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7 tristes realidades da época colonial dos EUA

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A maioria das aulas sobre a história dos Estados Unidos remonta a descoberta do continente. Além disso, é estudada a fundação de colônias antigas como Jamestown e Plymouth Rock. A partir daí, os livros parecem pular imediatamente para Revolução Americana. Isso é uma pena, porque os séculos coloniais foram alguns dos mais fascinantes e controversos da história dos Estados Unidos. É interessante termos uma noção geral para compreendermos melhor como tudo funcionou na época. Até porque a história pressupõe circunstâncias do presente e do futuro. Por isso, lhe mostraremos 7 tristes realidades da época colonial dos EUA.

Mesmo além da tecnologia não refinada e da aspereza do país indomável, havia muitos desafios de acordo com o contexto temporal. Talvez essa lista torne algumas pessoas tristes por não estarem nessa mesma linha narrativa. Quer dizer, depende do seu ponto de referência.

1- Incessantes guerras contra nativos

Cada conflito parecia ser rotulado como uma guerra diferente, apesar de seus variados graus de escala. Por exemplo, em 1715, a Guerra Yamasee começou com uma aliança de tribos nativas atacando colonos que invadiam suas terras na Carolina do Sul.

Foram necessários dois anos de ataques antes que os colonos pudessem se reforçar o suficiente para romper a aliança. O maior conflito foi conhecido como a Guerra do Rei Filipe na Nova Inglaterra (1675-1676). Custou 600 colonos e 3.000 nativos americanos. Nenhum lado poupou os civis ou crianças do inimigo.

2. Caça às bruxas

Os julgamentos das Bruxa de Salém, em 1692, dominam a memória histórica das caças às bruxas na América. O primeiro deles diz respeito à feitiçaria colonial que começou em Hartford, em Connecticute. Resultou em Alice Young sendo enviada para a forca. Em 1662, Hartford teria uma onda de julgamentos de bruxas, que viu sete pessoas julgadas e quatro pessoas enforcadas. Essa é uma das tristes realidades da época colonial dos EUA.

O último julgamento colonial de bruxas ocorreu na Virgínia em 1730. No mesmo ano em que o próprio Benjamin Franklin escreveu um ensaio zombando de toda a ideia. Em 1735, o Parlamento escreveu um novo Witchcraft Act, que descriminalizava as mulheres.

3- Epidemias mal combatidas

Não é segredo que os nativos americanos foram vítimas das doenças causadas pelos europeus. Quando dezenas de grandes epidemias atingiram as cidades coloniais ao longo dos séculos, as comunidades relativamente isoladas estavam “seguras”.

Para os ricos, havia um procedimento que estava perigosamente à frente de seu tempo. Era chamado de “variolação”. Isso se perfazia em uma espécie de vacinação. Nos estágios iniciais de uma epidemia, uma pequena quantidade de tecido de um paciente seria introduzida para a corrente sanguínea de uma pessoa saudável. Assim, seria possível construir uma imunidade.

Como os procedimentos e tratamentos médicos não eram tão desenvolvidos na época, o cliente cometeria o erro de não se isolar socialmente após o tratamento. Dessa maneira, a variolação exacerbaria as epidemias com as quais supostamente deveria lutar.

4- Campanhas Anti-Conservação

Pensava-se que, limpando florestas, os colonos estavam realmente melhorando o meio ambiente. Como John Adams escreveu em 1756, “todo o continente era uma desordem contínua e desanimada”. Deve-se dizer que, contrariamente às alegações de Adams, os nativos americanos não haviam deixado a terra intocada.

Por exemplo, os moicanos vinham usando fogo para limpar o Vale do Hudson desde pelo menos 1000 d.C. Embora, até onde sabemos, isso fosse apenas para limpar a terra para a agricultura, não para mudar intencionalmente o clima. Essa é uma das tristes realidades da época colonial dos EUA.

5- Servidão contratada: promessas não cumpridas

Embora os servos contratados devessem ter total liberdade após cinco a sete anos de trabalho, uma grande quantidade deles não viveu para ver o fim de seus mandatos. Por exemplo, entre os servos contratados que chegaram à Virgínia de 1609 a 1616, três quartos deles morreram em um ano após a chegada.

Como se isso não bastasse, considere a companhia dos servos contratados. Entre 1630 e 1680, havia 50.000 criados que chegaram pela baía de Chesapeake. Destes, 6 de 7 eram homens que vinham sem cônjuges, filhos ou famílias. E permaneciam assim até os seus últimos dias.

6- Tempo devastador

As colônias foram fundadas durante a última metade de uma época chamada de “Pequena Idade do Gelo”. Foi uma fase geralmente declarada como tendo ocorrido entre 1300 d.C. e 1750 d.C. Como tal, os colonos estavam em ambos os invernos frios e verões que eram, excepcionalmente, secos e quentes.

Houve invernos numerosos nas décadas de 1630 e 1640, que foram igualmente severos. Até mesmo muitos dos invernos mais amenos foram marcados por imensas épocas geladas. Como se isso não fosse suficiente, a Colonial New England e a Virginia estavam excepcionalmente propensas aos furacões. Em 1635, um deles deixou centenas de casas destruídas. Ao menos 46 pessoas morreram. Essa é uma das tristes realidades da época colonial dos EUA.

Em 1667, a Virgínia foi atingida novamente pelo que ficou conhecido como o terrível furacão. Destruiu aproximadamente 10.000 casas e arruinou fazendas e frotas de navios. Para agravar a situação, o desastre foi seguido por 12 dias consecutivos de chuva.

7- Mercado limitado

Embora seja comum olhar para os americanos coloniais como um grupo autossuficiente, uma coleção de documentos, do próprio George Washington, pinta um quadro muito diferente. Em 1757, ele escrevia cartas solicitando de tudo, de móveis a escovas de dente.

Essa é uma das tristes realidades da época colonial dos EUA. A indústria americana era incapaz de processar ou fabricar uma enorme variedade de produtos básicos. Por isso, se via obrigada a comprar todos esses bens da Grã-Bretanha.

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