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”Caixão nuclear” dos EUA poderia estar vazando no oceano pacífico

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O primeiro teste nuclear do mundo aconteceu em 15 de julho de 1945. De lá para cá, 2055 outros testes já foram feitos por diversas nações ao redor do mundo. A tecnologia nuclear e a utilização dela para a criação de armas conseguem dar forma a todo potencial destrutivo da humanidade.

Os Estados Unidos e a Rússia são nomes de destaque quanto ao desenvolvimento e o envolvimento de armas e testes nucleares na História. Os testes nucleares são remanescentes da Guerra Fria, mas as consequências desses testes ainda são vistas hoje. De acordo com AFP, os resíduos radioativos da geração de uma bomba atômica da Guerra Fria, que estava presa em uma cúpula de concreto nas Ilhas Marshall, estão vazando para o oceano.

O secretário geral da ONU, Antônio Guterres, tem várias preocupações a respeito desse assunto e as expressou para os estudantes numa ocasião em Fiji. Ele descreveu o lugar como uma espécie de caixão. Ele explicou que o legado desses testes de bombas é ter que lidar com as consequências agora.

“O Pacífico foi vitimado no passado, como todos sabemos. As conseqüências disso foram bastante dramáticas. Com relação à saúde e ao envenenamento das águas em algumas áreas”, relatou ele em referência aos testes de bombas dos EUA e da França nessas águas.

Radioatividade

Milhares de ilhéus do Pacífico foram expostos a uma precipitação radioativa no decorrer dos 67 testes nucleares americanos. Eles foram feitos entre 1946 e 1958, nos atóis de Bikini e Enewetak. Na época, várias pessoas foram evacuadas de suas terras e realocadas.

Mas o que não pôde ser evitado, foi o grande dano ambiental. Em 1954, foi a vez da bomba de hidrogênio chamada de Castle Bravo mostrar a que veio. Esta foi a bomba mais poderosa já detonada pelos EUA, com uma força destrutiva mil vezes maior do que a bomba que foi lançada em Hiroshima nove anos antes.

“Acabei de estar com a presidente das Ilhas Marshall, Hilda Heine. Ela está muito preocupada porque há um risco de vazamento de materiais radioativos que estão contidos em uma espécie de caixão na área”, disse Guterres.

Esse lugar foi construído no fim dos anos 1970 em Runit Island e não era tão segura quanto se pensava na época. Na década de 1980, a cinza radioativa e o solo produziram dezenas de testes que foram despejados na cratera de concreto. E foram terminados com uma cúpula de 45 centímetros de espessura.

infelizmente, as pessoas que planejaram não pensaram a longo prazo. E, segundo o Washington Post, não alinharam a parte inferior da estrutura com os materiais necessários.

“O fundo da cúpula é exatamente o que ficou para trás com a explosão das armas nucleares. É solo permeável. Não houve esforço para alinhar. E, portanto, a água do mar está dentro da cúpula”, explicou Michael Gerrard, presidente do Instituto da Terra da Universidade de Columbia.

Exposição

Décadas de exposição ao conteúdo radioativo removeram a integridade estrutural do caixão. Dentro dessa estrutura estão partículas de plutônio-239, que é um isótopo de uma das substâncias mais tóxicas do mundo, com uma meia-vida radioativa de 24.100 anos.

Por causa disso, Guterres está preocupado com o fundo inacabado desse caixão. A preocupação é que ele esteja em contato direto com as águas do mar abaixo dele. Ele ainda se preocupa com as mudanças climáticas porque elas estão diretamente ligadas à estrutura perturbadora do atol Enewetak. Isso porque as fissuras visíveis se desenvolveram no concreto.

O homem não tem uma estratégia para lidar com isso, mas acredita que a conscientização é um passo valioso. “Muito precisa ser feito em relação às explosões que ocorreram na Polinésia Francesa e nas Ilhas Marshall. Isso está relacionado às conseqüências para a saúde, o impacto nas comunidades e outros aspectos”, disse.

“É claro que existem questões de compensação e mecanismos para permitir que esses impactos sejam minimizados”, acrescentou ele.

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