Um dos lugares mais secos do planeta fica no Chile. O Deserto do Atacama recebe cerca de apenas 15 mm/ano de chuva na região. Para se ter uma ideia, os lugares mais secos do sertão no Brasil recebem uma média até 20 vezes maior que isso. Em razão disso, a paisagem do deserto é repleta de encostas rochosas, lagos de sal e antigos rios de lava.
Em 2015, no entanto, uma chuva devastadora atingiu a região, causando deslizamentos e transbordamentos em rios. As tempestades foram tão inesperadas, que 28 pessoas morreram em consequência disso. Na cidade de Antofagasta, choveu o equivalente a média de sete anos na região.
No entanto, além das tragédias também houveram surpreendentes acontecimentos. As raras chuvas mudaram completamente a paisagem do deserto. Ao invés da monótona paisagem de areia de sempre, uma explosão de cores tomou conta de todo o lugar.
Mudança na paisagem
Uma série de sementes que nunca desabrocharam pela falta de água no solo apareceram no local. É uma infinidade de flores roxas, rosas, amarelas e alaranjadas que tomam conta de toda a paisagem por todo o deserto.
Segundo o diretor do Serviço Nacional de Turismo do Chile na época, Rodrigo Ruiz, o fenômeno não havia sido registrado com tanta magnitude há 18 anos. “Em 2010, nós tivemos algo parecido, mas esse, de 2015, já ultrapassou todos os que presenciamos”, contou.
Ecossistema
Por causa da mudança na paisagem do deserto, várias outras mudanças foram percebidas na região. Além das novas flores, diversas novas espécies passaram a circular no local. Roedores, lagartos, pássaros e insetos de diferentes espécies foram atraÃdos para o local repleto de flores para poder se alimentar como nunca.
Turismo
A rara mudança que aconteceu de forma chocante e inesperada, atraiu uma série de novos turistas ao local, que buscavam presenciar a incrÃvel pintura natural do cenário. Infelizmente, a falta de chuvas não permite que as flores fiquem vivas por muito tempo, desabrochando ainda naquele mesmo ano.
A chuva pode realmente mudar a paisagem e toda a vida de uma região, quando é tão rara como no Atacama. Eventos assim podem acontecer a cada cinco ou dez anos, dependendo da frequência das chuvas de inverno. Quem espera poder visitar o deserto numa dessas paisagens, pode ficar até mesmo décadas esperando para o evento se repetir com a mesma intensidade.
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