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O misterioso de Zodíaco, o serial killer cuja identidade nunca foi descoberta

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Se você acompanha as matérias do Fatos Desconhecidos, deve estar acostumado a ver por aqui algumas histórias intrigantes e sanguinárias sobre assassinos insensíveis, autores crimes monstruosos, como o famoso Maníaco do Parque e outros serial killers. Acontece, no entanto, que poucos psicopatas ficaram tão conhecidos ao longo dos anos como o homem que você vai conhecer hoje.

Chamado apenas como Zodíaco, esse serial killer – que aterrorizou a Califórnia, Estados Unidos, durante a década de 60 – nunca teve sua verdadeira identidade descoberta. Além disso, sua crueldade e inteligência são comparadas ao também conhecido assassino Jack, O Estripador; que também nunca pagou por seus crimes, mas que fez inúmeras mortes horrorosas em Paris, no século 19.

Aliás, assim como esse último assassino lendário, cuja história já foi contada diversas vezes na literatura e no cinema; Zodíaco também criou uma forma particular de aparecer na imprensa e de assinar seus crimes, já que não queria que a polícia tivesse dúvidas de que ele era o autor das mortes.

Ele escrevia e enviava mensagens enigmáticas aos jornais, que contavam detalhes sobre seus assassinatos anteriores ou que davam dica sobre seus próximos ataques, por exemplo. Aliás, foi o próprio serial killer que escolheu seu nome, se autodenominando Zodíaco ou Zodiac, em inglês; em uma carta enviada à imprensa, em 1969.

A primeira vítima

Mas, nada disso era tão marcante em sua personalidade quanto o sangue frio. Sua primeira vítima por exemplo, aconteceu em 1966. A vítima foi uma jovem chamada Cheri Jo Bates, que ele matou com três facadas no peito, uma nas costas e sete no pescoço, chegando ao ponto de quase decapitá-la.

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Ninguém nunca descobriu porque ele escolheu Cheri para morrer, nem ele mesmo explicou nas cartas que enviou aos jornais, à polícia e ao pai da menina, um mês após sua morte, dizendo apenas “Bates tinha que morrer. Haverá outras mortes”. A única coisa que se sabe é que o assassina sabotou o carro de Cheri enquanto ela estava na biblioteca e que ela acabou aceitando uma carona do serial killer, depois que percebeu que não conseguiria fazer seu próprio carro funcionar.

Zodíaco ficou com ela durante uma hora antes de matá-la, mas ninguém imagina o que eles fizeram juntos. O corpo de Cheri, inclusive, não apresentava marcas de violência sexual ou de assalto.

Outros (muitos) casos

Em 1968, o assassino voltou a atacar. Dessa vez a vítima foi um casal de jovens, que – por infelicidade do destino – resolveu parar em um local afastado da cidade de Villejo, conhecido por ser bastante visitado por casais adolescentes. Zodíaco, então, atirou na cabeça de David Faraday, ainda dentro do carro; e disparou outros 5 tiros, todos contra Betty Lou Jensen, que tentava fugir.

Outro crime que a polícia da Califórnia atribui ao mesmo assassino é o atentado a Mike Mageau e sua namorada, Darlene Ferrin, em 1969. Os dois foram baleados e somente Mike sobreviveu. Esse crime também recebeu atenção da imprensa, já que cartas foram enviadas aos jornais da região, contando todos os detalhes que aconteceram ali.

Nessa mesmo ano, Zodíaco voltou sua fúria contra outro casal, dessa vez a facadas. Bryan Hartnell e Cecelia Shepard passeavam à noite, quando foram atacados. A garota não sobreviveu, morrendo dois dias depois, no hospital. O rapaz, no entanto, sobreviveu e ajudou – juntamente com Mike Mageau, outro sobrevivente – a fazer o retrato falado do serial killer, como você confere abaixo.

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As vítimas descreveram um homem branco e robusto, na casa dos 30 anos de idade, de cabelos castanhos curtos e óculos. Além disso, todos dois disseram que o assassino usava uma espécie de capa e um gorro durante seus crimes.

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Mas essas informações não ajudaram muito a polícia, já que outro assassinato aconteceu poucas semanas depois, quando um taxista foi morto com um tiro. De novo, Zodíaco enviou outra carta aos jornais, dizendo que ele havia “feito o serviço” e prometendo uma bomba, em um ônibus escolar nos próximos dias, para que várias crianças morressem ao mesmo tempo. Mas, dessa vez, felizmente a promessa não foi cumprida.

