Notícias

Antártica marca temperatura 30°C acima do esperado

0

A Antártica Oriental registrou, nesta última semana, temperaturas de mais de 30°C acima do esperado, um “recorde absoluto”, de acordo com informações de especialistas, compartilhadas no Twitter.

A base de pesquisa franco-italiana Concórdia, instalada na cúpula C do planalto antártico, a mais de 3 km de altitude, registrou, na sexta-feira (18), -11,5°C. “Um recorde absoluto para todos os meses combinados, superior aos -13,7°C em 17 de dezembro de 2016”, afirma Etienne Kapikian, do Météo-France, o serviço meteorológico nacional da França.

“Esta é a época em que as temperaturas deveriam cair rapidamente, já que o solstício de verão ocorre em dezembro”, informou Jonathan Wille, pesquisador do Instituto de Geociências Ambientais de Grenoble.

Foto: Silversea / Divulgação

Mesmo que as temperaturas devessem ter caído com o fim do verão no Hemisfério Sul, a base de Dumont d’Urville, que está localizada na costa da Terra Adelia, registrou o recorde do mês de março mais ameno, com 4,9°C, e temperatura mínima de 0,2° C em 18 de março.

Gaëtan Heymes, especialista da Météo-France, explicou que isso se trata de um “evento historicamente ameno no leste” do continente congelado, com temperaturas de 30ºC a 35°C acima das normas sazonais.

“Esta onda de calor na Antártica está mudando o que pensávamos ser possível para o clima antártico”, completou o especialista.

No momento em que um evento acontece, não é possível atribuí-lo às mudanças climáticas. No entanto, de acordo com o especialista, um dos sinais mais perceptíveis do aquecimento global é o aumento do número e da intensidade das ondas de calor.

Em fevereiro de 2022, a camada de gelo da Antártica atingiu sua menor área desde o início das medições por satélite, no ano de 1979. Segundo informações do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos, foram registrados menos de 2 milhões de km² de gelo.

Antártica e o Ártico sofrem com “estranhas” ondas de calor simultâneas

Foto: pranodhm / iStock

Na última sexta-feira, 18 de março, as temperaturas na Antártica chegaram a bater pouco mais de -12º Celsius, o que significa um aumento de 40ºC em relação à média da região. O número foi considerado um recorde por especialistas, que estranham essa temperatura, visto que a estação no local é o outono. 

No lado oposto do globo, os pesquisadores do Ártico registraram temperaturas de 30º Celsius mais quentes que a média esperada, tornando essa situação ainda mais incomum.

“São estações opostas. Você não vê os pólos norte e sul derretendo ao mesmo tempo. É definitivamente uma ocorrência incomum”, disse o cientista Walt Meier, em entrevista para a Associated Press.

Foto: Gisele Federicce

De maneira geral, a tendência registrada nos últimos séculos é que o polo sul se aqueça mais devagar em comparação ao restante do mundo, de forma que o recente recorde de calor na Antártica provoque um estranhamento.

A hipótese apresentada por Meier é de que se trata de um episódio isolado. Contudo, se o mesmo registro se repetir nos próximos anos, é sinal de que a situação está relacionada ao aquecimento global.

A situação notada no Ártico, por sua vez, é de uma subida de temperatura três vezes mais rápida que o aumento que está acontecendo no restante do mundo, de acordo com informações divulgadas pelo portal Phys Org. Por causa disso, o crescente derretimento do gelo, no polo norte, não é uma grande surpresa, mesmo que continue sendo um fator preocupante.

“Eu nunca vi nada assim na Antártida”, informa o cientista da Universidade do Colorado, Ted Scambos, que voltou de uma recente expedição ao continente. 

“Não é um bom sinal quando você vê esse tipo de coisa acontecer”, disse Matthew Lazzara, da Universidade de Wisconsin, de acordo com Phys Org.

Fonte: G1, Aventuras na História

Como uma tempestade solar grande o suficiente pode mudar o mundo?

Artigo anterior

O que faz de você uma pessoa chata?

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido