião xamânica. Isso colocava as senhoras mongóis em uma posição de poder que suas contemporâneas europeias podiam apenas sonhar.

As mulheres mongóis não se contentaram somente em participar na condução dos negócios e da religião; elas, em várias ocasiões, governaram o Império, ou pelos menos, partes dele. Após a morte de Genghis Khan, suas filhas e noras se envolveram em uma série de lutas pelo poder. O resultado? Várias mulheres assumiram a liderança das suas próprias facções dentro do Império Mongol.

Uma das mais poderosas governantes mongóis foi Mandhuhai, uma guerreira formidável, com uma mente tática afiada. Ela lutou para unir os reinos mongóis como Genghis Khan fizera antes, conquistando todos os adversários no campo de batalha.

Quando Mandhuhai estava na casa dos trinta anos,  lhe ocorreu que ela deveria  manter o nome da sua família vivo, mas ela ainda tinha muitas guerras para lutar. Mandhuhai resolveu este dilema ao se casar com um príncipe de 17 anos de idade, com quem teve oito filhos. Todos participaram ativamente nas contendas da mãe.

2. O Sistema Postal

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Os mongóis eram nômades por natureza, sendo assim,  a comunicação eficiente entre seus líderes e oficiais era ao mesmo tempo vital e extremamente difícil. Eles resolveram esse problema inventando um incrível e eficiente sistema postal chamado Yam.

Muitos visitantes estrangeiros, entre eles o próprio Marco Polo, ficaram admirados diante do tamanho e da confiabilidade do Yam. Tratava-se de uma vasta cadeia de estações de correios, com mensageiros dedicados entregando cartas, relatórios de inteligência, ordens superiores e as notícias mais importantes de estação em estação.

Estas estações ficavam cerca de 24 a 64 quilômetros de distância uma da outra, sendo sempre bem abastecidas com comida, cavalos e outras provisões. Em certo ponto da história, havia pelo menos 1,4 mil postos do Yam somente na China, tendo os mensageiros  50.000 cavalos descansados à disposição.

3.  Estratégias

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Os mongóis ficaram conhecidos como estrategistas de batalha eficazes e terríveis, que aperfeiçoaram suas habilidades ao longo de milhares de batalhas. Mesmo famosos comandantes históricos, como Alexandre, o Grande e Aníbal, parecem muito menos impressionantes quando suas conquistas são comparadas as do menor dos generais mongóis.

Os mongóis se apoiavam fortemente em táticas de choque. Acampamentos falsos, ataques surpresa, guerra psicológica e até mesmo a tomada de reféns e o uso de escudos humanos eram  clássicas estratégias mongóis.

Eles gostavam de começar as batalhas atacando o inimigo com uma saraivada de flechas perfurantes, seguida por uma carga brutal de cavalaria. Muitas vezes, o inimigo era atraído para arqueiros escondidos por uma força mongol mais fraca, que aparentemente parecia fugir.

Ao atacar alvos grandes,  como as grandes cidades, que eles podiam facilmente cercar duas de cada vez, os mongóis costumavam avançar em frentes extremamente largas, usando o sistema Yam para se comunicar. Eles também eram especialistas em tecnologia de cerco e foram de uma selvagem brutalidade para com os que não se submetiam ao seus domínios.

4. A Rota da Seda

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Uma dos pontos mais cruéis do reinado de Genghis Khan foi a conquista brutal da Rota da Seda, a principal ligação comercial entre a Ásia e a Europa e talvez a maior fonte de renda do Império Mongol.

Percebendo que até mesmo o seu enorme exército não poderia conquistar e manter totalmente e os 6.437 quilômetros da rota, Genghis Khan adotou uma estratégia secundária. Ele começou a destruir um por um os assentamentos árabes e turcos ao longo da rota, até que todas as cidades e oásis ficaram em ruínas ou de joelhos diante dele.

Isso levou muito tempo, Genghis Khan não viveu para ver o seu plano completamente executado, contudo,  o projeto foi levado a cabo posteriormente por seus generais. A Rota da Seda ficou inteiramente sob o controle mongol durante a maior parte dos séculos XIV e XV.

Surpreendentemente, considerando-se como ele foi alcançado, o domínio mongol não representou uma sentença de morte para a rota. Os comerciantes foram bem tratados e os mongóis conseguiram não só incentivar, mas, na verdade, eles também revigoraram  o comércio das caravanas entre o Mediterrâneo e a China.

No entanto, passar pelos domínios mongóis não era barato: a maior parte da receita dos comerciantes ia direto para os bolsos dos mongóis, sob a forma de vários pedágios e impostos.

5. Pax Mongólica

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Às vezes, quando um povo vai para a guerra com força superior, o resultado final é a paz. A Pax Mongolica foi um período de paz e prosperidade que se seguiu à conquista mongol nos séculos XIII e XIV. Nesse período, os mongóis estavam no auge de seus poderes.

Seu império se estendia por quase 15 milhões de quilômetros quadrados e continha mais de 100 milhões de pessoas. Para referência, o Brasil tem 8.515.767 quilômetros quadrados  de território.

Estando este vasto território sob um governo comum, com um sistema de comunicação eficiente e um comércio internacional em expansão, o império prosperou e todos “ficaram felizes”. Os temíveis mongóis, por mais contraditório que pareça, realmente conseguiram criar um dos períodos mais pacíficos da história.

