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Afinal, por que é seguro viver em Hiroshima ou Nagasaki, mas não em Chernobyl?

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Podemos afirmar que dominar a energia nuclear foi um dos maiores avanços da raça humana. No entanto, manusear essa energia tão delicada também desencadeou algumas das tragédias que mais marcaram a história da humanidade. Entre essas tragédias, podemos citar o ataque das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, e a explosão da usina Chernobyl. Com isso, até hoje, a região de Chernobyl permanece inabitável. Contudo, é seguro viver em Hiroshima ou Nagasaki. Dito isso, nós nos perguntamos qual a diferença das tragédias e por que é possível viver nas cidades do ataque, mas não em Chernobyl?

Em 6 e 9 de agosto de 1945, Hiroshima e Nagasaki, no Japão, foram bombardeadas por duas bombas atômicas em um ataque premeditado realizado pelos Estados Unidos. Até o final do mesmo ano, estimasse que cerca de 110 mil pessoas tenham morrido pelo resultado da explosão. Enquanto isso, outros estudos afirmam que esse número é muito maior, atingindo os 210 mil mortos. Mas, para além disso, a radiação fez com as pessoas e descendentes dos moradores da região, desenvolvessem doenças como câncer e leucemia.

Como a energia foi liberada em cada um dos casos?

Depois de Hiroshima e Nagasaki, nenhum outro país lançou um ataque no nuclear. Até que, em 26 de abril de 1986, um dos reatores da usina nuclear de Chernobyl explodiu na Ucrânia. Imediatamente, duas pessoas foram mortas. Enquanto isso, 134 membros das equipes de emergência tiveram uma síndrome de radiação aguda. Desse número, 28 pessoas morreram nos meses seguintes e outras 19 um pouco depois. Em todos os casos, os sobreviventes sofreram lesões na pele e nos olhos. Isso aconteceu por causa da exposição direta ao material radioativo.

Com o tempo, um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que até 4.000 pessoas haviam sido mortas de forma direta, ou não, pela explosão em Chernobyl. Com isso, esse se tornou o maior vazamento acidental da história da energia nuclear. Desse modo, enquanto a região é isolada em um período de 30 quilômetros até os dias de hoje, Hiroshima e Nagasaki seguem com consequências menores da explosão.

Para entendermos o que aconteceu em cada um dos casos, precisamos entender melhor o tipo de energia que se encontrava em cada uma das explosões. Além de também, a altura em que elas ocorreram em comparação as cidades.

Regiões que estão completamente isoladas até hoje

No caso de Hiroshima e Nagasaki, as bombas se dissiparam em uma cadeia rápida. Por outro lado, no caso de Chernobyl, tudo aconteceu em uma reação mais lenta. Por isso, materiais radiativos continuam sendo liberados e continuarão pelos próximos anos. “Os produtos que surgem da fissão lenta são muito mais tóxicos para os humanos”, afirma Michael Gordin, historiador especialista em ciências físicas na Universidade de Princeton.

Enquanto a bomba de Hiroshima contava com 64 kg de urânio enriquecido, dos quais, apenas um 1 kg fissionado, a escala de radiação em Chernobyl era muito maior. Por se tratar de um reator, haviam toneladas de urânio enriquecido. “Isso significa que provavelmente tinha várias centenas de quilos de materiais físseis dentro dela”, afirma Alex Wellerstein, historiador especialista em armas nucleares do Stevens Institute of Technology, nos Estados Unidos. Por esse e outros fatores, a radiação liberada em Chernobyl era 100 vezes maior do que a das bombas de Hiroshima e Nagasaki.

Por fim, a altura se mostrou um quesito importante para entendermos as tragédias. Em Hiroshima e Nagasaki, as bombas explodiram a mais de 500 metros acima do solo. Por isso, as partículas foram reduzidas até atingirem o solo. Enquanto em Chernobyl, o nível do solo e o incêndio contiveram o material radioativo. “Nessa situação, o que você tem é muita contaminação em uma área relativamente local, no caso, o chão”, afirma Wellerstein.

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