O streamer Casimiro Miguel, que possui um canal de transmissões esportivas, teve que desativar os comentários durante o primeiro jogo da Copa do Mundo Feminina no canal CazéTV.
Isso porque várias pessoas comentaram de maneira machista e sexista quanto à equipe feminina e as próprias jogadoras.
A partida terminou com a vitória de 1 x 0 da Nova Zelândia sobre a Noruega, ocorrida na quinta-feira, 20 de julho.
Durante o primeiro tempo do jogo, alguns espectadores escreveram comentários ofensivos no chat, como “vai lavar louça” ou “é muito desonesto uma atleta receber bem para apresentar esse espetáculo ridículo”.
Como resposta a essa situação lamentável, o chat foi desativado no início da segunda metade da partida.
A transmissão foi um sucesso, alcançando 35 mil espectadores ao mesmo tempo no canal CazéTV.
O canal de Casimiro no YouTube tem o compromisso de transmitir todos os 64 jogos da Copa do Mundo de Futebol Feminino. A Seleção Brasileira jogará pela primeira vez na próxima segunda-feira, 24. O jogo acontece às 8h contra o Panamá.
Machismo de anos
As comentaristas mulheres enfrentam inúmeras dificuldades e obstáculos devido ao machismo arraigado no mundo do futebol e na mídia esportiva em geral. No entanto, essa onda segue com força desde a Copa do Mundo de 2022.
Mas desde antes, suas vozes foram subjulgadas e substituídas por conta do preconceito e discriminação.
No entanto, à medida que a visibilidade dos grandes canais de transmissão aumentou, esperava-se uma mudança significativa.
Afinal, antes, as comentaristas mulheres eram vistas com desconfiança e eram poucas as oportunidades concedidas para compartilhar seus conhecimentos e suas análises do esporte.
Muitas vezes, eram desencorajadas a participar de coberturas de grandes eventos como a Copa do Mundo, sendo relegadas a papéis secundários ou pouco relevantes na mídia esportiva.
À medida que a luta pela igualdade de gênero ganhou força e a conscientização sobre a importância da representatividade cresceu, os grandes canais de transmissão começaram a reconhecer o valor das comentaristas mulheres.
Assim, fizeram esforços para romper as barreiras do preconceito e abrir caminho para que essas profissionais ocupem espaço.
Visibilidade
No entanto, mesmo a visibilidade proporcionada pelos grandes canais de transmissão não conseguiram quebrar totalmente o preconceito e os estereótipos.
Homens que acompanham os campeonatos por esses canais continuam ofendendo as profissionais, mesmo que desempenhem um papel de destaque.
Agora, com a Copa do Mundo Feminina, espera-se um espaço mais relevante e um posicionamento de respeito.
À medida que o torneio cresce em popularidade e reconhecimento, mais atenção as comentaristas mulheres também ganham, além de jornalistas e analistas que fazem parte da equipe.
Também é essencial que grandes nomes como Casimiro apoiem essa causa e mostrem que não toleram machismo nas transmissões.
Ainda, trazem oportunidades justas para criar um ambiente esportivo mais inclusivo e igualitário, onde a contribuição de todas as vozes, independentemente do gênero, receba valorização.
Embora o caminho para a plena igualdade ainda seja longo e casos como esse desanimem as profissionais, é importante continuar quebrando barreiras e levando representatividade na mídia esportiva.
A luta continua, mas com a presença e o sucesso das comentaristas mulheres em diferentes eventos, especialmente na Copa do Mundo Feminina.
Copa do Mundo Feminina 2023
A Copa do Mundo Feminina em 2023 acontece na Austrália e Nova Zelândia, começando nesta quinta-feira, 20 de julho e com previsão de encerrar em 20 de agosto.
O primeiro jogo foi o duelo entre Nova Zelândia e Noruega, e o chaveamento traz o Brasil na segunda-feira, dia 24.
A Copa do Mundo Feminina de 2023 será a maior em termos de participação, trazendo 32 seleções, novo formato aprovado pela FIFA.
O modelo será igual ao torneio masculino, com oito grupos de quatro países, com os dois primeiros se classificando para o mata-mata.
É possível acompanhar nas emissoras tradicionais e canais de transmissão autorizados, como a CazéTV.
Fonte: Metrópoles
Imagens: Metrópoles, Estadão
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