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Alunas estão construindo a própria escola de balé no Complexo do Alemão

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Há sempre esperança quando percebemos a situação com olhos mais atentos. Milhões de crianças sonham em se aperfeiçoar em danças como o hip hop, salsa e/ou balé. Algumas têm a oportunidade de aprender, mas outras só possuem a capacidade de imaginar o que poderia ter acontecido. Tuany Nascimento, representando a vontade de todas as crianças que sonham e não podem, criou o projeto Na Ponta dos Pés no Complexo do Alemão/zona norte do Rio de Janeiro. A iniciativa visa formar/transformar a vidas de crianças e jovens por meio do balé. As aulas acontecem na única quadra da comunidade, que é aberta e não proporciona segurança alguma. O medo de ser atingido num tiroteio não deveria fazer parte de suas preocupações. Porém, é um perigo real. Apesar disso, Na Ponta dos Pés persiste resistindo. E hoje, as alunas estão construindo a própria escola de balé no Complexo do Alemão.

Fotos das alunas transportando blocos e sacos de cimento pelas ruas estreitas da favela mostram o progresso da obra. Elas estão sendo postadas no Instagram pela própria bailarina brasileira Tuany Nascimento. “Neste momento para o Brasil, construir nosso espaço é mais que a realização de um sonho – é um poderoso grito de resistência”, disse ela para o VICE.

Progressos e antecedentes

O documentário Balé & Balas: Dançando pra Fora da Favela ganhou o sonhado lançamento pela VICE em 2018. A bailarina brasileira Tuany Nascimento conta a história da Na Ponta dos Pés – uma escola de balé que ela fundou em uma das maiores favelas do Rio de Janeiro. “O centro cultural Na Ponta dos Pés é mais que dança, é uma prova de que podemos fazer qualquer coisa”, afirmou Tuany.

Quando o documentário saiu (outubro de 2018), a VICE elaborou uma campanha de financiamento coletivo para ajudar com o projeto. A iniciativa atingiu seu objetivo de £5 mil [cerca de R$25 mil] em apenas uma semana. Além disso, mensagens de apoio apareceram de todas as partes do mundo. O dinheiro levantado quase dobrou desde então.

A construção do centro comunitário começou no final de fevereiro e o local finalmente está tomando forma. Tuany Nascimento começou a documentar o progresso da construção pelo seu Instagram, postando fotos de suas alunas transportando blocos e sacos de cimento pelas ruas estreitas da favela.

Protagonismo e força em meio ao caos

Para deixar sua marca no prédio, as garotas escreveram seus nomes em alguns dos blocos e coloraram cartas sobre suas ambições nos vãos das paredes. “Este é um lugar para protagonismo e força”, continuou Tuany. “O centro cultural Na Ponta dos Pés é mais que apenas sobre dança – é uma prova de que podemos fazer qualquer coisa”. O prédio vai funcionar como um santuário para Tuany e suas alunas, com bastante aulas e mensagens fortalecedoras para permanecerem motivadas.

As alunas estão construindo a própria escola de balé no Complexo do Alemão! E você, o que acha desta iniciativa? É realmente possível fazer da arte uma espécie de trampolim simbólico de resistência e força? Bom, talvez na dança elas consigam encontrar a rede de apoio que muitas vezes não se denota pelos órgãos públicos. Adiante é que se caminha.

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