Mundo Animal

Animais choram pelos mortos?

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Conhecemos e vivenciamos o mundo pela perspectiva humana. Poucos são aqueles que exercitam a empatia e se põe no lugar dos outros seres que vivem e dividem o planeta com a nossa espécie. Na verdade, muitos julgam os demais animais como apenas algo a mais para ser explorado e servir as nossas necessidades.

Essas pessoas não costumam levar em consideração que os animais, assim como nós, possuem e podem demonstrar sentimentos. Eles sentem o mundo de sua maneira e alguns deles até mesmo vivem o luto. Obviamente, este luto não se caracteriza da mesma forma que os ritos, criados pelos humanos. Mas você já parou para observar e se perguntar como um animal vive a perda de um ente?

De acordo com a antropóloga e escritora científica, Barbara King, essas respostas serão diferentes para espécies diferentes. Ainda segundo King, “o luto animal é definido por alguma resposta visível à morte que vai além da curiosidade ou da exploração e inclui rotinas diárias alteradas mais sinais de sofrimento emocional”.

Por muito tempo, mesmo entre a comunidade científica, as pessoas pensavam que apenas os seres humanos e alguns primatas eram capazes de viver o luto. No entanto, pesquisas mais recentes sobre o comportamento animal têm mostrado que demonstrações podem ser vistas em todo reino animal.

Luto animal

Um novo campo de pesquisa, chamado “tanatologia comparada”, foi desenvolvido por cientistas nos últimos anos. Compreende-se por este como o estudo científico da morte e do morrer em outras espécies. Esses estudos devem nos ajudar a compreender mais profundamente a respeito de como os animais respondem à morte. Em seus estudos, três animais muito conhecidos deram um vislumbre de como suas comunidades lidam com a morte.

Há algum tempo, já é do conhecimento dos cientistas sobre como alguns elefantes respondem à morte. Ao entrarem em contato com algum espécime morto, eles geralmente não emitem nenhum som e costumam a passar algum tempo “investigando” o corpo morto com a tromba e os pés. Em um de seus livros, King descreve às respostas de alguns elefantes à morte da matriarca de seu bando vivia na Reserva Nacional de Samburu, no Quênia.

Nas horas finais do animal, um outro membro do bando se aproximou e tentou colocá-lo de pé. Mas, por estar muito fraco, o animal acabou caindo novamente. King descreve como o animal saudável ficou “visivelmente angustiado”. Ele não se afastava do corpo moribundo e empurrava seu corpo como numa tentativa de animá-lo. Depois que ele morreu, elefantes de cinco famílias diferentes visitaram seu corpo. De acordo com King, todos os movimentos dos elefantes do bando da matriarca eram vistos com “visível pesar”.

Visível pesar

Em 2019, pesquisadores do Ruanda e da República Democrática do Congo descreveram três casos de gorilas,que choraram por seus mortos em um artigo no PeerJ. Após a morte de um casal de gorilas, os sobreviventes, que mantinham laços sociais com eles, passaram um longo tempo ao lado deles. Um deles, até mesmo dormiu com um dos mortos, em um ninho.

Em pesquisas recentes, pesquisadores da Universidade de Oxford sugeriram que pássaros cantores usam da morte para se aproximarem uns dos outros. De acordo com os pesquisadores, as aves “sobreviventes” fortalecem suas relações sociais, quando há a perda de membros de seu grupo.

Em um estudo, os pesquisadores acompanharam um bando de aproximadamente 500 pássaros durante alguns invernos. Aleatoriamente, eram removidos alguns pássaros para ver como os demais reagiam. “Descobrimos que as aves individuais se adaptam à perda de um rebanho, aumentando não apenas o número e a rigidez de seus relacionamentos sociais com os outros, mas também sua conexão geral na rede social dos indivíduos restantes”, disse Josh Firth, principal autor do estudo.

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