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O que o mundo está falando sobre 3%, a primeira série brasileira da Netflix?

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A primeira série brasileira produzida pela líder de streaming Netflix não está satisfazendo muito os espectadores. É claro que todo novo projeto possui uma grande porcentagem nas chances de decepcionarem, mas ao que tudo indica, a série 3% decepcionou e muito.

A série conta com oito episódios em sua primeira temporada e é protagonizada pelos atores João Miguel e Bianca Comparato. Dirigida por Cesar Charlone, uruguaio radicado no Brasil. Com roteiro de Pedro Aguilera. Se trata de um thriller futurístico, narrando a história de uma terra devastada na qual apenas uma parte da população (os 3%) terão verdeiras chances de sobreviver.

Quando os jovens completam 20 anos de idade, eles passam por uma crítica seleção chamada Processo. A disputa premia apenas 3% dos concorrentes com uma passagem só de ida para Maralto, uma cidade no meio do mar, na qual existe tudo aquilo que eles precisam para ter uma vida perfeita. Enquanto isso, aqueles que não passam vivem no Continente, na miséria.

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Depois dos sucessos nacionais como Que horas ela volta? e Aquarius, que também tratam de temas sociais e possuem a preocupação de passar uma mensagem, 3% não foi bem o que se imaginava. Apesar de ser relevante em determinado aspecto, como por exemplo o discurso Vamos cuidar de vocês, que muito tem a ver com a atual realidade que vivemos; além de ter conseguido a integração de um diversificado elenco, sem que a mensagem sofresse alterações.

O grande problema da série não está ligado diretamente ao contexto ou a narrativa, mas sim a produção audiovisual que muito deixou a desejar. De acordo com o site Adoro Cinema: “Os primeiros episódios parecem mesmo uma versão paralela de Jogos Vorazes. Piorada, com ecos do falso reality de Supermax (partilhando com a prima de televisão nacional o pioneirismo, os diálogos expositivos, a dramaturgia oscilante).”

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Além disso, também é apontada a má interpretação de João Miguel, outros “detalhes” importantes são a mixagem, com trilha sonora e falas ocupando o mesmo espaço, tornando incompreensível vários momentos. A história também não foi tão bem desenvolvido assim, não existe um fluxo que faça com que a história deslize pelos oito episódios, fazendo com que a parte realmente interessante (o clímax) apareça no quinto episódio. Em compensação, a fotografia nada deixa a desejar.

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De acordo com o site Omelete: “O maior problema, entretanto, é na construção do mundo. Por mais que 3% esteja recheada de detalhes interessantes no figurino e mitologia do mundo em que se passa, a série nunca consegue sustentar a própria premissa. Sim, todo mundo fala que o Continente é terrível, que o Maralto é o ápice da qualidade da vida, mas em nenhum momento recebemos provas disso.

Para o site Indie Wire, “3% traz consigo alguns elementos originais e personagens convincentes, além de uma forte ênfase sobre as implicações sociais da premissa”. E ainda afirmam que: “3% é a primeira série Netflix original produzida no Brasil, mas comparar 3% com produções mais luxuosos da Netflix é como comparar um pedaço de pão com um banquete de Ação de Graças.”

Não apenas, acreditam que o grande problema da produção está na falta de orçamento, levando-se em consideração que se trata de uma narrativa dependente da construção de mundos. E, sabendo que o dinheiro não é tudo, de uma maneira geral o site dá uma nota relativamente alta para a série, um B+, algo entre 7 e 8, de 0 a 10.

Já para o site Mother Board: “3% tem uma configuração simples, mas brilhante”, “é uma análise brutal sobre o aumento da desigualdade de renda no mundo e até onde estamos dispostos a ir para melhorar nossa situação.”

Enquanto isso, para o site Plus 55 “Os cenários são mal executados, de maneira uniforme, cinza e sombria; ao invés de ajudar acabam atrapalhando, criando uma atmosfera nada agradável. Também existem problemas com atuação e roteiro, o principal problema de 3% é o dinheiro – ou a falta dele.” Afirmam que, apesar disso, a série tem seus méritos, mesmo que nem sempre aparentes.

Consideram a premissa da série interessante e os protagonistas interessantes. E que, provavelmente, com maior orçamento e melhor direção, a série poderia facilmente ganhar força e se tornar uma produção agradável. Não apenas, afirmam que os telespectadores brasileiros estão acostumados com programas televisivos de alta qualidade, e que vai custar muito mais de 3 milhões de dólares para que a Netflix consiga prender sua atenção.

Uma das regras mais antigas da construção de narrativas é que é sempre melhor mostrar, não falar. Para o site brasileiro, “A série tem seus altos e baixos, o que não é necessariamente algo bom para uma primeira temporada mas, nesse caso, também não é de todo ruim, levando em consideração que essa é uma das poucas tentativas de se trabalhar com ficção científica na cinematografia brasileira.

Caso ainda não tenha visto a série e tenha interesse, confira o trailer oficial a baixo:

Então pessoal, vocês assistiram a série 3%, o que acharam? Concordam com os apontamentos feitos acima? Encontraram algum erro na matéria? Ficaram com dúvidas? Possuem sugestões? Não se esqueçam de comentar com a gente!

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