História

As monjas de Loudun: O maior caso de possessão demoníaca coletiva da história

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Pode se dizer que toda essa história de exorcismo começou em 1617 com a chegada do padre Urbain Grandier, que ficaria encarregado da paróquia de St-Pierre-du-Marché. O padre teria nascido em Bourere em 1590. Era de boa família, teve uma boa educação com os jesuítas e tinha uma boa aparência física. Mesmo sendo um padre, Grandier tinha uma alta popularidade com mulheres viúvas, com as quais ele mantinha relação. Não feliz só com isso, ele tinha como objetivo seduzir Philippa Tricant, filha do procurador real. Depois de conseguir o feito e engravidar Tricant, ele não assumiu a criança, mesmo que a paternidade fosse de conhecimento comum. Então foi a vez de Madeleine Brou, cujo os pais era os nobres mais ricos das província.

As várias aventuras de Grandier, somados com seu comportamento arrogante, o fizeram ganhar muitos inimigos em Loudun. Por essa razão, em 1629, ele foi preso acusado de imoralidade. Em 3 de março de 1630, ele foi considerado culpado de suas ações, com pena de se afastar de suas funções sacerdotais por cinco anos. Isso significou sua ruína econômica. Desesperado, ele apelou para o bispo e usou de todas as suas influências para pressioná-lo, de modo que ele finalmente fosse absolvido.

Tudo parecia estar correndo bem, mas em apenas três meses ele se encontrou em outras duas encruzilhadas. A primeira foi o pedido do cardeal Richeliey de demolir a fortaleza de Loudon, Grandier, em resposta a opinião pública. Ele se opôs publicamente pois a cidade ficaria indefesa a seres malignos, ganhando assim o ressentimento do ministro. A segunda situação se relacionava aos inimigos que ele tinha feito e queriam se livrar dele.

A Madre (título feminino honorífico-hierárquico cristão), Jeanne des Anges, ofereceu a Grandier o cargo de confessor das dezessetes freiras que formaram uma comunidade e que foram na maior porte de origem nobre. Grandier, desconfiado de algo, recusou a oferta. Quem assumiu tal tarefa foi Cânom Mignon, uma das pessoas que o odiavam porque, de uma maneira estranha, ele o invejava.

Mignon, junto de seu assistente, o padre Pierre Barré, foram os pivôs de um acontecimento. De acordo com uns dos subordinados do bispo que queriam se livrar de Grandier, ele sugeriu o plano de convencer as freiras a fingir uma possessão diabólica. A situação começou a ficar crítica quando a Madre Jeanne des Anges confessou a Mignon suas fantasias sexuais com Grandier, que segunda ela, ele lhe apareceu sob a forma de um anjo para atraí-la, estendendo a dominação as outras irmãs. Segundo Jeanne, dois demônios chamados Asmodeo e Zabulón estariam ajudando Grandier.

Exorcismo de freiras

Não sabe o real motivo para isso, mas Mignon e Barré, ajudados pelos sacerdotes de Veniers e Chinon, começaram a realizar exorcismos no convento. A cena para tal ação é a que vemos em muitos filmes: convulsões violentas, gritos inusitados, movimentos obscenos, xingamentos e etc. Grandier recomendou que o xerife local evitasse tudo aquilo, que Mignon e os outros realmente estavam ficando loucos.

No entanto, ele foi completamente ignorado e os exorcismos continuaram. Em 21 de março de 1633, um pedido para impedir o exorcismo e limitar as freiras em suas células foi aceito. Com isso Grandier conseguiu novamente o desespero de seus inimigos, que foram atrás de sua última esperança, o cardeal Richelieu.

Foi Jean de Laubardemont, parente de Jeanne des Anges e amigo de Richelieu, que apareceu diante dos acontecimentos de Loudun. Ao ser notificado do que havia acontecido, Richelieu (ministro), se lembrou da rejeição de Grandier sobre a demolição da fortaleza. O ministro Luiz Xlll mudou para Loundun, para investigar o caso e prender Grandier por feitiçaria.

Assim, as freiras foram novamente exorcizadas. A coisa mais curiosa sobre tudo isso foi que os exorcismos foram realizados publicamente. Todos os dias milhares de pessoas participavam como se fosse um grande evento. Isso não pegou muito bem para a imagem de Grandier, que ganhou o rancor das pessoas, quando descobriram as acusações das freiras sobre suas aventuras sexuais.

Conforme o tempo passou, novos demônios foram envolvidos na história. Alguns deles foram: Astoroth, Gresil, Amand, Leviathan, Behemoth, Beherie, Easas, Celsus, Acaos, Cedon, Naphtali, Cham, Ureil e Achas. Cada dia que se passava novos nomes iam surgindo, até que Grandier. Vendo o que estava por vir, se ofereceu para exorcizar as Freitas.

Maldição

Exorcismo

Segundo o padre Gault, ele obteve por meio do demônio Asmodeo a confissão de que ele havia feito um acordo com Grandier, que assinou documentos com o próprio sangue. E como se fosse um verdadeiro golpe de estado, ele mostrou o suposto acordo a todos. Grandier estava em uma situação difícil. A própria Jeanne de Anges, veio ao julgamento com uma corda em volta do pescoço, avisando que ela se mataria se não fosse ouvida. Mas pessoas ali presentes disseram que tudo era um truque demoníaco para tentar salvar Grandier e todo o processo continuou com a ameaça de qualquer pessoa que tentasse defender Grandier ser preso. Dessa maneira havia setenta e dois testemunhos contra o acusado e nenhuma defesa. Em 18 de agosto ele foi considerado culpado de todas as acusações e Grandier seria queimado vivo.

Após momentos de tortura, Grandier não sobreviveu aos momentos agoniantes. O mais surpreendente foi que vários exorcistas que participaram do exorcismo das freiras foram morrendo um após o outro. Todos acreditaram que foi uma maldição que caíra sobre eles quando condenaram Grandier a morte.

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