Ciência e Tecnologia

Após cinco meses de apagão, sonda espacial mais distante da Terra manda sinal à Nasa

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Após cinco meses sem dar sinal, a sonda espacial Voyager 1, a mais distante do planeta Terra, conseguiu transmitir dados para a NASA, a agência espacial norte-americana.

Lançada há 46 anos, a sonda está a 24 bilhões de quilômetros da Terra, de acordo com a agência. No entanto, desde novembro de 2023, as equipes não tinham conseguido estabelecer contato com ela.

Os engenheiros passaram os últimos meses investigando o que poderia ter ocorrido.

Os controladores da sonda indicavam que ela estava recebendo comandos, mas a falha só foi identificada no mês passado: um dos três computadores de bordo apresentava problemas.

Esse computador é responsável por empacotar os dados científicos e de engenharia antes de serem enviados para a Terra. Devido ao problema, embora estivesse captando dados, a sonda não conseguia transmitir as informações.

A falha foi causada por um único chip defeituoso no equipamento, que comprometeu os códigos responsáveis por essa tradução.

Eles implementaram uma nova solução em 18 de abril e na terça-feira (22), os cientistas receberam informações da Voyager 1 pela primeira vez em cinco meses.

Via Flickr

Voyager 1

O Voyager 1 é uma sonda espacial lançada pela NASA em setembro de 1977, como parte do programa Voyager com o objetivo de explorar os planetas exteriores do nosso sistema solar.

A missão original era estudar Júpiter e Saturno. Ela foi lançada algumas semanas após a Voyager 2, que tinha uma trajetória um pouco diferente para possibilitar a exploração de Urano e Netuno mais tarde.

Esse caso chamou a atenção por serem sondas gêmeas, desenvolvidas no mesmo período de tempo, mas com lançamentos ligeiramente separados. Por isso o Voyager 1 recebeu o batismo com um número antes da segunda sonda, mesmo indo ao espaço depois.

Desde sua atividade, ele forneceu muitas descobertas importantes durante sua missão. O equipamento realizou aproximações próximas de Júpiter em março de 1979 e de Saturno em novembro de 1980.

As observações desses planetas revelaram detalhes fascinantes, como vulcões ativos em Io, uma das luas de Júpiter, e os anéis complexos de Saturno.

Após concluir sua missão primária, a Voyager 1 continuou sua jornada para além do sistema solar. Em 25 de agosto de 2012, tornou-se a primeira sonda espacial a entrar no espaço interestelar, marcando um marco histórico ao deixar a heliosfera, a região dominada pelo vento solar do Sol.

Afastado da Terra

Via PICRYL

Atualmente, a Voyager 1 está tão afastada da Terra quanto possível, em uma medida que dá aproximadamente 150 unidades astronômicas. Isso a torna a sonda mais distante e mais rápida já lançada pela humanidade. A comunicação com a sonda leva cerca de 21 horas para alcançar a Terra devido à sua distância extrema.

Por isso os cientistas se preocuparam com a falta de resposta durante tanto tempo. Estando tão longe e tendo um marco tão fundamental na história espacial, é importante que a sonda, pelo menos, envie atualizações sobre seu estado, mesmo quando parar de funcionar.

Além disso, ela está muito longe para um resgate ou envio de astronautas para consertos manuais. Assim, resta uma observação à distância para lidar com eventuais imprevistos.

É surpreendente que, embora a Voyager 1 esteja agora no espaço interestelar, seus instrumentos científicos ainda estão funcionando. Ela continua a transmitir dados sobre o ambiente interestelar e espera-se que continue sua jornada interestelar por muitos milhares de anos.

Ainda, vale mencionar uma característica interessante da Voyager 1 (e da Voyager 2). Ambas estão no “Golden Record”, um disco de ouro que contém sons e imagens da Terra, selecionados para representar a diversidade da vida e da cultura na Terra, juntamente com saudações em muitos idiomas.

Ou seja, se extraterrestres tentarem contato, eles receberão diversos materiais e essas duas sondas significativas.

 

Fonte: G1, Wikipedia

Imagens: Flickr, PICRYL

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