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7 filmes que muita gente acha que entendeu

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Ninguém nunca quer ser a pessoa que saiu da sala de cinema sem entender nada da projeção. Portanto, entre os fãs de cinema existe uma cultura de vergonha que paira sobre vários filmes. Afinal, as pessoas ficam incomodadas ao demonstrar que não conseguiram compreender a mensagem do filme. Embora o desconforto seja compreensível, não há constrangimento algum em deixar a ideia do longa passar.

De fato, isso é mais comum do que muitas pessoas imaginam. Há momentos em que o consenso geral em relação aos filmes populares está longe da verdade. No entanto, ele se torna tão popular que se transforma em verdade. Por um lado, assim como qualquer obra artística, o filme está sujeito a interpretações subjetivas. Contudo, existe uma forte diferença entre compreensão e interpretação. Esta última, embora possível, precisar seguir os limites da obra apresentada.

Conhecer o roteirista e o diretor envolvidos em determinados filme é bom começo. O momento histórico em que a sociedade se encontra ou mesmo o período em que a trama se passa também pode contribuir. Tal informação pode facilitar a entender o que eles realmente quiseram transmitir em suas obras. A seguir, selecionamos alguns filmes para exemplificar o exposto acima. São produções que muitas pessoas acreditam ter entendido, mas que no fundo contém uma mensagem diferente da propagada popularmente.

Atenção, alguns tópicos podem conter spoilers.

1 – O Túmulo dos Vagalumes (1988)

Este não é um filme sobre guerra. A história é sobre uma garotinha e seu irmão mais velho tentando sobreviver ao caos de um Japão destruído pela guerra. O longa é capaz de fazer qualquer insensível chorar. Por causa de sua intensa carga emocional e por seu cenário histórico, algumas pessoas tendem a se afastar dele como escolha. Isao Takahata, diretor do filme, chegou a falar sobre o assunto. De acordo com ele o filme “é mais um comentário elaborado sobre os possíveis perigos da nova independência”. Os personagens principais representam jovens que evitam ensinamentos de seus antepassados e se excluem da sociedade.

2 – O Segredo da Cabana (2012)

Na época de seu lançamento, o marketing do filme girou em torno do seguinte slogan: “Vá assistir antes que alguém o estrague para você”. Dessa forma, várias pessoas foram ao cinema, viram o filme e saíram sem entender exatamente qual era sua mensagem. Curiosamente, a produção chega a ser um tapa em seu próprio público. A crítica que Joss Whedon e Drew Goddard fizeram em sua obra é sobre fãs que reclamam sobre o gênero as mesmices do gênero de terror e mesmo assim sempre vão ao cinema assistir uma nova produção. Os Anciões que aparecem no final é um retrato desse espectador.

3 – Rambo – Programado para Matar (1982)

A inteligência implícita em filmes de ação tende a ser muito ignorada pelo povo. Algo que também ocorre bastante com as comédias. Ao contrário do que muitos pensam, Rambo não é apenas uma história cheia de balas. O filme é repleto de audaciosos diálogos e comentários sobre os efeitos da Guerra do Vietnã. Ele é um retrato de como as pessoas que lutaram nela encontram dificuldades de reingressar na sociedade quando voltam. Inclusive, essa readaptação não serve necessariamente apenas para uma guerra.

O que pode ser questionável no filme é seu próprio protagonista. John Rambo (Sylvester Stallone) está longe de ser um herói de ação. Na verdade, ele é um homem mentalmente danificado, cuja incapacidade de encarar seus problemas emocionais e psicológicos o forçou a seguir pelo caminho da violência. Outro problema encontra-se no louvor de sua identidade ultra masculinizada, algo que não ajudou na construção imagética do personagem.

4 – Violência Gratuita (2007)

Ambas as versões, de 1997 e 2007, sofrem do mesmo mal: falta de interpretação do público. Os dois filmes são do diretor alemão Michael Haneke, o primeiro em sua língua mãe e remake em língua inglesa. Inclusive, ao fazer a versão americana, a intenção do diretor era justamente repassar a mensagem para o mundo. Já que filmes americanos são muito mais consumidos globalmente que europeus. Dito isso, a história sobre dois jovens que invadem luxuosas casas de família e aplicam jogos de tortura em seus habitantes nada mais é que um estudo sobre a linguagem em si do cinema. Ao longo de todo o filme o diretor brinca com o espectador, mostrando toda sua habilidade em contar uma história, por mais perturbadora que ela seja. A quebra da quarta parede por um dos vilões é simplesmente um meio de mostrar a manipulação do tempo de uma maneira quase cômica. No final das contas, o filme é mais uma aula sobre linguagem cinematográfica do que qualquer filosofia profundo envolvendo dois homens psicopatas.

5 – Sucker Punch (2011)

O filme não é uma mera fantasia do poder masculino. Os eventos do longa em grande parte se passam na mente de Sweet Pea (Abbie Cornish). A natureza superior desses determinados eventos provavelmente se relaciona ao forte desejo de se distanciar o máximo possível do lugar onde se encontra, uma instituição mental. Embora a sexualização das personagens de fato exista, o filme certamente consegue ser mais do que uma mera vitrine.

6 – Na Natureza Selvagem (2007)

Carpe Diem? Viva La vida louca? Desapegue-se? Largue tudo e todos? Bem, na teoria tudo isso pode ser lindo. Inclusive esta é a mensagem mais gritante que Na Natureza Selvagem transmite ao público. Largue tudo e apenas viaje mundo afora. Contudo, o próprio protagonista do filme chega à conclusão de que esse não é o melhor caminho. Claro, viaje e curta a vida o quanto puder, mas será que fazer tudo isso de forma solitária é realmente o melhor? Chris McCandless, personagem de Emile Hirsch, não se arrependeu d tudo que viveu. Porém, chegou a escrever de que “a felicidade só é verdadeira quando compartilhada”.

7 – Bastardos Inglórios (2009)

Quentin Tarantino é sinônimo de sangue. Falou que qualquer obra é escrita, dirigida ou produzida pelo cineasta, e as pessoas já esperam aquela maré vermelha na tela. E, se por um lado os fãs concordam que Bastardos Inglórios foi um de seus melhores trabalhos, por outro há quem defenda o uso da violência no filme apenas como uma forma de chamar atenção. Especialmente ao se tratar da polêmica cena do cinema, no qual o grupo do Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) mata um monte de alemães nazistas, inclusive Hitler. Acontece que existe uma mensagem por trás da sanguinária cena. O diretor usou a violência dentro do cinema justamente para criticar a grande violência dentro do cinema americano. É sutil, é brutal, e o jeito Tarantino de ser.

O que achou da lista? Já tinha visto esses títulos com outros olhos? Concorda com os itens? Sabe de mais algum caso bacana? Então não deixe de compartilhar com a gente!

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