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Porque as músicas grudam na sua cabeça (e como fazer isso parar)

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Começando por “Lepo Lepo”, “Ah Lelek Lek”, “Hey ya!” até chegar em “Festa no Apê” o que não falta na amada cultura pop são essas músicas que grudam na cabeça da gente e não há santo que tire. O resultado é você cantarolando a música no elevador, assoviando no ritmo na fila do banco e escrevendo a letra nos caderninhos pela casa. Ok, não precisa se lamentar, todos nós sabemos o quanto isso é horrível.

A explicação involuntária para esse fenômeno o transforma em algo de difícil estudo e, por isso, o mecanismo exato do cérebro que faz com que ele aconteça ainda não é totalmente compreendido. Alguns estudiosos acreditam que a antiga prática da humanidade de passar o conhecimento adiante através da música é uma possível fonte para esse acontecimento.

O fato é que, desde a antiguidade, a raça humana tem grande familiaridade com a música, por isso nosso cérebro se tornou uma máquina de decorar músicas. Por isso, ainda hoje, muitos acham mais fácil memorizar algo que seja em forma de rima e ritmado. Prova disso é aquela música antiga do KLB que você ainda lembra da letra, mas a respostas da prova que estudou ontem, não.

Causas

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A teoria dessa influencia tamanha que a música tem em nosso cérebro, deriva-se do fato de ela ser “multissensorial”, ou seja, quando você escuta uma musica, juntamente com a letra e o ritmo, você também adquire sentimentos e emoções relacionadas a essa canção. Então, mais tarde, quando esse sentimento ou ideia é lembrada, às vezes traz também uma parte cativante da música, o que é chamado de “memória involuntária”.

Partindo desse raciocínio, nosso cérebro também tem o hábito de terminar o que começaram como inícios de músicas. Quando pesquisadores da Universidade de Dartmouth (EUA) tocaram pequenos trechos de músicas conhecidas para participantes de um teste, descobriram que o córtex auditivo do cérebro continuou a música na cabeça dos participantes, mesmo depois de o som ter sido desligado. Além disso, pesquisas realizadas no Japão, afirmaram que, mais de 90% de nós “pega” uma canção pegajosa (também conhecida como “earworm” – “verme de orelha”, em tradução livre) pelo menos uma vez por semana. Calcula-se também que aproximadamente 98% das pessoas passam por essa experiência em algum momento da vida.

Estudiosos identificaram dois principais motivos que são responsáveis por desencadear a repetição de uma música chiclete na cabeça. O primeiro deles é o excesso de exposição. Ou seja, isso inclui o quão você a escutou recentemente e quantas vezes ela foi repetida. Por esse motivo, aquelas músicas famosas, que vivem nos rádios e sons de carros por aí são fortes candidatas a ficarem “pregadas” na sua cabeça.

O outro motivo possível é associação. Às vezes, um aspecto de seu ambiente desencadeia o fenômeno, incluindo palavras, pessoas, ritmos, situações e sons. Por exemplo, ao fazer as tarefas domésticas, “Ensaboa”, de Marisa Monte, pode começar a tocar dentro da sua cabeça. Da mesma forma, associações mais indiretas podem aparecer, como algo que acontecia ao seu redor quando você ouviu determinada música, fazendo com que seu cérebro a associe a fatores externos que nada teriam a ver com ela. Mais tarde, quando você estiver neste mesmo ambiente, o seu cérebro pode desenterrar a música e começar a repetir a parte mais memorável dela em sua mente.

Além disso, estudos afirmam que músicas pegajosas ficam mais presas em pessoas ociosas, cansadas e estressadas. Nestas ocasiões, as defesas estão baixas e o cérebro não está ocupado o suficiente, por isso a música chiclete toma conta.

Curas

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É possível desenvolver vários truques truques para se livrar deste fato desagradável. Em um recente estudo britânico, um dos tratamentos favoritos usados por quem sofre com estes “vermes de ouvido” foi combater as músicas chicletes com outras músicas chicletes.

Também há a alternativa de usar suas próprias palavras para matar um verme de ouvido. Testes mostraram que o incômodo foi vencido após simplesmente conversar com alguém, ou pensar em um jogo de palavras cruzadas, por exemplo.

Já alguns estudiosos afirmam que qualquer coisa que absorva o mínimo de sua atenção funciona. “A chave é encontrar algo que vai lhe dar o nível certo de desafio”, diz Ira Hyman, psicólogo de música na Universidade de Western Washington, “Se você está cognitivamente engajado, limita a capacidade de canções intrusivas entrarem em sua cabeça”. Se tudo der errado e a música continuar presa em sua cabeça, você pode tentar vencê-la pelo cansaço. Escute a música inteira, e não somente aquele trechinho que está te incomodando.

Fonte: Science Friday

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