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Carmilla, a história da vampira lésbica que veio antes de Drácula

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Se você pedir a uma pessoa para citar o nome de um vampiro, certamente ela deverá falar o nome ‘Drácula’. Ou, talvez, o nome de Edward Cullen, da saga Crepúsculo, que fez muito sucesso, no final da primeira década dos anos 2000. Bom, o que muita gente não sabe é que o irlandês, Joseph Sheridan Le Fanu, já havia espalhado pelo mundo a ideia de um ser das trevas, que se alimenta do sangue dos vivos muito antes de Bram Stoker lançar Drácula – sua obra-prima de horror gótico, em 1897.

Neste caso, estamos falando do livro Carmilla, que conta a história de uma vampira lésbica que, primeiro trouxe a nós, meros mortais, o mundo sombrio dos mortos-vivos de presas afiadas. Lançado em 1871, o romance é considerado ‘a obra original’ sobre vampiros da Europa moderna. Além do mais, é, provavelmente, o primeiro conto de vampiros lésbico que o mundo teve a oportunidade de ler.

A obra de Le Fanu traz o relato em primeira pessoa de Laura, uma jovem inglesa que acaba se tornando vítima da bela e misteriosa vampira Carmilla. Tudo começa quando acontece um acidente de carruagem do lado de fora da casa da protagonista. Uma jovem, que estava na carruagem, acaba precisando de cuidados. Então, Laura e seu pai se oferecem para prestar auxílio.

Amor sangrento

A jovem é Carmilla, uma linda menina de mesma idade que Laura. De imediato, as meninas acabam se reconhecendo de um sonho que tiveram. Sonho este que ocorreu 12 anos antes do incidente com a carruagem. Tal enredo não nos parece muito similar, não é mesmo?

Sem delongas, Laura acaba sendo seduzida pela bela e sensual Carmilla. No livro, Laura a descreve precisamente.  “Sua pele era rica e brilhante; suas feições eram pequenas e lindamente formadas; seus olhos grandes, escuros e brilhantes; o cabelo dela era maravilhoso, nunca vi cabelos tão magnificamente grossos e compridos caindo sobre os ombros; Muitas vezes coloquei minhas mãos embaixo deles e ri, maravilhada, com seu peso”.

A admiração era recíproca e, em um determinado momento na obra, Carmilla descreve Laura apaixonantemente. “Era como o ardor de um amante; me envergonhava; era odioso e, no entanto, avassalador; e com olhos tristes, ela me atraiu para ela, e seus lábios quentes viajaram pela minha bochecha em beijos; e ela sussurrou, quase em soluços: ‘Você é minha, você será minha, você e eu somos uma para sempre”.

Eternidade

Embora tudo isso seja muito belo e faça os mais românticos suspirarem, é importante nos lembrarmos de que se trata de uma obra de ficção gótica de vampiros. Portanto, muitas reviravoltas aconteceram ao longo da história. Talvez, a maior delas seja que o pai de Laura, um general e um caçador de vampiros descobrem tudo sobre Carmilla e passam a persegui-la. Os eventos que acontecem na sequência desse fato são de prender o folego.

Como podemos imaginar, o romance não foi muito bem recebido. De acordo com o Atlas Obscura, “a novela foi escrita durante a Era Vitoriana, um período conhecido por suas rígidas leis morais e repressão sexual, portanto, não é de admirar que os romances de vampiros tenham se destacado. A premissa desses romances é que mesmo os corações mais puros não conseguem resistir à sedução sobrenatural. Essa ideia era extremamente atraente para a classe alta vitoriana, especialmente para as mulheres, cujos desejos sempre foram rigidamente reprimidos”.

Dessa forma, Drácula, que possuía uma narrativa heteronormativa foi mais bem recebida pelo público. Talvez, se Carmilla tivesse sido lançada no século 21, a resposta do público tivesse sido completamente diferente. Mas, nunca é tarde. Afinal, os vampiros são imortais.

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