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Essa mãe precisou usar as próprias mãos para que o filho pudesse se formar na faculdade, e todos a apoiaram

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Em setembro de 1986, nascia David Sebastián Valenzuela Díaz, na cidade de Copiapó, no Chile. Sua mãe, Sara Díaz, lembra que teve uma gravidez saudável e normal, porém, aos oito meses, enquanto fazia exercícios físicos, teve um sangramento no nariz e sua pressão aumentou. Ela precisou ser internada em emergência e dar a luz ao filho. E isso pode ter sido a causa do filho não chorar quando nasceu.

“Ao aplicarem a anestesia, a pressão foi ao chão. Por isso ocorreu o problema com David. Porque quando há menos pressão, há também menos oxigênio no corpo. Ouvi os médicos discutirem antes de tirarem o bebê. Um dizia que o bebê estava sofrendo; outro dizia que eu também estava em risco”, lembra Sara.

Ela percebeu que o filho era especial ainda nas primeiras horas de nascimento, logo após a criança passar por um teste que avalia a vitalidade de um recém-nascido e somar apenas 2 e 4 pontos, sendo que o normal é a partir de 7. No entanto, a confirmação só veio meses depois, após ela observar que criança não chorava de fome ou frio, não conseguia se sentar, pois o corpo caía para um lado e quando ela o pegava em seus braços, ele se levantava em posição rígida.

“Eu perguntei se o menino ia caminhar, e o médico me disse que a pergunta certa era se ele ia se deslocar de alguma forma, e ele acreditava que sim. Perguntei se ia falar. Ele me disse que a pergunta certa era se ia se comunicar, e ele acreditava que sim, porque era um menino cheio de vida”, lembra ela.

A partir do primeiro ano de vida David passou por reabilitação. Sara ainda conta que sempre fez de tudo para o filho ter uma vida normal. Aos 7 anos o matriculou em uma escola já para o segundo ano, pois ele tinha recebido estímulo em casa e sabia ler. Além disso, o nível de matemática, a matéria predileta, correspondia a de um aluno do sétimo ano. Na época, Sara contratou uma pessoa para auxiliá-lo, pois David não conseguia andar e ainda falava com bastante dificuldade.

Durante a época de escola o menino não foi dispensado de nenhuma matéria, por orientação da mãe, e participava das aulas de educação física, entre outras. David chegou a ser considerado um dos melhores alunos da escola.

Faculdade

Em 2004, após concluir o Ensino Médio, o menino contou aos pais sobre o sonho de ser físico, a decisão foi pensada durante anos e ele tinha certeza do que queria ser. A mãe conta que tentou mudar a escolha do filho, mas não obteve sucesso.

Foi aí que Sara viajou junto com ele para Santiago, no Chile, e visitaram o campus San Joaquín da Universidade Católica (UC), onde abriga a faculdade de física. No local, ela teve uma conversa com o diretor, Rafael Benguria, expondo as suas apreensões, principalmente pelo fato do filho não conseguir fazer as atividades de laboratório, que necessitam habilidades motoras. No entanto, Rafael a informou que geralmente as atividades são feitas em dupla e isso tranquilizou a mãe.

Ao conseguir entrar para a UC, David se tornou o primeiro deficiente a cursar a carreira na universidade. Ele e sua mãe se mudaram para os arredores do campus e Sara passou a ser as mãos que o filho precisava para conseguir realizar seu grande sonho de ser físico.

Ela era responsável de anotar tudo o que o professor falava durante a aula, enquanto isso, David ouvia e entendia o assunto. “Eu fui as mãos de David. Anotava tudo, que é o que fazem as mãos, embora não entendesse. Também não me esforcei para entender; não queria que o meu conhecimento interferisse no do meu filho. Me limitava a escrever o texto do quadro e, nas provas, a anotar o que David me dizia. Ele era o cérebro”, disse Sara, que conta que o filho resolvia os cálculos de cabeça mais rápido que ela.

Os dois assistiram juntos às aulas de cálculo, álgebra, geometria, mecânica clássica, equações diferenciais e teoria eletromagnética, e várias outras disciplinas. David conseguiu concluir o curso com 6,1, e isso fez com que ele ficasse entre os “top 10” de sua geração.

Doutorado

Há seis anos David conseguiu se matricular e começar o doutorado em Física. E durante os cinco anos que se passaram, a mãe continuou “sendo a sua mão”. Em junho do último ano ele conseguiu concluir a sua tese, aprovada com nota 7, e hoje, finalmente conseguiu realizar o sonho de ser doutor em física.

Mas não para por aí, o jovem, de 30 anos, quer ir além, e se candidatou a um pós-doutorado, que pode ser feito em Valdívia (Chile) ou no México. “Ou onde quer que seja”, disse David.

Sara conta que vai continuar o acompanhando e que pretende estar com ele até que o filho tenha uma vida independente.

Que história inspiradora. Desejamos boa sorte para David e sua mãe Sara. Deixe abaixo a sua opinião sobre esse assunto.

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