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O Telescópio Espacial James Webb (JWST) da NASA fez uma descoberta surpreendente ao identificar uma anã marrom, também conhecida como estrela fracassada, que aparentemente exibe auroras.
Os astrônomos estão perplexos com essa revelação, uma vez que não têm uma compreensão precisa do processo de formação desses fenômenos.
Na anã marrom denominada W1935, o James Webb detectou emissões infravermelhas de metano, semelhantes às auroras observadas em Júpiter e Saturno.
Nos planetas do Sistema Solar, essas auroras resultam do aquecimento das atmosferas causado pela descida de partículas carregadas ao longo das linhas do campo magnético, impactando as partículas atmosféricas.
A maior peculiaridade da anã marrom reside no fato de ser um enigma. Isso porque ela não possui uma estrela próxima capaz de emitir partículas carregadas que seriam necessárias para formar as auroras.
Anã marrom
Via Mega Curioso
As anãs marrons ganharam a denominação de “estrelas fracassadas” devido à sua origem semelhante à de outras estrelas. Ou seja, deriva-se do colapso de uma nuvem de poeira e gás.
No entanto, diferenciam-se por não possuírem massa suficiente para iniciar a fusão de hidrogênio em hélio em seus núcleos.
Compartilhando uma ascendência comum às estrelas convencionais, a anã marrom tende a ser encontrada frequentemente isolada. Ela também tem corpos celestes afastados das emissões de partículas carregadas provenientes de suas contrapartes mais bem-sucedidas.
Um exemplo é a W1935, e os cientistas acreditam que as auroras dessa anã marrom se originam de algum processo interno que energiza a atmosfera, proporcionando-lhe vitalidade.
Outras possibilidades incluem a hipótese de o plasma interestelar estar impactando a estrela fracassada, ou que ela pode não estar tão isolada como se pensava inicialmente.
Emissões de metano e auroras
A notável descoberta, apresentada durante a 243ª reunião da Sociedade Astronômica Americana em Nova Orleans, resultou de investigações lideradas por Jackie Faherty, astrônoma do Museu Americano de História Natural.
Essas pesquisas envolveram a análise de 12 anãs marrons com base em dados coletados pelo Telescópio Espacial James Webb.
A anã marrom denominada W1935 atraiu a atenção dos cientistas por sua notável semelhança com outra estrela fracassada sob investigação, a W2220.
Ambas as anãs marrons exibem praticamente a mesma temperatura, brilho e composição. Contudo, as observações do James Webb revelaram uma distinção que intrigou os pesquisadores: enquanto o metano na W2220 estava absorvendo luz, o metano na W1935 estava emitindo.
Percepções
Via Nasa
Ao realizar modelagens das atmosferas para compreender o motivo desse fenômeno, os astrônomos constataram que a atmosfera da W2220 resfria à medida que se eleva, ao passo que a da W1935 parece aquecer em altitudes elevadas.
A suposição é que esse mesmo processo é responsável por esse comportamento e desencadeia a ocorrência de auroras.
A inversão de temperatura se apresenta como um enigma verdadeiramente intrigante. Observamos esse tipo de fenômeno em planetas que possuem uma estrela próxima capaz de aquecer a estratosfera, mas testemunhá-lo em um objeto desprovido de uma fonte externa de calor óbvia é surpreendente.
Ben Burningham, o principal autor da pesquisa, expressou essa perspectiva em um comunicado, destacando que auroras já se associavam previamente a emissões de rádio atípicas provenientes de anãs marrons.
No entanto, esta é a primeira vez que uma emissão de metano indicativa de aurora surge em uma estrela fracassada.
Com mais observações do Telescópio Espacial James Webb, é possível obter informações adicionais sobre esse fenômeno além do nosso Sistema Solar.
Por isso, especialistas aguardam outra chance de estudar essa descoberta, e novas missões serão propostas no futuro. Os resultados devem ser divulgados oficialmente nos próximos meses, conforme o telescópio retorna informações sobre o corpo celeste.
Fonte: Olhar Digital
Imagens: Nasa, Mega Curioso
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