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A simulação do Coronavírus feita há 90 dias previa 65 milhões de mortes

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Enquanto todos estão surpresos e assustados com as notícias a respeito da pandemia de coronavírus, um cientista em particular não. Quando surgiram as primeiras notícias, de um misterioso surto de um vírus na China, no começo do ano, Eric Toner, pesquisador do Johns Hopkins Center for Health Security, já previa algo semelhante. Cerca de três meses antes do surto, o pesquisador já tinha feito uma simulação de uma pandemia global envolvendo um tipo de coronavírus.

Os vírus desse tipo, geralmente, afetam o trato respiratório e podem causar doenças como pneumonia ou um resfriado comum. Um coronavírus também foi o responsável por um surto de síndrome respiratória aguda grave, na China. Na época, em meados dos anos 2000, o coronavírus infectou cerca de 8 mil pessoas e matou 774. “Penso há muito tempo que o vírus mais provável que poderia causar uma nova pandemia seria um coronavírus”, disse Toner. Na sua simulação, uma doença como essa poderia marcar cerca de 65 milhões de pessoas.

O coronavírus

Até o momento o vírus já foi relatado na Tailândia, Japão, Coréia do Sul, Taiwan, Vietnã, Cingapura, e Arábia Saudita. Os Estados Unidos já relataram o seu primeiro caso na terça-feira. No Brasil, até então só tem casos suspeitos, nenhum confirmado ainda. Até agora, o vírus já matou 81 pessoas e infectou mais de 2.700.

“Ainda não sabemos o quão contagioso é. Sabemos que está sendo espalhado de pessoa para pessoa, mas não sabemos até que ponto”, disse Toner. “Uma primeira impressão inicial é que isso é significativamente mais suave que o SARS. Portanto, isso é reconfortante. Por outro lado, pode ser mais transmissível que o SARS, pelo menos na comunidade”.

A simulação, feita por Toner e sua equipe, mostra uma hipotética pandemia mortal de coronavírus, que depois de seis meses, todos os países do mundo teriam casos oficiais da doença. Dentro de 18 meses, cerca de 65 milhões de pessoas poderiam morrer em decorrência da doença.

A simulação

Na tal simulação de laboratório, a doença seria resistente a qualquer vacina moderna já inventada. Seria muito mais mortal do que o SARS (Síndrome respiratória aguda grave), mas quase tão fácil de pegar, quanto uma gripe comum.

Na simulação, o surto de mentira começaria pequeno. Os agricultores começariam a apresentar sintomas parecidos a gripe comum ou a pneumonia. Depois disso, o vírus se espalharia por centros urbano lotados e empobrecidos da América do Sul.

Nesse cenário hipotético, os voos seriam cancelados e as reservas de viagem cairiam 45%. As pessoas disseminariam informações falsas através das mídias sociais. Depois de seis meses, o vírus já estaria espalhado pelo mundo inteiro. Um ano depois, já teria feito 65 milhões de vítimas.

Essa pandemia simulada do Toner também desencadearia uma crise financeira global, onde as bolsas de valores cairiam de 20% a 40% e o produto interno bruto global cairia 11%.

“O ponto que tentamos enfatizar em nosso exercício em outubro é que não se trata apenas das consequências para a saúde”, disse Toner. “É sobre as consequências para as economias e sociedades”.

O cientista ainda acrescentou que o coronavírus de Wuhan poderia ter efeitos econômicos significativos, caso o número total de casos da doença chegasse à muitas pessoas.

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