Desde muito tempo, somos condicionados pelos filmes a acreditar que talvez exista a possibilidade de haver vida inteligente em outro lugar no universo. Muitas pessoas são fascinadas por essa possibilidade e dedicam suas vidas, para achar vida fora da Terra.
Temos que concordar que não são todas as pessoas que acreditam que, de fato, possa existir vida em outros planetas. Mas diferentemente desse tipo de pensamento, a ciência e a física vêm nos revelando, que a probabilidade de existir vida lá fora é realmente muito alta. Além do que, é muito egoísta pensar que nós estaríamos sozinhos no universo tão grande.
Na visão de Laysa Peixoto, astronauta brasileira, encontrar vida em outros planetas é apenas uma questão de tempo. Ela falou a respeito do seu trabalho na NASA L’SPACE Academy. em um painel da CCXP23 Unlock – uma edição especial e exclusiva para convidados da Comic Con Experience.
Possibilidade
Quando ela tinha 19 anos, Laysa se tornou a primeira brasileira a comandar uma equipe da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos. Hoje em dia, ela trabalha na academia do órgão e cria tecnologias para explorar o espaço. Além é claro de fazer o treinamento para ser a primeira mulher brasileira a ir para o espaço.
“Eu, pessoalmente, acredito muito na possibilidade de vida inteligente no universo. Já a Laysa cientista acredita que estamos mais próximos de encontrar vida, qualquer tipo, até inclusive tipos de vida que não conseguimos identificar até o momento”, disse ela.
Conforme a astronauta explicou, existem várias formas de vida no espaço e que são bem diferentes da ideia e formato de “vida inteligente” que as pessoas tem em mente por conta dos filmes de ficção científica.
“Tem sido muito rápida a descoberta por planetas e temos identificado água [nesses planetas], que é essencial para a vida. Acredito até que vamos encontrar vida em Marte nas próximas expedições”, continuou.
Representatividade
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Foi em 2020 que Laysa se envolveu com astronomia e astrofísica depois de ter tido uma aula com Andrea Ghez, ganhadora do prêmio Nobel de física daquele ano por conta da sua pesquisa a respeito de buraco negro. “Com a história dela, vi que tinha caminho para a minha história”, contou Laysa.
Assim como vários outros setores, o da astronomia e astrofísica também é majoritariamente masculino. Na visão da astronauta brasileira, a primeira coisa a ser feita para mudar essa realidade é mudar a representação desse tipo de profissional no cinema e na televisão. “Eu acredito que precisa ter mais representação de mulheres nos filmes de ficção científica, como cientistas e navegadoras”, pontuou.
Outro ponto levantado por Laysa é que é preciso trabalhar programas e projetos que fomentem o conhecimento a respeito da história das mulheres que deixaram sua marca na ciência.
“Muitas mulheres cientistas tiveram suas histórias apagadas. É importante para uma criança um adolescente ver que uma pessoa como ele conseguiu chegar num lugar alto”, concluiu.
Vida
Na procura de vida fora da Terra, os pesquisadores focam nos fatores que são essenciais para que ela exista aqui no nosso planeta, que é como se sabe que ela existe. Contudo, um grupo de pesquisadores descobriu algo a respeito de algumas estrelas pequenas que podem mudar a forma como a busca por vida extraterrestre é feita.
Eles viram que o campo magnético delas é extremamente forte, o que faz com que elas não sejam hospedeiras ideais para mundos que sejam habitáveis. O estudo feito por eles sugere que os campos magnéticos inesperados surgem em volta de estrelas pequenas e frias que começam com uma superfície e um núcleo que giram na mesma velocidade, mas que conforme o tempo vai passando, ficam fora de sincronia.
O entendido pelos astrônomos era que em estrelas com massas menores que o sol, seu magnetismo trabalhava da mesma maneira, independentemente de como elas giravam, se mais ou menos rápido. Por conta disso, teorizou-se que as estrelas pequenas tinham campos magnéticos fracos.
Contudo, através de análise de manchas estelares vistas em 136 estrelas do aglomerado Beehive, ou Messier 44, que está a 610 anos-luz de nós, os pesquisadores caracterizaram suas atividades magnéticas. Como resultado, eles viram que os campos magnéticos eram mais fortes do que o esperado.
“Estamos encontrando evidências de que existe um tipo diferente de mecanismo de dínamo que impulsiona o magnetismo dessas estrelas. A próxima coisa a fazer é verificar se o magnetismo aprimorado ocorre em uma escala muito maior. Se pudermos entender o que está acontecendo no interior dessas estrelas à medida que elas experimentam o magnetismo aprimorado, isso levará a ciência a uma nova direção”, disse Lyra Cao, líder do estudo e graduanda de astronomia.
Com essa descoberta, os rumos da procura por vida extraterrestre muda totalmente. Isso porque as atividades magnéticas fracas sugerem que as estrelas têm mais chances de hospedar exoplanetas habitáveis, contudo, o magnetismo forte que foi descoberto recentemente nas pequenas estrelas pode mudar a situação.
Até porque, normalmente, um campo magnético forte é acompanhado de taxas de radiação altas que são liberadas em torno da estrela e podem durar bilhões de anos. Então, quando essa atividade atinge os planetas, ela pode acabar com a possibilidade de que exista vida no local, já que evapora a água líquida, e impede que moléculas orgânicas complexas sejam formadas, coisas que são ingredientes principais para que a vida surja.
Fonte: CNN, Olhar digital