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Casais realmente começam a se parecer um com o outro com o tempo? Estudo responde

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Um relacionamento longo só dá certo se houver uma verdadeira sintonia em quem está envolvido nele. Depois de muito tempo juntos, é preciso conseguir ver humor em situações corriqueiras e sentir segurança e conforto ao lado da outra pessoa. Um relacionamento pode ser a meta de muitas pessoas, mas até achar a pessoa certa, isso pode demorar. Mas quando se encontra, é necessário que ambos trabalhem constantemente para fazer o relacionamento dar certo.

E há muito tempo existe o ditado e a percepção que as pessoas que estão em  um relacionamento longo começam a se parecer mais um com o outro.

Essa ideia entrou na consciência do mundo em 1987, quando um estudo de psicologia foi publicado. Ele concluiu que casais que viveram juntos por 25 anos começaram a se parecer fisicamente. Isso aconteceu como resultado da sua coabitação prolongada.

Estudo antigo

O estudo foi liderado pelo já falecido psicólogo Robert Zajonc. E ele e sua equipe propuseram que essa semelhança física poderia acontecer por conta do fato de que as pessoas no decorrer da vida vão ficando tão em sincronia um com o outro que acabam imitando, inconscientemente, as expressões um do outro. Isso com o tempo pode mudar até a aparência dos seus rostos.

“Uma implicação da teoria vascular da eferência emocional é que o uso habitual da musculatura facial pode afetar permanentemente as características físicas da face. A implicação é ainda que duas pessoas que vivem juntas por um longo período de tempo, em virtude da repetida mimetização empática, se tornariam fisicamente semelhantes em suas características faciais”, sugeriram os pesquisadores.

Na literatura psicológica essa ideia está firmada até os dias de hoje. E até na cultura do dia-a-dia das pessoas com alguns dizendo que o fato foi “cientificamente comprovado”.

Nova análise

Entretanto, uma nova análise feita por pesquisadores da Universidade de Stanford, e liderada pelo estudante de PhD em engenharia elétrica Pin Pin Tea-makorn, mostra que essa confirmação realmente não existiu.

“Um olhar mais atento à literatura revela que, embora a convergência na hipótese da aparência física seja um dos princípios da ciência psicológica atual e tenha sido amplamente disseminada por meio de livros didáticos, livros e artigos importantes, ela praticamente não tem suporte empírico. O experimento de 1987, embora elegantemente desenhado, foi baseado em uma amostra extremamente pequena de 12 casais heterossexuais casados. Além disso, suas descobertas nunca foram replicadas”, escreveram os autores do novo estudo.

Investigando essa suposta convergência facial, Tea-makorn e sua co-autora, a psicóloga computacional Michal Kosinski, reformularam o experimento feito em 1987. Mas dessa vez eles pegaram uma amostra maior.

O estudo de 1987 teve apena fotos de 12 casais de quando eles se casaram e 25 anos depois. Já a nova pesquisa coletou imagens de 517 casais que foram publicadas online. Eles compararam os rostos das pessoas logo depois do casamento com imagens de 20 a 69 anos depois.

Além do seu próprio juízo, os pesquisadores tiveram a ajuda de um algoritmo de reconhecimento facial, chamado VGGFace2, para fazer as comparações. Fazendo com que o novo experimento fosse maior e com uma chance da hipótese de convergência física ser validade depois de décadas.

Resultados

Infelizmente, nada foi encontrado que sugerisse que os casais começassem a se parecer mais com o passar dos anos. Até mesmo Tea-makorn e Kosinski admitiram terem ficados surpresos com os resultados.

“Quando iniciamos este projeto, eu estava convencido de que encontraremos facilmente evidências para a convergência na aparência facial. Esta é uma daquelas teorias que todos os alunos de graduação aprendem em sua Psicologia 101″, disse Tea-makorn.

Contudo, por mais que os pesquisadores não tenham achado nenhuma evidência que sugere que os casais começam a se parecerem progressivamente, os resultados confirmaram que as pessoas parecem escolher parceiros de longo prazo que se pareçam com elas.

“Consistente com os estudos anteriores , encontramos evidências de homogamia, ou tendência dos cônjuges a ter rostos semelhantes. Os rostos dos cônjuges são semelhantes, mas não convergem com o tempo. Isso traz a aparência facial em linha com outros traços. Como interesses, personalidade, inteligência, atitudes, valores e bem-estar, que mostram semelhanças iniciais, mas não convergem com o tempo”, concluíram.

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