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O que acontece quando alguém vive sem dinheiro durante um ano?

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Você sabia que existe a possibilidade de conhecer o mundo todo gastando muito pouco dinheiro? Aqui no site da Fatos Desconhecidos, nós já exibimos para você como fazer isso.

A australiana Jo Nemeth  trabalhava com desenvolvimento comunitário, mas sentia que não estava “fazendo a diferença”.

Em 2014, após ler um livro sobre um casal que percorreu a costa oeste da Austrália de bicicleta e outro sobre o irlandês Mark Boyle, que viveu três anos sem dinheiro, ela resolveu fazer algo inimaginável.

Foi então quando em 2015 Nemeth resolveu começar um novo estilo de vida: viver sem dinheiro e com menos impacto ambiental.

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Ela conta, em entrevista ao portal G1, que “tinha um bom trabalho, mas não achava que estava contribuindo de forma positiva, pelo contrário: precisava dirigir o tempo todo, não tinha tempo de cultivar meus alimentos e, acima disso tudo, eu me sentia estressada e infeliz o tempo todo, tendo que trabalhar para pagar contas. E minha vida tinha um impacto muito grande no meio ambiente.”

Durante esse período de um ano, ela construiu uma espécie de trailer com material doado, no terreno de amigos. Ela conta que “um dos maiores problemas que enfrento é uma voz interna que diz que ‘deveria estar vivendo uma vida normal’.

Eu me surpreendi com o quanto é difícil se afastar de um modo antigo de pensar, já que tudo tem um valor monetário. Mas já não me sinto tão pressionada como antes, quando estava trabalhando em uma empresa e tinha um chefe. Eu faço o que quero e a gente demora a se acostumar com isso. Eu tenho mais tempo livre, mas ando bastante ocupada também”.

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Ela conta que passa a maior parte do tempo cultivando o próprio alimento que consegue trocar por roupas, refeições fora de casa e outros produtos e serviços.

Além disso, Jo buscou usar roupas que tinha antes de viver sem dinheiro, passou a ajudar os outros trabalhando em atividades distintas como lavar, ajudar em pequenos negócios, cuidar de crianças e, quando precisa, troca roupas usadas por alimentos orgânicos que ela produz.

Já sobre produtos de higiene, ela conta que pede a pessoas conhecidas que guardem itens de hoteis e viagens e separem restos de produtos para ela. Os panos usados que possui, ela usa como lenços e também como absorvente íntimo. Sobre a necessidade de papel higiênico, ela ganha guardanapos quase não utilizados de uma amiga dona de lanchonete.

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Frequentemente me dão rolos de papel também, até que eu consiga fazer a transição para usar somente água para me limpar.

Muita gente me pergunta como consigo me manter limpa. Aparentemente as pessoas escutam que estou vivendo sem dinheiro e esperam que eu esteja mal cuidada ou suja.

A higiene pessoal não me abandonou desde que comecei a viver sem grana, pelo contrário: uso produtos que as pessoas não querem mais e que eu nem pensava em usar antes.Sinto falta de água quente da torneira o tempo todo e de comer porcarias como fast-food de vez em quando.

Eu tenho mais liberdade pessoal – posso ir onde quiser e quando quiser e não preciso cumprir prazos ou lidar com pressão. Também sou menos estressada e mais ativa, pratico mais exercícios porque preciso caminhar de um lugar para o outro, plantar. E eu ainda sou bem mais criativa, já que preciso resolver os problemas e descobrir como conseguir uma coisa ou outra para continuar vivendo.”

Segundo ela, o novo estilo de vida sem dinheiro a fez ficar mais dependente da generosidade alheia. Ela conta que essa é a ” parte mais maravilhosa dessa jornada. Eu tenho tantos exemplos de pessoas que me ajudaram – e às vezes até nego algumas ofertas, como de dinheiro, por exemplo. Não dependo dessa ajuda para viver, mas é uma representação do melhor do ser humano.

As pessoas acham que eu sou merecedora da ajuda delas e me oferecem até coisas que eu não preciso. E como tenho muito mais tempo livre, também posso ajudar mais os outros e também me tornei mais generosa. Nunca pensei em desistir. Viver sem dinheiro tem sido fácil e divertido. Eu espero não ter que voltar a ter uma ‘vida normal’ tão cedo, mas pode acontecer, principalmente por causa de moradia ou saúde“.

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