A pandemia do coronavírus está deixando todas as pessoas bastante assustadas e surpresas. O COVID-19 surgiu em Wuhan, na China. E por causa de sua intensidade e capacidade de matar as pessoas, o mundo todo está passando por uma situação bastante delicada e está em estado de alerta. Governos do mundo todo tomaram medidas, para proteger seus cidadãos e evitar um contágio ainda maior.
O surto do vírus já mudou vários hábitos das pessoas. Desde que o vírus foi identificado, ele tem gerado várias dúvidas e receios nas pessoas. Por causa disso, os órgãos oficiais indicaram as medidas que são necessárias, para tentar diminuir a disseminação do vírus.
Conforme o tempo foi passando as notícias e informações sobre o novo coronavírus foram sendo compartilhadas e melhores entendidas. Agora que as regras de isolamento social estão sendo afrouxadas e estabelecimentos estão podendo reabrir suas portas algumas medidas tem que ser tomadas.
Uma coisa bastante comum é a verificação de temperatura, logo na porta dos estabelecimentos, para medir se a pessoa está com febre. Se a temperatura estiver acimad os 38º a pessoa não pode entrar no estabelecimento.
Vários decretos, tanto estaduais quanto municipais por todo país recomendaram ou obrigaram os estabelecimentos a fazer esse procedimento em todos seus clientes e funcionários.
Mas segundo alertam os pesquisadores, esse procedimento não é apoiado em nenhuma evidência científica. E, na realidade, pode ajudar o novo coronavírus a infectar mais pessoas.
“Nunca houve dados que demonstrem que isso impediu qualquer transmissão de COVID-19. A verificação da temperatura não tem valor. Deveria ser abandonada”, disse Eric Topol, vice-presidente executivo do Scripps Research.
Medições
Essas medições de temperatura surgiram para barras as pessoas na epidemia de SARS, nos anos 2000. Já que a temperatura corporal era uma boa indicação de uma possível infecção pela SARS. Até porque 86% dos infectados tinham febre.
Entretanto, o SARS-CoV-2, que é o causador do COVID-19, é diferente do vírus da epidemia passada em alguns aspectos fundamentais. O que “tornam as verificações de temperatura quase inúteis agora”, afirmou Mara Aspinall, professora de diagnóstico biomédico da Arizona State University e presidente de uma empresa de biotecnologia.
Não funciona
De acordo com os dados coletados até o momento sobre o COVID-19, menos de 50% dos pacientes infectados têm febre. E as pessoas que são contagiosas transmitem o vírus, antes de apresentarem uma temperatura alta.
Então é pouco provável que as pessoas que tem maior chance de transmitir o vírus de forma assintomática, geralmente jovens, e os mais vulneráveis, pessoas acima de 65 anos e com imunidade comprometida, apresentem febre.
Segundo Andrew Morris, professor de medicina da Universidade de Toronto, as pessoas mais jovens podem ter o vírus sem ter nenhum tipo de sinal. Enquanto os idosos e imunocomprometidos podem não ter uma saúde suficientes para desenvolver febre.
Parar com a prática
Outro ponto levantado por Mara foi que “há muitas outras doenças que se apresentam com febre, tornando este um teste de triagem ineficaz. Uma medida que não é sensível e nem específica não é uma boa medida. Isso também pode dar às pessoas uma falsa sensação de segurança”.
Essas pessoas com a falsa sensação de segurança tendem a se arriscar mais, mesmo que inconscientemente. E acabam se descuidando de outros aspectos importantes para a prevenção do coronavírus como o uso certo de máscaras, a lavagem das mãos com frequência e outros.
Além disso, ela também diz que uma pessoa infectada com o novo coronavírus que tiver febre consegue facilmente diminuí-la apenas tomando um paracetamol e então consegue passar por essa triagem na porta dos estabelecimentos sem problema nenhum.
Por conta desses fatores, é que as medições de temperatura para o novo coronavírus não ajudam. E ainda têm um potencial de causar mais danos às pessoas.
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