História

Como ficará Cuba sem Fidel?

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O ditador Fidel Castro, ex-presidente de Cuba, faleceu aos 90 anos, em Havana, no último sábado (26). Atualmente, Fidel já havia deixado a presidência e servia como conselheiro de peso para o governo cubano, hoje, comandado por seu irmão, Raúl Castro. Fidel teve um papel importantíssimo na história mundial, governando Cuba por quase meio século. Sendo amado e odiado em todo o mundo.

Ignacio Ramonet Míguez, é um jornalista espanhol, o que mais entrevistou Fidel. Ele o compara ao cavaleiro que nunca desiste: “Movido pela compaixão humanitária e pela solidariedade internacional, sua ambição, mil vezes repetida, é semear saúde e saber. Não é à toa que seu herói favorito na literatura é Don Quixote.”

Fidel dizia viver com 35 dólares, o mesmo que todos os cubanos tinham direito. Sua vida política começou na faculdade de Havana, onde estudou direito. O ditador alcançou o poder no comando da revolução de 59, instituindo o regime ditatorial socialista que até hoje está em vigor.

FILE - In this July 11, 2014 file photo, Cuba's Fidel Castro speaks during a meeting with Russia's President Vladimir Putin, in Havana, Cuba. Social media around the world have been flooded with rumors of Castro's death, but there was no sign Friday, Jan. 9, 2015, that the reports were true, even if the 88-year-old former Cuban leader has not been seen in public for months. (AP Photo/Alex Castro, File)

Depois de décadas de ditadura socialista, como ficará a ilha cubana sem Fidel Castro? De acordo com o professor da Universidade de São Paulo (USP) Alexandre Barbosa, especialista em América Latina:

“A disputa entre mocinhos e bandidos do século XX, que foi conhecida como Guerra Fria, se prolongou no século XXI e muita dessa luta foi por conta dos ideais de Fidel Castro. Ele vai virar uma referência como foi Che Guevara, como foi o Camilo Cienfuegos, como foram os companheiros deles de revolução. Então, as pessoas vão olhar agora para o que está acontecendo e pensar: o que Fidel faria? O que Fidel disse sobre isso?”

Fidel deixou o comando do país em 2008, quando passou a responsabilidade para seu irmão, Raúl Castro. Apesar de ter se aposentado do cargo de presidente da ilha, Fidel continuava firme em seu papel como conselheiro indispensável do governo. Embora Raúl ser um comandante um pouco mais liberal que Fidel, ainda não é tão liberal quanto os cubanos gostariam.

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De acordo com o roteirista de cinema, Marcelo Muller, que já morou em Cuba e viaja para lá pelo menos duas vezes por ano para lecionar cinema, a morte de Fidel representa uma espécie de esperança e respeito para o povo cubano:

“É parecido com aquela de quando um parente muito velhinho falece, que a gente fica triste, tem essa sensação de silêncio, de reflexão, mas a gente sabe que ele fez, tomou suas decisões e é uma morte natural. Então, nesse sentido, não teria o dramatismo que poderia ter se fosse em outro momento.”

Apesar de tudo, o país deverá continuar com o mesmo regime ditatorial por muito tempo. Barbosa ainda afirma que: “Efetivamente, em Cuba, as coisas vão mudar menos por conta de quem está no poder e mais por quem é seu interlocutor. Dependendo de quem seja o interlocutor nos Estados Unidos, as mudanças serão maiores ou menores na ilha”. E esse “novo” interlocutor se trata de Donald Trump.

Muller ainda completa: “Cada vez que eu vou a Cuba, desde 1999, sinto que é uma sociedade que vai evoluindo e que vai tentando melhorar. Pode ser um pouco mais rápido, pode ser um pouco mais lento, depende muito da época e do contexto, mas é isso. Eu quero que na minha próxima viagem a Cuba, eu veja o país um pouquinho melhor, da mesma maneira que foi na última, na anterior e na anterior.”

Então pessoal, e vocês o que acham disso tudo? Encontraram algum erro na matéria? Ficaram com dúvidas? Possuem sugestões? Não se esqueçam de comentar com a gente!

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