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Conheça a verdadeira história por trás do homem que inspirou o Zorro

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Toda lenda cultural precisa começar em algum lugar, mesmo que pegue apenas uma semente de realidade e encha de alterações fantasiosas até que quase não lembre mais a ideia original. Possivelmente, é isso que acabou acontecendo durante o desenvolvimento do Zorro, personagem mascarado famoso por deixar marcas de Z com sua espada.

O escritor Johnston McCulley criou Zorro para o conto “A Maldição de Capistrano”, publicado pela primeira vez em 1919. Especialistas acreditam que ele foi baseado em vários outros personagens, a maioria deles fictícios, e ao menos e uma pessoa real. A verdade é que a história dessa inspiração pode envolver uma vida tão ou mais incomum que a de Zorro.

Vamos conhecer um pouco dessa história!

O homem

Não muito depois da descoberta de ouro na Califórnia, em 1848, um jovem mexicano chamado Joaquin Murrieta foi até a região com sua esposa, Rosa Feliz, e os cunhados Claudio, Reyes e Jesus. Ali eles esperavam ficar ricos com ouro, mas nunca conseguiram.

Durante uma tentativa de roubo de ouro, Claudio foi preso, até que escapou e passou a liderar seus irmãos e seu cunhado numa perigosa gangue que aterrorizava a região. O grupo atacava ranchos e fazendas, mas focava em viajantes solitários e mineiros chineses, pois acreditavam que tinham uma tendência a ser menos violentos do que os mexicanos.

Em setembro de 1851, Claudio foi morto num tiroteio depois de um roubo e Joaquin Murrieta assumiu o controle do grupo. Não muito tempo depois disso, eles acabaram matando Joshua Bean, um importante general. Para não prejudicar todo o grupo, Murrieta decidiu abandonar Reyes, que acabou sendo preso pelo crime e condenado à morte na forca.

O fim

O mais jovem dos irmãos, Jesus, nunca perdoou Murrieta pela morte de Reyes e acabou denunciando o esconderijo do líder quando foi capturado. Murrieta acabou morrendo em 25 de julho de 1853, durante um tiroteio na Califórnia. Com a morte do líder do bando, Jesus abandonou o crime e passou a viver uma normal, até que morreu em 1910.

Murrieta porém, não teve a mesma paz. Mesmo morto, teve a cabeça cortada e colocada dentro de uma jarra cheia de conhaque. A cabeça do homem foi colocada como atração no San Francisco’s Golden Nugget Saloon, onde os clientes poderiam pedir uma bebida e olhar nos olhos do criminoso morto. A atração funcionou até 18 de abril de 1906, quando o saloon foi destruído num trágico terremoto acompanhado de incêndio.

A lenda

Até que a jarra com a cabeça de Murrieta tivesse sido destruída, as histórias envolvendo sua vida e seu nome sofreram todo tipo de alteração possível. As mudanças começaram pouco tempo depois de sua morte, quando um jornalista chamado John Rollin Ridge escreveu “A vida e as venturas de Joaquin Murrieta, o celebrado bandido da Califórnia.”

Ridge, que era acusado de um homicídio cometido no Arkansas, escreveu sobre a vida de Murrieta como se ele fosse um homem de bom coração que só entrou na vida do crime depois de ver seu irmão ser espancado e sua mulher violentada por uma série de bandidos. Ali ele teria começado a sua vingança contra os homens brancos.

O livro vendeu tanto, que cinco anos depois a Califórnia Police Gazette publicou uma nova versão ainda mais exagerada da história. A partir daí, as aventuras de Murrieta ganharam traduções na França, Espanha e Chile. Nessa última, a história dizia que Murrieta era chileno e uma estátua em honra do homem chegou até a ser erguida na região.

Com o tempo, Joaquin Murrieta se tornou um herói folclórico com fama que foi muito além de seus feitos. Ele chegou a ser tema de uma peça escrita por Pablo Neruda, ganhador no Prêmio Nobel, e inspirou a primeira ópera rock da história da União Soviética.

Zorro

Depois de 75 anos da morte de Murietta, Johnston McCulley trabalhava como repórter criminal para a Police Gazette. Depois do fim da Primeira Guerra Mundial, ele passou a atuar na autoria de histórias de ficção e colocou muitos elementos do passado da Califórnia em cada uma delas, incluindo a a vida de Joaquin Murrieta. Além da vida do bandido latino, acredita-se que McCulley tenha se baseado também nas obras O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, e Pimpinela Escarlate, da Baronesa Orczy.

McCulley criou vários personagens ao longo de sua carreira e muitos suspeitam que Zorro deveria ter sido só mais um deles, utilizado para uma história única. Porém, quando o estúdio United Artists, fundado por Charlie Chaplin, decidiu fazer um filme baseado na história, o sucesso do personagem deslanchou.

Foram mais de 60 histórias de Zorro criadas por McCulley com Zorro, que também acabou se tornando inspiração para um clássico personagem da cultura pop: Batman. Na história original do Morcego, os pais de Bruce Wayne são assassinados depois de sair de um cinema que passava A Marca do Zorro.

Gostou da história que inspirou um dos mais importantes personagens de nossa cultura? Parece que o homem por trás do vigilante realmente viveu muitas aventuras que poderiam rivalizar com as de nosso herói da ficção. O que você mais gostou na inspiração do autor? Conte para a gente nos comentários!

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