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Entenda porque as panteras negras são tão raras na natureza

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Não é todo dia que se encontra uma pantera negra caminhando magistralmente em busca de uma presa pela selva. Na verdade, nem em todo século, já que faziam quase 100 anos que não se avistavam panteras negras. Mas, recentemente, pesquisadores encontraram o animal da espécie rara na África, não tão distante do cenário fictício escolhido para o filme da Marvel “Pantera Negra”, indicado ao Oscar.

Uma equipe de cientistas do Instituto de Pesquisa para Conservação do Zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, e da Loisaba Conseervancy, do Quênia, confirmaram a presença de um grupo de leopardos negros, conhecidos popularmente como panteras negras. Com câmeras instaladas em pontos estratégicos da selva africana, os pesquisadores monitoraram por meses a região de Laikipia, no norte de Nairóbi, capital do Quênia, até finalmente conseguirem um registro que comprovasse a presença do animal tão raro.

Em maio de 2007, outra imagem em alta qualidade foi feita de uma pantera negra na mesma região pela Ol Ari Nyiro Conservancy. Mas antes desses avistamentos, o último registro que confirma a observação desse predador na África, foi somente em 1909, na cidade de Addis Abeba, na Etiópia.

A pesquisa

O leopardo negro, ou mais comumente conhecido por pantera negra, de nome científico Panthera Pardus, é encontrado com mais frequência em áreas tropicais e úmidas do sudeste asiático. Mas pelo visto, o melanismo, que causa a sua coloração mais escura, também se sobressai em climas semiáridos, como o da região de Laikipia.

“Ouvimos relatos de leopardo negros morando aqui no Quênia, mas imagens de alta qualidade para apoiar essas observações sempre estiveram ausentes”, disse Nicholas Pilfold, pesquisador do Zoológico de San Diego. “Isso é o que fornecemos aqui com nossas câmeras e agora podemos confirmar o que há muito se suspeita sobre leopardo negros que vivem no condado de Laikipia”.

Após saber dos relatos sobre a presença do felino, os pesquisadores instalaram oito câmeras pelo Laikipia Wilderness Camp, em pontos específicos, como fontes de água e trilhas de animais. Observando as filmagens de fevereiro até abril de 2018, as câmeras capturaram imagens de uma jovem pantera negra fêmea. Ela apareceu sozinha nos quatro vídeos noturnos onde foi possível observá-la bebendo água e carregando os restos de uma presa. E no único relato durante o dia, ela apareceu seguindo um leopardo fêmea adulto com a pelagem comum.

Os registros foram publicados na revista científica African Journal of Ecology.

A sua coloração rara

Leopardos africanos possuem a maior variedade de qualquer subespécie de leopardos, no entanto, os animais que apresentam melanismo são raros. Apenas cerca de 11% de todos os leopardos apresentam a coloração negra em sua pelagem. A sua coloração escura é decorrente do melanismo, e se dá por conta de uma mutação genética, atribuída a um gene recessivo que causa a perda da função normal.

Mas na verdade, apesar de serem chamados de negros, esses animais nem sempre têm a pelagem negra, geralmente, são marrom-escuros, mantendo o mesmo padrão de manchas que os demais leopardos.

No entanto, ainda não se tem certeza a respeito do que causa o melanismo. Em outras teorias, sugere-se que esse efeito poderia ser também resultado de fatores ambientais. Em observações anteriores, sugerem que o melanismo é mais comum de aparecer entre leopardos que vivem em habitats densamente florestados, já que nessas áreas, a sombra adicional proporciona um fundo mais escuro para a camuflagem dos leopardos.

O último registro desses animais, ainda destaca a importância de um programa de conservação para a proteção das espécies na região. Já que eles foram classificados como “vulneráveis” na lista de espécies ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza.

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