As cartas

Várias outras mensagens pretensiosas e ameaçadoras foram enviadas aos jornalistas durante esse período, mas o episódio mais marcante foi quando Zodíaco – aparentemente entediado, resolver brincar – dividiu a mesma mensagem codificada em varias partes, cada uma sendo entrega a um jornal diferente. Se os periódicos, no entanto, não conseguissem desvendar o que dizia a carta e não publicasse os códigos, haveria muito mais sangue na cidade. Foi dessa vez também que um símbolo foi inventado pelo criminoso, que acabou se tornando uma espécie “brasão” de sua assinatura.

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O enigma dos jornais, aliás, foram devidamente decifrados com a ajuda de um professor de Salinas, uma cidade próxima da Villejo; e, como ordenado, foi publicado nos jornais da região no dia 6 de setembro de 1970. A mensagem dizia que Zodíaco gostava de matar pessoas “porque isso é tão divertido”. Em sua mente doentia, o assassino achava até que suas vítimas se tornariam seus escravos quando ele próprio morressem, como revelou em uma outra carta.

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Abaixo você pode ler a tradução do conteúdo de duas cartas escritas pelo próprio Zodíaco. Por meio delas, é possível entender o tamanho prazer que o assassino tinha em se tornar notícia nos jornais. Veja:

“Aqui quem fala é o Zodíaco. A propósito, vocês já resolveram a última cifra que enviei? Meu nome é… [CÓDIGO]. Estou levemente curioso com quanto dinheiro vocês estão pagando de recompensa pela minha cabeça. Espero que vocês não pensem que eu era aquele que apagou um policial com uma bomba na delegacia. Embora eu tenha falado de matar crianças com uma. Não seria certo invadir o território de outra pessoa. Mas há mais glória em matar um policial do que em matar uma criança, porque um policial pode atirar de volta. Já matei dez pessoas até hoje. Teria sido muito mais, mas minha bomba falhou. Eu fiquei alagado pela chuva que tivemos algum tempo atrás.”

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Nessa outra, aliás, ele mostra que queria se tornar famoso, mesmo que para isso precisasse forças as pessoas a usar bottons com seu símbolo misterioso:

“Aqui quem fala é o Zodíaco. Eu fiquei bastante irritado com o povo da Bay Area de San Francisco. Eles não acataram meus desejos de que usassem um bottom com meu símbolo. Prometi puni-los se não acatassem, aniquilando um ônibus escolar. Mas agora as escolas estão de férias pelo verão, então eu os puni de outra maneira. Atirei em um homem sentado em um carro estacionado com um .38. O mapa que acompanha este código diz onde a bomba está. Vocês têm até o outono para desenterrá-la.”

O mistério da identidade

Ao longo dos anos, uma lista de mais de 2.500 suspeitos foi levantada pela polícia americana na tentativa de descobrir a real identidade de quem estava por trás dos assassinatos na Califórnia, mas nenhuma evidência esclarecedora foi encontrada. E olha que crimes é que não faltaram para serem investigados e, talvez, encontrarem alguma pista do autor dos assassinatos: ao todo foram 6 mortes oficiais atribuídas ao serial killer, mas há quem diga que ele tenha dado cabo, na verdade, a 37 pessoas.

O caso do Zodíaco se tornou não sério que pessoas de todo o mundo, incluindo detetives e jornalistas, se dispuseram a investigar toda a história por contra própria. Como fruto dessas investigações, vários serial killers famosos – Charles Manson – foram apontados como donos do apelido,  mas nada foi realmente comprovado.

Recentemente, no entanto, uma das pistas mais quentes sobre a identidade de Zodíaco foi revelada. Isso porque no início de 2014, o escritor Gary L. Stewart – autor de “The most dangerous animal of all” ou, em português, ” O animal mais perigoso de todos” – disse ser filho do assassino.

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O autor contou que descobriu essa informação quando resolveu ir atrás de seus pai biológico e, como relatou no livro, há indícios forenses de Zodíaco seja realmente seu progenitor.

Mas essa não foi a primeira vez que pessoas se manifestaram dizendo ser parentes do serial killer. Um advogado de São Francisco, durante o ano de 1991, também saiu com a conversa de que Zodíaco era seu irmão Jack Steadman Beeman, que já estava morto. Isso, entretanto, jamais ficou comprovado.

Como será que homens como Zodíaco conseguem nunca serem descobertos? Com certeza isso é um mistério, mas nada é tão assustador quanto a história desses outros serial killers, que nunca pagaram por seus crimes, mesmo que alguns tenham sido identificados pela polícia.

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