 6. A Horda de Ouro

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Um dos mais poderosos impérios mongóis foi a Horda de Ouro, um grande reino estabelecido pelo neto de Genghis Khan, Batu Khan, em 1251.

O nome talvez sugira a imagem de  um bando de guerreiros selvagens em tendas, mas na verdade, tratava-se de um império  grandioso e infra-estruturado com cidades de pedra surpreendentemente modernas, em particular a capital, Sarai-Batu .

A Horda de Ouro, também conhecida por Canato da Horda Dourada, teve uma influência enorme sobre as culturas que governou. Dominando uma área que cobria partes da Rússia moderna, da Ucrânia, do Cazaquistão, da Moldávia e do Cáucaso, esse reino mongol estava em contato com muçulmanos e russos.

A Horda aterrorizou os russos, que de certo modo, foram  isolados em uma era de trevas,  graças a seus vizinhos conquistadores. Os muçulmanos tiveram mais sorte: alguns líderes mongóis, tradicionalmente xamanistas, abraçaram e eventualmente adotaram o islamismo.

7.  Armas

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Nômades de coração, os mongóis lutavam a cavalo sempre que podiam. Eles reconheciam o poder impressionante do cavalo, sendo o animal considerado uma arma em si. Naturalmente, muitas armas mongóis foram projetadas para a cavalgada.

As espadas eram sabres curvos, fáceis de manusear, tanto a cavalo como a pé. Lanças, maças e punhais também foram usados. Alguns mongóis usaram a pólvora em bombas e granadas explosivas.

A arma mais comum de longa distância era o arco composto, uma arma pequena, mas resistente, que tinha o dobro do alcance do arco inglês. Os mongóis usavam vários tipos de flechas, dependendo da situação: algumas eram ideais para a perfuração, enquanto que outras tinham a ponta  de ferro e podiam percorrer longas distâncias.

Eles ainda tinham flechas especiais. A mais famosa era a seta apito,  uma flecha oca que fazia um som de assobio alto, quando atirada. Muito útil para assustar o inimigo, porém, ainda mais proveitosa  para a sinalização: as hordas mongóis eram enormes, os gritos de comandos eram difíceis de se ouvir, os comandantes disparavam essas flechas como sinais para as tropas.

Flechas incendiárias também foram utilizadas, assim como flechas projetadas para causar feridas terríveis, deixando o inimigo em condições de extremo sofrimento no campo de batalha.

A armadura não foi usada até os últimos estágios da era mongol. Em vez da malha de aço, a maioria dos exércitos mongóis preferia a armadura de couro, feita por imersão do couro do cavalo na urina. Eles também blindavam os cavalos.

8.Tolerância

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Os mongóis descobriram bem cedo que para criar um império gigante, eles teriam que aceitar os hábitos dos povos conquistados. Eles deixavam seus súditos manterem a própria religião e também importantes hábitos culturais.

Os senhores mongóis chegavam a incentivar a religião e a cultura dos súditos, em ações como a redução de impostos para os sacerdotes.  A  atitude muito aberta e relaxada dos mongóis em relação à religião, não lhes custou praticamente nada, mas lhes forneceu uma ferramenta valiosa para manter a submissão das nações conquistada

9. Tatars

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Os mongóis foram ocasionalmente referidos como tatars ou tartars, pelos povos que aterrorizaram. Essas palavras derivam de Tata, o nome que os mongóis se davam. No entanto, quando as pessoas perceberam que a palavra soava muito parecida com Tártaro, a variação da mitologia romana do Inferno, eles começaram a chamar os mongóis de tártaros: “pessoas do Tártaro”, ou seja, homens saídos do inferno.

O termo tártaro  ainda está em uso, embora não seja mais  tão ameaçador. Hoje,  “tártaro” refere-se a pessoas etnicamente turcas, que vivem principalmente na Rússia, no Cazaquistão e na Sibéria

10.Subutai

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Subutai, também conhecido como Subedei, foi um dos maiores motivos  que tornaram Genghis Khan capaz de formar o Império Mongol. Ele foi um dos Genghis: “Quatro Cães de Guerra” e o estrategista-chefe mongol.

Subutai é considerado um dos mais brilhantes estrategistas militares da história, e facilmente o general mais hábil em um exército já repleto de líderes insanamente qualificados e destemidos.

Subutai foi pioneiro no uso de armas de cerco e da inteligência militar. Ele sempre descobria quais as táticas que o oponente usava, antes de planejar a sua própria, o que lhe permitiu avançar com os contra-ataques mais eficazes.

Quando Genghis Khan morreu durante a conquista da China e seu filho Ogedei o substituiu, Subutai continuou a servir o novo Khan. Juntos, Ogedai e Subutai voltaram sua atenção para a Europa.

Eles derrotaram alguns exércitos e estavam se preparando para invadir a Europa Central quando Ogedai morreu em 1241. Em um grande golpe de sorte para a Europa, o seu sucessor, Guyuk Khan, removeu Subutai da frente europeia por razões políticas e o mandou para a China. Subutai, aos 70 anos de idade na época,  foi obrigado a  lutar na China por um ano, antes de voltar para casa para morrer de velhice.

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