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É verdade que os “opostos se atraem” (no amor)?

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Com certeza você já ouviu muita gente falando “os opostos se atraem”, e já viu estórias do gênero materializadas diversas vezes em filmes de comédia romântica. De acordo com a terapeuta sexual e professora de psicologia da Open Univeristy (Inglaterra): “Tendemos a escolher quem está por perto, parecido com a gente. Achamos que é coisa do destino, que somos o ‘Sr. e Sra. Perfeição’, quando, na verdade, estamos mais para o ‘Sr. Conveniente’ e a ‘Sra. Ali na Esquina’. Não existe nada de místico”.

Quando falamos sobre antropologia, o resultado é o mesmo, segundo o antropólogo especializado em reprodução sexual e professor da University College of London (UCL), Volker Sommer: “Não existe instinto nem predestinação genética ou biológica quando escolhemos um parceiro. O que existe é uma adaptação necessária de acordo com o ambiente em situação econômica”.

De acordo com a 3ª Lei de Newton, na Física, “Para toda ação (força) sobre um objeto, em resposta à interação com outro objeto, existirá uma reação (força) de mesmo valor e direção, mas com sentido oposto.”, ou seja, os oposto se atraem. O problema é que isso acontece só lá mesmo, na Física. Porque na vida real, as coisas são bem diferentes. Ambos pesquisadores participaram de um debate no Museu de história Natural (Londres), em 2011, para discutir o porquê de alguns relacionamentos serem duradouros e outros não.

“Há quem diga que os relacionamentos amorosos são a nova religião, que nos dão um sentido de identificação, de pertencimento. Mas é um paradoxo: queremos pertencer, mas queremos manter a nossa liberdade num relacionamento. É aí que entra o conflito.” – diz Meg Baker. Para ela, é por essa razão que tanta gente se importa com o que os outros dizem, com o que fazer, ser, parecer, dizer, como agir, diante das mais diversas situações para impressionar alguém, até mesmo dando importância a aquelas “dicas” de revistas teen e apelando para horóscopos.

“Somos encorajados a mostrar uma imagem perfeita e colocamos uma expectativa muito grande em cima do outro também. A frustração vem quando nos damos conta de que estamos lidando com uma pessoa real, com virtudes e vícios.” Baker ainda aponta que um dos principais problemas dos casais modernos é a falta de interação, de diálogo: “Quando começamos a quantificar: ‘eu fiz isso tantas vezes e você não’, é o indício de que não está funcionando, porque não estamos mais pensando no parceiro como uma pessoa livre que tem os seus desejos e sonhos.”

Sommer concorda: “São dois indivíduos com interesses que nem sempre batem. Nós fazemos compromissos e o segredo é tentar ser feliz dentro desse compromisso.” Apesar de vivermos em uma sociedade aparentemente monogâmica, com leis – que estão sendo, aos poucos, quebradas – por conta de questões culturais. “Só que, apesar de defender a monogamia, a sociedade só mantém a aparência, pois ela é secretamente não monogâmica. Basta ver a quantidade de casos extraconjugais e de infidelidade”, afirma Baker.

Ela explica que no início da evolução dos primatas havia liberdade sexual, fêmeas e machos se relacionavam com quem bem entendessem. Com o desenvolvimento do cérebro também começaram a acontecer mudanças de comportamento. “O cérebro representa apenas 3% do peso do nosso corpo, mas consome 20% da energia que produzimos. Isso significa que precisamos de comida de boa qualidade. As fêmeas já não davam conta de conseguir comida para manter o seu metabolismo e o do bebê e, então, passaram a depender do macho.”

Segundo Sommer:  “Numa sociedade de macacos, as fêmeas sincronizam o seu ciclo menstrual. Todo mundo menstrua, fica fértil e infértil simultaneamente. A competição entre os machos acaba, porque eles não correm nenhum risco de perder parceiras e, assim, podem sair juntos para buscar alimento. A comida servia de moeda de troca para obter sexo. As mulheres podiam usar a sua fertilidade para trocar sexo por carne para si e o seu bebê. E os homens estariam mais propensos a isso se tivessem a paternidade garantida.”

Então as coisas mudaram drasticamente cerca de 13 a 15 mil anos atrás, com a sociedade agrícola, trazendo o início de uma sociedade. “Os machos passaram a controlar a sexualidade e a fertilidade das fêmeas. Virou uma sociedade patriarcal. Para atrair as fêmeas, os machos mantinham uma área confortável, com alimentos. Então, era basicamente o cara rico dizendo: ‘fique comigo porque tenho muitos recursos’. Ou era assim ou era na base da força. Aquele que não tivesse muitos recursos lutava com os adversários para conseguir a fêmea.”

A evolução pode explicar porque escolhemos tal ou tal pessoa. Fazendo uma análise psicológica e histórica não é muito difícil prever porque uma pessoa está com outra. Mas, ao contrário do que muitos pensam: “Quando escolhemos um parceiro, acreditamos que estamos fazendo as nossas próprias escolhas com base nos sentimentos. No entanto, estamos só preenchendo um questionário”, afirma Sommer.

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