As pessoas, no geral, têm medo daquilo que elas não conhecem bem. E por não entenderem, elas muitas vezes acabam criando estereótipos e criam preconceitos. E isso acontece com várias coisas, porque como todos sabemos, o preconceito existe em todos os lugares. Isso acontece com as mulheres, os negros, os deficientes, com pessoas homossexuais, com os gordos e por aí vai. E sempre tem uma parcela da população que acaba sofrendo mais com isso, ou pelo menos, os efeitos são mais marcantes. Pessoas transsexuais que o digam porque, além de sofrer com o preconceito alheio na comunidade, eles enfrentam dificuldades de aceitação até em meio àqueles, que deveriam apoiar pode também serem diferente.
A palavra transsexual em si já evoca emoções fortes nas pessoas, principalmente para aquelas que não entendem o que isso significa. Pessoas transgêneros são aquelas que não se identificam com o seu sexo biológico de nascimento. Já as transsexuais são as transgêneras que possuem uma inconformidade com o físico de origem, e decidem alterar isso. E não importa como você se sinta a respeito do tema, esse é um assunto muito delicado e que invoca questões muito complicadas. E talvez, por ainda ser um assunto “polêmico” e considerado tabu, é que ainda seja tão complicado entender a realidade dessas pessoas. Mas se a pessoa estiver aberta a aprender e entender o próximo, não é tão difícil assim. Confira a seguir, 7 coisas que você não sabia sobre pessoas transgêneros.
1 – Pessoas que não se identificam com o gênero de nascimento existem há muito tempo
Pode parecer que isso é uma coisa de agora, devido ao fato de estar se falando mais sobre o assunto. Mas não se engane, isso não é uma novidade dos tempos modernos. Há várias evidências arqueológicas que sugerem que, pessoas transgêneros e não conformistas de gênero existem há milênios. No leste europeu, pesquisadores encontraram diversos túmulos de 5 mil anos atrás, com esqueletos femininos enterrados com armaduras de guerreiros. Joana d’Arc foi queimada viva por usar roupas masculinas. O Kama Sutra já descreve um terceiro sexo, e a Bíblia cita “eunucos por vontade própria”. Outras culturas carregam várias tradições de indivíduos não conformistas de gênero. Exemplo disso é a hijra do hinduísmo e da Índia, entre tantas outras.
2 – A cirurgia de redesignação de sexo é mais antiga do que se imagina
Muito tem se falado hoje em dia sobre a cirurgia de mudança de sexo, o que faz parecer com que esse procedimento só tenha surgido há pouco tempo. Mas, na verdade, a cirurgia de redesignação já existe há algum tempo. A primeira cirurgia, com esse intuito, foi uma mastectomia em 1926. Depois, em 1930, foi feita a primeira penectomia, e no ano seguinte, a primeira vaginoplastia do mundo.
3 – Transgênero no esporte
Muita gente não sabe mas, desde 2003, o Comitê Olímpico Internacional permite a participação de transgêneros no esporte. No entanto, há um embate quanto a isso devido à participação de mulheres trans. Isso porque, a maioria concorda com a participação de homens trans, mas quando se tratam das mulheres trans há aqueles que acreditam em uma vantagem injusta, devido a diferença hormonal. Para combater essa ideia, o COI colocou algumas regras específicas, quando se trata dos níveis de testosterona em seus atletas.
4 – Arrependimento pós-cirúrgico
Devido as várias questões relacionadas à saúde dos transgêneros, não há dados suficientes para determinar qual a frequência que essas pessoas relatam arrependimento após a transição. Mas ainda assim, alguns médicos relataram sobre pacientes que retornaram meses, ou anos, após a reversão. E a maioria procurando por uma reversão ao procedimento. Embora haja poucos estudos sobre essa questão, estimativas apontam que cerca de uma a cada 20 pessoas trans tenham se arrependido após a cirurgia.
5 – Relações sexuais
Esse ainda é um tema pouco explorado cientificamente, então não existem ainda muitos estudos sobre isso. Entretanto, dos poucos já realizados sobre homens heterossexuais e mulheres trans, já se relatou que a maioria desses homens não se considera gays por se relacionarem com mulheres trans, mesmo que elas não tenham completado a transformação cirurgicamente. O que esses estudos mostraram é que a única coisa que realmente importa para esses homens é que eles pareçam externamente “femininos”. Tanto que a maioria desses homens admitiu fingir que o parceiro não tinha pênis.
6 – Complicações da cirurgia de redesignação
Todo procedimento cirúrgico envolve algum tipo de risco, mas no caso de cirurgias de redesignação sexual, existem problemas específicos. Os mais comumente relatados estão relacionados a bexiga ou uretra. Isso devido à complexidade do procedimento, tanto de homem para mulher, quanto ao contrário, complicações urinárias são comuns.
7 – Alto índice de suicídios
Uma coisa se destaca, tanto no caso de adultos, quanto adolescentes que se identificam como trans: muitos já tentaram se matar. Muito disso devido às questões de autoestima, relacionadas com a distinção do seu gênero biológico com a sua identidade. Sem contar com a rejeição e o bullying que muitos sofrem. Pesquisas apontam que 43% das pessoas trans tenham tentando cometer suicídio ao menos uma vez na vida.
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