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Arte rupestre em caverna mostra que indígenas norte-americanos usavam substâncias alucinógenas

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Uma misteriosa pintura rupestre de um catavento encontrada recentemente em uma caverna prova que os Chumash, indígenas norte-americanos, eram adeptos de alucinógenos. De acordo com especialistas, o catavento é uma representação da delicada flor Datura wrightii, um poderoso alucinógeno natural.

Em um recente estudo publicado, na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, os especialistas reveleram que o os indígenas não a utilizavam apenas em cerimônias, mas para fins medicinais e também em rituais.

Segundo os pesquisadores, essa é a primeira arte rupestre que “evidencia claramente a ingestão de alucinógenos”. A representação da flor estava em uma caverna da Califórnia.

Para os pesquisadores, quem registrou a flor não possuía uma grande estatura, afinal, a pintura estava em ponto mediano da caverna. Além disso, os pesquisadores acreditam que não seria possível registrar a flor em nenhum outro ponto.

“É extremamente improvável por causa dos efeitos debilitantes da Datura”, disse David Robinson, arqueólogo da Universidade Central de Lancashire, na Inglaterra.

A pintura rupestre

Os arqueólogos descobriram a pintura rupestre em 1999, quando trabalhadores da Wild Wolves Preserve informaram as autoridades que haviam encontrado um catavento e um inseto pintado em uma caverna. A Wild Wolves Preserve é uma reserva natural que está a cerca de 145 quilômetros a nordeste de Santa Bárbara. Os desenhos, meramente representativos, foram feitos com ocre, um mineral avermelhado.

Em suma, o desenho, para os leigos, jamais representaria uma flor. No entanto, para quem entende sobre o assunto, o catavento é uma representação fiel da flor de Datura.

De acordo com botânicos que estudam a flor, a Datura, também conhecida como jimsonweed e trombeta de anjo, se abre ao anoitecer ou ao amanhecer para ser polinizada, mas com a forte presença do calor, se retorce. Certamente, é por esse motivo que a flor foi registrada de uma forma tão semelhante a um catavento.

O povo Chumash

Com a pintura rupestre, tem-se, agora, total certeza que o povo Chumash sempre usou a Datura em cerimônias que marcavam a maioridade, para fins medicinais e até mesmo para erradicar energias sobrenaturais negativas, como, por exemplo, fantasmas. Acredita-se que os indígenas a utilizavam também para ver o futuro ou encontrar objetos perdidos.

Segundo os envolvidos no estudo, nas cerimônias de maioridade, meninas e meninos em ingeriam um chá chamado toloache. Logo após a ingestão da bebida, os jovens da tribo entravam em transe.

Além da pintura rupestre, outra evidência que garante o uso da Datura em cerimônias foi a presença de misteriosas libras nas fendas do teto. As libras, encontradas também em outros sítios arqueológicos no sudoeste americano, são plantas que ao serem mastigadas liberam nutrientes ou estimulantes, como, por exemplo, a iúca, agave ou tabaco.

“As libras apresentavam marcas ocasionadas pelos molares, ou seja, eles as mastigavam”, disse Robinson. “Cada libra era, portanto, uma única ‘dose’”, completou o arqueólogo.

Para os pesquisadores, os Chumash usaram a caverna entre 1600 e o final do século XIX. Os arqueólogos também encontraram pontas de projéteis e um endireitador de flecha. Os objetos indicam que a caverna serviu como local de preparo para ferramentas de caça.

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