História

8 coisas que você não sabia sobre o maior acidente nuclear brasileiro

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Os acidentes nucleares envolvem dispositivos nucleares e materiais radioativos. Em alguns casos uma contaminação radioativa acontece, mas em muitos casos o acidente envolve uma fonte selada ou a libertação de radioatividade pequena, enquanto a radiação direta é grande. Bom, muito se fala de acidentes nucleares que aconteceram em usinas, mas sabiam que o Brasil já teve um grande acidente nuclear?

Inclusive, tal acidente foi o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares. Estamos falando do acidente com o césio-137 que aconteceu no dia 13 de setembro de 1987, em Goiânia, capital do estado de Goiás. No caso, houve várias vítimas (incluindo crianças) e um transtorno imensurável para várias famílias. A gente conta mais sobre essa história para vocês nessa matéria com os 8 coisas que você não sabia sobre o maior acidente nuclear brasileiro:

1 – O que é césio-137?

Antes de mais nada é preciso entender o que é césio-137. O césio-137 é um isótopo radioativo resultante da fissão de urânio ou plutônio, é usado em equipamentos de radiografia. Quando a substância é desintegrada e dá origem ao Bário 137, ela passa a emitir radiações gama. Esses raios são bastante nocivos aos seres humanos pois tem grande poder de penetração.

2 – Como o acidente aconteceu?

Dois catadores de papel encontraram um aparelho de radioterapia do Instituto Goiano de Radioterapia. Eles tiveram a infeliz ideia de levar a máquina para casa, mas não tinham noção do perigo que estavam correndo. Depois de tirarem algumas peças, eles venderam o resto da máquina para Devair Alves Ferreira, dono de um ferro-velho. Devair desmontou a máquina e ficou exposto a 19,26 g de cloreto de césio-137 (CsCl). No caso, a substância era um pó branco que brilhava no escuro com uma coloração azul.

Encantando com o brilho, ele resolveu mostrar para toda sua família, amigos e até vizinhos. Durante quatro dias, Devair e outras pessoas ficaram expostos a radiação do césio-137 e o equipamento de radioterapia foi levado para outro estabelecimento do ramo. Depois disso caros amigos, a radiação foi se espalhando cada vez mais.

3 – Os sintomas do ‘brilho da morte’

Depois do primeiro contato com o material, os dois catadores de papel começaram a apresentar sintomas da radiação, como tonturas, náuseas e vômitos. Depois, Devair, sua esposa, Maria Gabriela Ferreira, e outros membros de sua família também apresentara alguns sintomas. Na época, um grande número de pessoas procurou farmácias, mas como ninguém sabia o que estava acontecendo, várias pessoas foram medicadas como portadoras de doenças contagiosas.

4 – A descontaminação do césio-137

Primeiro todos os objetos das pessoas expostas a substância foram confiscados, até os animais de estimação. Depois, as pessoas tomaram um quelante denominado de “azul da Prússia”, que elimina os efeitos da radiação. Infelizmente algumas pessoas morreram pelo fato da descontaminação não ter sido suficiente.

Nos locais contaminados pela radiação, foram retirados cerca de 6 mil toneladas de lixo (roupas, utensílios e materiais de construção).

5 – O material radioativo

Os rejeitos foram colocados em 1.200 caixas, 2.900 tambores e 14 contêineres (revestidos com concreto e aço) e levados para a cidade de Abadia de Goiás. Lá foi construído um depósito onde esse material deve ficar por aproximadamente 600 anos. Esse lixo atômico envolve plantas, animais, materiais de construção e objetos provenientes do hospital abandonado, do ferro-velho e de toda a vizinhança.

6 – Como está o local atualmente?

O supervisor de radiodivisão, César Luis Vieira, que na época trabalhou no acidente, afirma que o risco de contaminação hoje na cidade de Goiânia foi praticamente extinto. Para ele, o nível de radiação da cidade está dentro dos padrões normais. Ele diz que “não há nenhum lugar que não tenha material radioativo, como, por exemplo, o urânio, que está no solo. É o que a gente chama de radiação natural, mas que não oferece risco”. A imagem acima, caros amigos, é de um lote na rua 57, no Centro da cidade, e é um dos lugares que foi contaminado pelo césio-137 e que está inabitado até hoje.

7 – Um dos símbolos da tragédia

Leide das Neves tinha apenas 6 anos de idade quando o acidente aconteceu e ela foi a vítima mais atingida pelo césio-137. Ela acabou se tornando um símbolo da tragédia. Ela brincou bastante com a substância que brilhava à noite. Ela chegou a fazer um lanche depois de brincar com o material radioativo, o que infelizmente fez a garotinha ingerir algumas partículas do pó.

8 – Existem culpados?

Três sócios e funcionários do antigo Instituto Goiano de Radioterapia foram julgados em 1996. Eles foram condenados por homicídio culposo e pegaram três anos e dois meses de prisão. A pena foi substituída por prestação de serviços comunitários.

Muitas vítimas ainda reclamam da omissão do governo para dar assistência médica e de medicamentos. Foi fundada até a Associação de Vítimas Contaminadas por Césio-137 para lutar contra o preconceito que existe até hoje.

Mas e aí, já conhecia todos esses fatos sobre o maior acidente radioativo do Brasil? Comente!

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