As propagandas além de exibirem o produto, serviço ou marca desejada sempre tiveram que apresentar “algo a mais”. Muitas das vezes o conteúdo mostrado servia de atrativo para os clientes e representavam o estilo de vida desejado por aquele público, a famosa “família margarina” que rondou o mercado e os meios de comunicação por muito tempo. Por mais que esse modelo padronizado já não seja bem visto pela sociedade brasileira atual, a ideia central permanece a mesma, divulgar algo que seja atraente para o seu público alvo.
Porem, ao tentarem cumprir esse objetivo muitas gafes são cometidas. Algumas tem uma repercussão tão negativa que chegam a sair do ar, por ter um conteúdo impróprio ou ofensivo. A internet proporcionou um meio de comunicação mais acessível e bilateral. As informações chegam ao seu receptor e logo tem um retorno, uma resposta e opinião sobre aquilo que foi exposto. Essa reciprocidade proporcionada pela internet faz com que a rigidez sobre os conteúdos exibidos pelas propagandas só aumentem. Afinal, se o público rejeita o conteúdo ele cai junto com a marca.
O preconceito, a exclusão e a intolerância não são mais aceitos nas propagandas. Gerando uma resposta negativa sobre a marca e, consequentemente, criando uma imagem negativa sobre ela e diminuindo seu público.
As propagandas a seguir apresentam conteúdos considerados impróprios e inadequados de alguma forma e todas foram vetadas no Brasil.
1 – Segurança negro
A empresa Gallo lançou uma propaganda divulgando o novo vidro escuro do produto, que proporcionaria uma maior durabilidade do conteúdo. A questão polêmica que fez com que o anúncio fosse retirado foi por colocar o “negro” na posição de um segurança. Ao dizer “O vidro escuro é o segurança”. A frase gerou muita repercussão pelo passado histórico do país e não foi aceita pelo público que logo fez com que ela fosse retirada. Mudanças gramaticais como “O vidro escuro é a segurança” foram algumas das sugestões propostas por internautas já que assim estariam remetendo a segurança do produto e não ao serviço de segurança.
2 – Sexualização infantil
O anúncio feito pela Couro Fino gerou muita discussão por colocar a criança em uma situação “sexualizada”. Além da cor vermelha já ser atribuída ao termo Sexy estar bem presente na propaganda a criança ainda usa outros acessórios da mãe e faz bico para a câmera na primeira imagem. A propaganda era direcionada para o dia das crianças porem as características colocadas sobre a menina não eram infantis. Outro fator utilizado para a proibição do anúncio foi pela ausência de roupa na criança que além de sexualizada utilizava apenas uma calcinha.
3 – Cerveja piriguete
Sendo um adjetivo usado para classificar e degradar as mulheres “Piriguete” foi usado na propaganda da Skol para dizer que o produto estava “valendo pouco”. Por ser uma palavra constantemente utilizada para as mulheres e por ter usado de forma comparativa para indicar o baixo valor da cerveja o anúncio foi considerado ofensivo e portanto deixou de ser veiculado após da exigência do público.
4 – Limões falantes
Uma propaganda de grande repercussão no país foi feita pela Pepsi Twist e usava limões falantes como protagonistas. No vídeo os limões faziam varias citações e referências aleatórias e já chegaram a falar até dos animais. O problema era que eles tratavam do assunto de forma meio “polêmica” o que fez com que vários internautas exigissem que ela fosse retirada do ar. Apesar de ter saído de veiculação a maioria deve lembrar dessa propaganda. Anos depois da polêmica a empresa voltou com os personagens fazendo referência ao ocorrido e dizendo que o mundo está muito “sensível” e falando das difamações colocadas sobre eles, os próprios limões, com frases como “Se a vida te der um limão faça uma limonada”.
5 – Disfarçando com a Itaipava
O anúncio da Itaipava mostrava uma situação inadequada na qual o homem se excita com a presença de uma mulher no mar. O ocorrido é seguido por uma “dica” de como se livrar dessa situação e disfarçar para que a sua namorada não veja. A propaganda colocava o namoro do homem do anúncio em questão onde a única coisa que importava era sair livre daquela situação e disfarçar o que aconteceu. O principal motivo para sair do ar foi por ser considerada muito sexualizada.
6 – Blá Blá Blá do Ifood
A propaganda do Ifood foi considerada ofensiva por colocar três homens ignorando a mulher. Ela indaga os homens por não terem comprado comida para ela e após a apresentação do produto todos os homens na sala fazem o famoso gesto de “BlaBlaBla” com a mão para a mulher até que ela saia da sala. De acordo com um dos homens ele poderia fazer seu pedido com uma mão enquanto discutia com a outra. Apesar de levantar esse ponto a campanha foi parar no CONAR por plágio.
7 – Intervenção de campanha e reviravolta
Mais uma vez a campanha da Skol ganha visibilidade devida a sua repercussão negativa nas redes sociais. Depois de veicular uma peça que incitava o “ataque” as mulheres que negam alguma relação com os homens no carnaval ao dizer “Esqueci o “não” em casa” a marca foi atacada pelo publico e até sofreu alterações nas ruas. A intervenção nas placas que continham o anúncio continuavam a frase com “e trouxe o nunca” como uma forma de se opor ao posicionamento da marca. Após perceber a negatividade que rondava a propaganda a empresa refez o anúncio usando a mesma estética mas com frases voltadas para o respeito é para a “aceitação” do não. Uma das frases criadas para isso foi “Não deu jogo? Tire o time de campo” acompanhada de “Neste carnaval, Respeite”.
8 – Comportamento inadequado
A ganância é um ato que a maioria tenta afastar das crianças. Porém, o anúncio incita um comportamento de exibição de bens, feito pelo menino. No vídeo a criança faz com que seu pai pare em um local específico para que seus colegas possam ver o carro que seu pai tem e para que ele possa se exibir. Esse comportamento não deve ser incitado para uma criança e a exposição dele foi reprovada pelos internautas. A propaganda foi barrada por estimular a ostentação e comportamentos reprováveis pela sociedade.
Você acha que esses anúncios tem um conteúdo inadequado e deveriam mesmo ser proibidos? Qual outra propaganda você acha que deveria entrar na lista?
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