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7 séries dos anos 90 que não funcionariam bem nos dias de hoje

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Os anos 90 são frequentemente associados à popularização do Windows, videogames, clonagem e animes. No entanto, é válido lembrar que também foi um período extremamente marcante para a televisão. Por exemplo, foi nessa década que as séries passaram a ser mais inclusivas, mesmo que com passos de formiga. Além disso, o número de programas centrados para o público adulto também cresceu bastante. Assim, em meio a essa eferverscência cultural, encontramos diversos títulos que fizeram muito sucesso na época. Contudo, se pararmos para pensar, muitos deles poderiam não ser bem, recebidos pelo público de hoje. Pensando nisso, reunimos aqui alguns exemplos de séries que não funcionariam bem na atualidade.

7 – O Mundo é dos Jovens (1993)

Juntamente com séries familiares como Três é Demais e Family Matters, Boy Meets World integrava a grade de programação do fim de semana da ABC. No entanto, ao contrário das duas primeiras, O Mundo é dos Jovens – título da série aqui no Brasil –  possuía uma abordagem diferente. Em suma, a narrativa era centrada em adolescentes, principalmente no encrenqueiro neurótico Cory Matthews, em seu melhor amigo e sua inimiga que, eventualmente, se torna sua namorada. Parece bem clichê, certo? Então por que a série não funcionaria bem nos dias atuais? Bom, hoje as séries sobre amadurecimento são majoritariamente desenvolvidas para abordarem essa transição de forma leve e descomplicada. Basta olhar a programação da Disney. Sendo assim, O Mundo é dos Jovens acabaria sendo deixada de lado.

Ao passo que a série aborda temáticas como drogas, violência doméstica e sexualidade, não a veríamos ser incluída na programação da Casa do Rato. Em contrapartida, Euphoria mostrou que existe espaço e público para séries que abordam o amadurecimento sem censura. Contudo, a questão em torno de O Mundo é dos Jovens, é que o programa paira em um limbo entre os dois tipos de abordagem.

6 – Total Request Live (1998)

Atualmente a MTV já é uma emissora consolidada e possui muito peso na indústria audiovisual. No entanto, grande parte dessa credibilidade se deve ao sucesso da rede televisiva nos anos 80 e 90. Essa época foi o auge da música pop, principalmente pela popularização dos videoclipes. Contudo, ao contrário da facilidade de acesso que temos hoje, antigamente era preciso ter paciência para assistir ou escutar aquilo que quisesse. Em suma, se você queria escutar uma música ou ver algum clipe sem precisar de um walkman ou VHS, a melhor forma era ligar nas rádios e emissoras e compartilhar seu pedido. Sim, foi uma época de muito lucro para as companhias telefônicas.

Pensando nisso, a MTV desenvolveu o Total Request Live. Em suma, o programa era exibido diariamente e transmitia os vídeos mais pedidos pelo público. Além disso, sempre haviam insanas votações para ver que artista ficaria no topo das paradas. Atualmente ainda é possível encontrar esse tipo de programa, como o TVZ na Multishow. Todavia, é notável que essa ideia não conquista o público da mesma forma que antes. Se com o surgimento do YouTube as coisas já mudaram completamente, imagine hoje onde o streaming é um dos serviços mais populares do mundo.

5 – Johnny Bravo (1995)

Quando estreou na década de 90 como uma das primeiras animações originais da Cartoon Network, Johnny Bravo já parecia pertencer a outra época. Visto que as referências de séries animadas do momento eram Os Simpsons, Ren & Stimpy e Laboratório de Dexter, realmente dá pra perceber o porquê de Bravo ter sido uma novidade. O personagem loiro, musculoso e cheio de si, insistia em investir de forma agressivamente “romântica” em mulheres desinteressadas. Sendo assim, a principal força motriz dos episódios era a tentativa de Johnny de convencer alguma mulher a sair com ele. Por vezes o víamos abordar mulheres na rua sem muito ou nenhum cuidado ou noção. Toda as informações sobre o personagem podem ser resumidas em: ele é um cara que desrespeita as mulheres e não aceita “não” como resposta. Sendo assim, é inimaginável a possibilidade de ver Johnny Bravo sendo exibida na TV atualmente.

4 – Frasier (1993)

Considerada uma das sitcoms mais aclamadas dos anos 90, pode ser estranho ver Frasier nessa lista. Além de ser um sucesso público, a série contou com uma excelente recepção crítica. Inclusive, Emmys não faltaram para essa produção. Em suma, a narrativa exalava qualidade e maturidade através da história de Frasier Crane, um psicólogo que atuava na rádio e seu cotidiano familiar e amoroso. Tudo parece certo até aqui, então qual o problema de Frasier? Bom, acontece que Roz, uma dos personagens da série, é constantemente ridicularizada e envergonhada por sair com diversos caras. Além disso, por ser elegante e educado, as pessoas tendem a achar Frasier é gay e isso chegou a ser abordado em um episódio. Na história em questão, um homem gay persegue Frasier, que não faz ideia do que está acontecendo, enquanto o público ri.

3 – Singled Out (1995)

Ainda hoje programas sobre namoros e relacionamentos são populares entre a audiência. No entanto, Singled Out, o fenômeno dos anos 90, não se encaixaria nos moldes tradicionais. Acontece que, por incrível que pareça, antigamente havia mais liberdade para falar abertamente sobre sexo na TV. Inclusive, a premissa de Singled Out girava em torno de uma pessoa tendo que escolher entre 50 solteiros aqueles que mais a agradavam, eliminando-os se baseando em qualidade superficiais. Não parece muito diferente do Tinder, certo? Pois bem, a televisão está bem mais conservadora atualmente. Então, a menos que esse programa fosse exibido na MTV, como o De Férias com o Ex, não existiria espaço para ele na TV aberta.

2 – In Living Color (1990)

Quando foi lançada em 1990, In Living Color foi considerada “desafiadora, social e culturalmente relevante e ousada”.  De fato a série ultrapassou os limites do que a programação da época permitia, e ainda o fez em horário nobre. Logo, não demorou para se tornar um queridinho entre os apreciadores de uma comédia ácida e perspicaz. Acontece que, por vezes, o roteiro de In Living Color podia também ser cruel. O humor politicamente incorreto da época seria facilmente rotulado como ofensivo ou problemático nos dias de hoje. Por exemplo, além da retratação extremamente estereotipadas de homossexuais, também haviam muitas piadas sexistas.

1 – Xena: A Princesa Guerreira (1995)

Antes que você se pergunte o que esse clássico está fazendo aqui, pedimos calma. Sem dúvidas, Xena: A Princesa Guerreira foi responsável por introduzir muitas pessoas no universo da fantasia. No entanto, em uma época onde Game of Thrones moldou completamente nossas expectativas relacionadas ao gênero, seria difícil ver a produção do Syfy se destacar entre o público. O motivo? A necessidade de um grande orçamento. Se assistirmos Xena e até mesmo Hércules: A Lendária Jornada, é notável a deficiência dos efeitos visuais. Sendo assim, mesmo que a narrativa seja ótima e cativante, se não houver um mínimo de milhões investidos em cada episódio, a série perde credibilidade.

Portanto, apesar de toda a nostalgia e carinho presentes quando pensamos em Xena, temos de ser realistas. A menos que fosse totalmente desenvolvida por uma grande emissora ou serviço de streaming, a série floparia.

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