A vida no campo é agradável e prazerosa, apesar de não proporcionar algumas “regalias” que temos nas cidades. Aqueles que não estão acostumados com a falta dessas, provavelmente não tem muita facilidade de se adaptar à vida no campo. Provavelmente, se fizermos uma pesquisa, não precisa ir muito longe, em casa mesmo, com os amigos e/ou colegas de trabalho, a probabilidade de a maioria dizer que preferem morar na cidade é grande. E a resposta para isso está no fato de termos muito mais comodidades, como por exemplo: banheiros modernos, energia elétrica (consequentemente internet), hospitais, tele-entrega, entre tantas outras coisas que, com certeza estão passando pela sua cabeça agora.
Só que as cidades nem sempre foram assim, como bem sabemos, para que fosse possível chegar a esse “nível” de industrialização, modernidade, e afins, foram necessários muitos séculos de desenvolvimento e aprimoramento. A questão de acreditarmos que a vida na cidade é melhor que a vida no campo se dá devido a um pensamento sócio-cultural cultivado ao longo dos anos, de que as cidades estão diretamente “ligadas à ideia de desenvolvimento, conforto e agitação nos âmbitos político e cultural. Por outro lado, as poucas oportunidades e falta de outros atrativos seriam colocados por muitos, principalmente os jovens, como elementos que alocariam a vida campestre em condição inferior.”
Ainda pensando sobre a cultura sócio-histórica, podemos começar a refletir sobre o início da história do Brasil, partindo do período colonial. Com certeza, sabemos que nesse período os centros urbanos eram muito diferentes do que conhecemos hoje. A questão do saneamento básico naquela época era praticamente inexistente. E foi pensando nisso que a redação do Fatos Desconhecidos selecionou essa lista com 9 provas de que não existia higiene na época do Brasil colonial. Confira com a gente:
1 – Água vai!
Era uma forma de avisar aos transeuntes que a “descarga” estava sendo dada. Isso acontecia porque, naquela época, como não havia vaso sanitário, esgoto ou qualquer coisa do gênero, os excrementos eram literalmente lançados pela janela à fora.
Fazendo com que as ruas ficassem inundadas de fezes e urina, propiciando o desenvolvimento de epidemias como febre amarela, varíola, tuberculose e sarampo. Nas localidades maiores e de “maior importância”, os escravos eram colocados para limpar as ruas, recolhendo e despejando esses excrementos em algum rio ou praia.
Por isso, se algum dia você estiver passando por alguma janela aberta e escutar “água vai”, tome muito cuidado, pode ser que não seja apenas água indo.
2 – Os aposentos íntimos
Os banheiros, como os conhecemos hoje, um cômodo separado do quarto, não existiam. Por isso, tudo era feito no próprio quarto, em penicos. O problema é que grande parte das casas não tinham o hábito de arejar os cômodos mais íntimos. Dando ao ambiente um odor muito forte, que era disfarçado por “substâncias odoríferas queimadas”, que além do fedor, mantinham os insetos e outros animais afastados, pelo menos por um curto período de tempo. Outro detalhe é que os excrementos era retirados dos cômodos apenas uma vez por semana.
3 – As camas
Não eram camas, na verdade, se tratavam de esteiras, redes e quando muito “catres”, nos quais toda a família dormia. Essa cena era muito comum nas famílias de classes populares. Agora, lembrando do item acima, se nas casas de luxo os quartos eram como descrevemos, imaginem só nas casas populares, nas quais as pessoas dormiam no chão amontoadas, entre elas e a sujeira.
4 – Necessidades feitas na rua
Além do fato de jogarem as fezes e urina na rua, as pessoas, incluindo homens e mulheres adultos (de qualquer idade) tinham o costume de fazerem suas necessidades no meio da rua, em público, expondo as partes íntimas sem qualquer pudor. O que veio a se tornar um hábito de mau grado apenas no início da idade moderna, quando as normas culturais e civilizadoras começaram a mudar.
5 – O conceito de privacidade
O conceito de privacidade veio aparecer apenas no século XVIII, isso quer dizer que anteriormente a esse período não havia problema em várias pessoas dormirem juntas, normalmente nuas.
6 – Os pés eram as partes mais limpas
Por incrível que pareça, como higiene não era o forte da época fica até difícil de acreditar. A questão é que os pés, estivessem descalços ou calçados, os pés eram as partes mais lavadas do corpo. Ao contrário do restante do corpo, que passava, até, muitos dias sem ver um “banho de gato” que fosse.
7 – Partes íntimas
Talvez uma das situações mais inaceitáveis para nós, hoje. As partes íntimas, principalmente as femininas, não podiam ser propriamente lavadas. Isso acontecia porque o cheiro da mulher era considerado um ato de erotismo, fazendo parte do ato sexual, como uma pré-eliminar. Por isso era preciso que houvesse um certo equilíbrio entre os cheiros.
8 – Beija-mão
Na casa real, não havia um registro sequer de Dom João VI ter tomado um único banho, de corpo inteiro, com água e sabão. Por isso mesmo, sofria de várias erupções e doenças de pele, fazendo com que se coçasse o tempo todo, na frente de todos. Essa mesma mão que ele usava para se coçar era a que dava para as pessoas beijarem, numa cerimônia diária.
9 – Papel higiênico
É uma invenção maravilhosa, quando pensamos nos séculos passados. Isso porque na época do Brasil colonial as pessoas utilizavam palha de milho e folhas de bananeira.
Pessoal, é isso. Esses são alguns exemplos de que não existia higiene na época do Brasil colonial. Será que você já sabia desses detalhes que, normalmente, não nos são contatos na escola? Você sabe de mais algum que não foi mencionado nessa lista? Sugestões, dúvidas, correções? Não se esqueçam de comentar com a gente!
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