Você deve se lembrar de ver isso ou na escola, ou mesmo em algum documentário do Discovery, ou puxar um pouco mais na sua mente e lembrar da Sandy,a esquilinha texana que é parceira do Bob Esponja e do Patrick Estrela, no épico episódio em que ela engorda quase uma tonelada para um processo chamado de hibernação.

A nível de comprovações científicas, o único primata que é capaz de conseguir hibernar, é o lêmure-anão nativo da Ilha de Madagascar, a espécie pode passar até oito meses simplesmente dormindo, após acumular um nível de gordura corporal suficiente, durante as estações onde a alimentação é mais escassa.
Esse papo todo, não adianta nada se a gente não souber a raiz do questionamento, né? Então vamos à pergunta base:

 O que de fato é a hibernação?

Bem, a hibernação é uma técnica emergencial que alguns mamíferos utilizam para conseguirem sobreviver sob circunstâncias extremas, como os ursos, ou esquilos ao encararem um inverno rigoroso no hemisfério norte.

Durante o período de hibernação,  a frequência cardíaca permanece praticamente nula, a temperatura do corpo desce a níveis congelantes, e a atividade cerebral fica em modo literalmente “offline”. De fato, animais ao hibernarem parecem estarem mortos.

Voltando aos nossos amiguinhos primatas lá de Madagascar: Os lêmures conseguem descer seu ritmo cardíaco de 180 para 4 batimentos por minuto; sua temperatura corporal de 36 para quase 5°C, além de conseguirem ficar mais de vinte minutos ininterruptos sem respirar.

Engraçado que, nosso genoma é 97% similar ao dos lêmures, você sabia disso?

Mas por que então não conseguimos realizar essa hibernação?

 

E quem disse que não?

O gene Alfa-2-Macroglubulina (α2M), descoberto em esquilos usados em pesquisas laboratoriais para verificarem coisas relacionadas a hibernação,  serve para inibir a coagulação do sangue e apresenta níveis mais altos de expressão quando o animal está hibernando, e essa pode ser a chave para a explicação do fenômeno natural. No caso humano, especula-se muito que ainda não desvendamos o modo com o qual o nosso organismo conseguiria reproduzir os mesmos resultados obtidos que os lêmures e esquilos. É como se tivéssemos a mesma “matéria-prima” mas não soubéssemos ou não tenhamos ajeitado-as de modo que ligue o ‘interruptor’ no nosso organismo, que nos permita hibernar.

 

Essa série de descobertas recentes, principalmente envolvendo o nosso ‘parente’ genético mais próximo hibernante, que é o primo lêmure, estão fazendo os cientistas nadarem cada vez mais de braçadas em busca da explicação lógica para o caso que vamos apresentar:

Em 2014, um jovem de 16 anos tentou simplesmente voar clandestinamente em um voo que saia de San Jose na California, com destino a Maui no Havai. Até aí tudo bem, certo?

Mas como você explica o garoto ter conseguido ficar durante um período equivalente a 5 horas, algo em torno de 300 minutos ininterruptos, na câmara de refrigeração do avião, a 11.000 pés de altura e com nenhum tipo de proteção?

Porta-vozes do FBI consideraram um milagre que o rapaz tenha sobrevivido a essas condições ao qual de 100 pessoas que tentassem, a taxa de mortalidade seria de quase 100%.

A imprensa internacional começou a repercutir a notícia como se a solução para o não falecimento do rapaz, foi o condicionamento de seu organismo em um estado pré-hibernatório. Fascinante, não?

 

Pelo sim ou pelo não, a ciência vem dando passos largos para compreender cada vez melhor a estrutura dos nossos genomas e o grau de similaridade que eles tem com a dos demais mamíferos que conseguem realizar a hibernação. Já pensou se isso for comprovado em nós humanos?

Hollywood e a Ficção Científica vão emergir sob patamares de videntes!

Lembrem-se de nunca acordar ninguém hibernando!

As consequências podem ser graves! HAHAHA