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5 coisas que a Marvel pode aprender com o filme da Mulher Maravilha

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Não faz muito tempo assim em que o gênero super-herói tinha um público bem restrito e se concentrava – quase que exclusivamente – aos quadrinhos. O cenário começou a mudar em 2008, quando a Marvel Studios levou ao cinema o live action de Homem de Ferro, com Robert Downey Jr. na pele de Tony Stark. Foi a partir de então que o público convencional começou a ter mais contato com o mundo dos super-heróis, até porque, de lá para cá as produções do gênero fizeram apenas aumentar.

Foi nessa época que a Marvel Studios começou seu universo unificado nos cinemas. Com tantas produções realizadas, ela moldou seus filmes de um jeito bastante particular, um toque que permitiu as pessoas facilmente identificarem os longas desenvolvidos pelo estúdio. Acontece que, depois de quase uma década produzindo obras do gênero, ela não mudou sua estratégia. Embora seus filmes continuem fazendo grande sucesso, seu padrão é mesmo desde o início.

Por outro lado, a Warner/DC demorou um bom tempo para começar seu universo estendido nos cinemas, começando apenas em 2013 com Homem de Aço. Um filme que, para a crítica especializada, foi mediano. Os problemas ainda estavam por vim. Com Batman Vs Superman: A Origem da Justiça e Esquadrão Suicida, a DC Films foi massacrada no meio dos críticos profissionais e muitas pessoas começaram a duvidar de seu futuro nos cinemas, até duas semanas atrás. A estreia de Mulher Maravilha deu um novo fôlego e uma nova cara ao estúdio. O filme, em diversas maneiras, trouxe os mesmos elementos que tantos outros antes dele já usaram, no entanto, ele soube trabalha-los de forma que há tempos, não se viu mais nas telas.

Com uma perfeita mistura equilibrada de comédia e ação, Mulher Maravilha traz inspiração, esperança e representação, assim como conseguiu abrir caminho na qualidade de produções de super-heróis. Dito isso, selecionamos alguns pontos em toda a produção do filme da heroína, nos quais a Marvel Studios pode se inspirar e tentar aplicar em suas próprias obras.

1 – Visão de cineasta

A Marvel tem seguido aquela ideia de que “não se mexe em time que está ganhando”, ou seja, se um determinado estilo de produção deu certo com um filme, ela simplesmente decidiu aplicar em todos os outros. Seus filmes ficaram com a impressão de que o estúdio aperta uma tecla de “copiar e colar” e pronto! Ao assistir Mulher Maravilha, podemos perceber a particularidade de Patty Jenkins no comendo da direção. Vemos seu foco nos personagens e seu amor pela personagem, isso porque foi concedido a ela o controle criativo em inúmeras partes do filme, uma decisão totalmente acertada. Seria muito bom se a Marvel deixasse de lado seu guia de “como fazer um filme da casa” e começasse a permitir que seus diretores explorassem mais suas habilidades.

2 – O eterno problema com os vilões

Não importa quão fã você seja dos filmes da Marvel, se você não for capaz de reconhecer que ela possui sérios problemas com os vilões, a situação fica ainda mais grave. Tanto que este é um dos pontos mais criticados dentro de seu universo cinematográfico. Fato é que ao longo de quase dez anos, os vilões dos filmes não foram interessantes em comparação aos heróis e, muitas vezes, eles morrem antes mesmo do que deveriam. Ares é um vilão fascinante, surgiu de forma discreta, alimentando ideias para que a humanidade se destruísse por conta própria. Enquanto ele é o último vilão do filme, e o único a oferecer a Diane vida e paz, a Marvel costuma entregar ao espectador vilões sem motivações suficientemente convincentes, nada para torna-los memoráveis. Talvez o que tenha chegado mais perto tenha sido Ultron, no segundo filme de Os Vingadores, mesmo assim, ele foi um vilão cheio de potencial, porém, totalmente desperdiçado.

3 – Cinematografia

O Universo Estendido DC deu um grande salto sobre a Marvel. Sua qualidade cinematográfica é superior e em Mulher Maravilha não foi diferente. Embora a Marvel tenha alguns filmes visualmente impressionantes, a DC faz um excelente trabalho com filmagens menos digital e mais real, algo que – no fim das contas, faz uma diferença absurda. O digital, muitas vezes, pode tirar o aspecto único do filme e mesmo alterar seu estilo.

4 – Heróis que inspiram

Diana Prince vem de um lugar de paz, harmonia e amor, um mundo quase utópico. Ela tem uma profunda compreensão e carinha pelas pessoas, razão pela qual ela está disposta a ir à luta por elas, isso faz dela um ícone inspirador cujos poderes combinam com seu coração. Os heróis do universo cinematográfico da Marvel também são inspiradores, porém, em seus trabalhos mais recentes, ela optou em mostrar seus heróis brigando entre si e desfazendo aquela característica altruísta. Até mesmo os novos heróis, como os Guardiões da Galáxia e o próprio Doutor Estranho, se apresentaram um tanto quanto egoístas. Eles são ótimos no que fazem, entretanto, o amor da Mulher Maravilha é profundamente inspirador, especialmente quando o assunto é super-herói. Mulher Maravilha pode ser, facilmente, um modelo a se seguir.

5 – Profundidade

Aparentemente, Mulher Maravilha é mais um filme sobre a origem do herói, no caso, heroína. Contudo, o filme segue caminhos um pouco diferentes. Em vários momentos, o longa aborda o sexismo da época, os horrores, tensão e inutilidade da guerra, além de questões raciais. Através do personagem do Chefe Apache, o filme consegue destacar a atrocidade que seu povo sofreu por meio dos americanos. Esses momentos são importantes para a narrativa, ampliando – dessa forma – o debate sobre os assuntos. Enquanto isso, a Marvel relutou em tocar no assunto em seus filmes, perdendo a chance de se aprofundar em importantes questões sociais. Uma decisão que, muito provável, tenha a ver com sua dependência em permanecer com seus filmes apenas na linha do entretenimento.

Bônus: Representação feminina

Em mais de uma década, Mulher Maravilha é o primeiro filme do gênero de super-herói a ser estrelada por uma mulher. Diana é a frente e o centro da história. A Marvel destacou diversas personagens femininas ao longo de seus anos de produção, como Gamora, Feiticeira Escarlate e, claro, Viúva Negra. O tanto que os fãs pediram por um filme solo de Natasha Romanoff e nada. Acredito ou não, o máximo que o público conseguiu foi uma resposta grotesca de Kevin Feige declarando que o cinema, pasme, não estava pronto para receber um filme solo de heroína. A DC, por outro lado, ao – finalmente – tomar a decisão de fazer um universo estendido, tratou de conceder a Mulher Maravilha, um filme solo. Afinal, dentro (mesmo fora) a personagem possui uma grande importância. Vamos esperar que Miss Marvel represente essa mudança dentro da Marvel Studios.

Concorda com a lista? Acredita que a Marvel pode aprender algumas coisinhas com Mulher Maravilha ou o melhor a fazer é cada uma ficar na sua? Compartilhe, educadamente, sua opinião com a gente!

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