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7 coisas que você não sabia sobre os anões da mitologia nórdica

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Todos nós conhecemos um pouco sobre a história dos anões, certo? Ferreiros de montanha, marteladores de rochas, ferreiros de aço, forjadores de armas… a verdade é que essas criaturas bem-intencionadas, muitas vezes cômicas, nem sempre foram as figuras amadas que são agora. No curso de sua existência, passaram por uma evolução bastante significativa. Existem inúmeras teorias a respeito da origem do termo germânico. Entre muitas delas, no entanto, tem um tema que perdura: as palavras originárias são geralmente pejorativas. Ou, pelo menos, possuem conotações negativas. Isso inclui a significação de “sonho”, “engano”, “dano” e, no caso de uma origem sânscrita proposta, até mesmo de um “ser demoníaco”. Vamos navegar por algumas narrativas transpostas ao longo do tempo? Confira 7 coisas que você não sabia sobre os anões da mitologia nórdica.

Ninguém realmente sabe o que a palavra “anão” e seus cognatos significavam. Não há indicação de que tenha algo a ver com uma pequena estatura, uma característica que nunca é mencionada nas antigas descrições desses seres.

1- Origem obscura

Normalmente, quando pensamos sobre os anões folclóricos, tendemos a vê-los como eles aparecem no conto da Branca de Neve. Ou seja, rudes e ao mesmo tempo charmosos seres da floresta. Em sua grande maioria, trabalham com metal e mineração.

A imagem dos anões, no entanto, é retirada de fontes antigas e baseia-se fortemente em milenares temas místicos. Essas criaturas, que geralmente são descritas como residentes do subsolo, se assemelham aos elfos negros [dökkalfr]. A associação não é tão colorida como imaginávamos. Eles estão interligados às almas dos mortos, assombrando os montes funerários.

2- Anões de Völuspá

Os anões que aparecem no poema “Völuspá“, da Edda Poética, são seres bastante diferentes. Sua importância é testemunhada pelo número de estrofes que ocupam. Ao todo, as criaturas são mencionadas em pelo menos nove estrofes (e isso é muito). Na maioria deles, os nomes de todos os anões são majoritariamente descritos. Assim sendo, a única maneira de entender o que os anões representam na alegoria poética reside em interpretar seus próprios nomes.

Há muitas traduções possíveis diferentes e poucas são absolutamente certas. A maioria das traduções do poema para as línguas modernas simplesmente deixam os nomes nórdicos como eles são, muitas vezes até mudando a grafia para parecer mais suave em uma língua moderna.

Portanto, parece que a maioria dos tradutores presume que os nomes dos anões são portam sentidos específicos. Seriam destinados a criar ritmo e sons, em vez de transmitir significado. Mesmo aqueles tradutores que tentam fazer traduções, fazem apenas de alguns (os que podem ter mais certeza). Essa é uma das coisas que você não sabia sobre os anões da mitologia nórdica.

3- Os seus nomes podem nos desvendar os mistérios dos anões mitológicos?

Maria Kvilhaug decidiu interpretar alguns nomes para demonstrar que, sim, eles comportam significados sobre a origem dos anões. Ela é historiadora das religiões, tendo realizado mestrado em mitologia nórdica antiga e rituais de iniciação. A sua dissertação foi a obra mais tarde publicada “A donzela com o hidromel – uma deusa da iniciação em antigos mitos nórdicos?”.

Uma de suas análises consiste em tentar decifrar o nome Móðsognir, que aparece na Edda Poética. “Já que estamos acostumados a pensar em nomes como meros sons, nós facilmente assumiremos de antemão que esse anão é diferente dos reis do anões. No entanto, deve estar claro agora que um número de nomes pode muito bem estar se referindo a apenas um ser, já que nomes são meras metáforas descrevendo o personagem. Podemos aplicar uma nova metáfora cada vez que um personagem é referido como uma regra básica da poesia nórdica. O nome é difícil de interpretar”, escreveu.

Segundo Kvilhaug, a primeira parte da palavra poderia ser mór [“exausto”, “mente / intenção”, “coragem”, “turbulência mental”]. Ou também mót [“marca / selo / imagem”, “forma / forma / tipo”, “montagem / reunião / conselho / fusão”, “contra”].

A segunda parte do nome é sognir, que pode ser derivada do substantivo neutro sog – que significa “sucção”. Se refere especificamente à força de sucção de uma onda submersa, um vórtice invertido. Também poderia se referir apenas ao oceano, que era em si mesmo percebido como um potencial “sugador” para pessoas afogadas.

“Também é possível que a palavra seja realmente sóknir, que poderia ser derivada da palavra feminina sókn”, continuou. O significado, assim sendo, poderia ser “aplicação” ou “busca / oração / acusação”.

4- Como são conhecidos?

Os anões são mais conhecidos por serem ferreiros e artesãos extremamente habilidosos. Entre os muitos tesouros insubstituíveis criados por eles estão: Mjollnir, o martelo de Thor; Skidbladnir, um navio que pertence à Freyr e sempre tem um vento favorável; Gungnir, a lança de Odin.

Além disso, é possível identificar outras relíquias mitológicas que aparentemente foram construídas por eles: draupnir (um anel de de Odin), o Brisingamen (um magnífico colar de Freya) e os longos cabelos dourados de Sif, a esposa de Thor.

Os anões também são extremamente experientes, sábios e magicamente poderosos. Essa é uma das coisas que você não sabia sobre os anões da mitologia nórdica.

5- Como foram originados?

Na Edda Poética, os anões aparecem na cena cósmica depois que três gigantas, “muito sábias”, chegaram à corte dos Aesir. Elas provavelmente representam o destino, sendo iguais às nornas que aparecem depois que os seres humanos foram criados. Portanto, é o destino que exige que os deuses criem os anões.

A entrada das gigantas leva a todos os poderes reunidos em um primeiro parlamento cósmico: “então todos os poderes foram para as cadeiras altas do destino, os deuses sacrossantos, para discutir isto: que devia ao rei dos anões a ser moldado do sangue de Fogo e os membros dos Mortos”.

6- A força dos anões

Quatro anões, Austri, Vestri, Nordri e Sudri (“Leste”, “Oeste”, “Norte” e “Sul”) erguem os quatro cantos do céu. Dessa maneira, em uma analogia entre os preâmbulos da natureza, as criaturas mitológicas portam força colossal. Há uma contrapartida no meio disso tudo: mesmo com grandes poderes, os anões não são imortais ou invulneráveis.

Eles podem se transformam em pedra quando expostos aos raios solares. Essa é uma das coisas que você não sabia sobre os anões da mitologia nórdica.

7- Seres diabólicos que perambulam os sonhos humanos?

Os pontos de conexão entre anões, elfos e humanos são bastante disformes. Os anões são ocasionalmente chamados de “elfos negros” (Old Norse svartálfar). Em alguns casos, inclusive, também são descritos como sendo parecidos com cadáveres humanos.

Na tradição anglo-saxã, essas criaturas eram vistas como algo a ser evitado, capazes de causar problemas aos humanos durante sonhos (pesadelos, terrores noturnos, sonambulismo e paralisia do sono). Isso, naturalmente, poderia ser uma evidência adicional de um elo com a teoria dos “sonhos” da etimologia dos anões.

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