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Chimpanzés batem seus lábios estranhamente em ritmos parecidos com a nossa linguagem

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Os chimpanzés são os primatas do gênero Pan, da família Hominidae. Há duas espécies do gênero conhecida: os chimpanzés-comuns e os bonobos. Além do fato de serem nossos ancestrais, essas criaturas compartilham cerca de 99% de nosso DNA. E tem comportamento muitas vezes bem parecido com os da nossa espécie.

Como por exemplo, a forma como eles batem os lábios juntos em um ritmo parecido com o da nossa fala. E de acordo com um novo estudo, isso pode ser uma pista de onde os ancestrais humanos conseguiram o dom da linguagem.

A evolução da fala é um mistério para todos, e existem poucas pistas vistas em primatas não humanos. Alguns cientistas até propuseram que a fala veio de expressões faciais rítmicas e não de vocalizações de primatas.

É sabido que, independente do idioma, o ser humano abre a boca de duas a sete vezes por segundo quando estão conversando. E cada ciclo de abertura e fechamento corresponde a uma sílaba.

Por mais que os ritmos universais da fala humana e os rápidos ciclos de abertura e fechamento da boca já tenham sido encontrados nos gestos de orangotangos e macacos, essa foi a primeira vez que o ritmo é identificado nos chimpanzés.

Descoberta

Os pesquisadores compararam as gravações de quatro populações de chimpanzés, selvagens e em cativeiro. E com isso, descobriram que esses animais também produzem batidas labiais em um ritmo médio de quatro hertz.

O que essa descoberta pode nos dizer sobre a nossa evolução é bem limitado. Mas como essas batidas são um dos aspectos característicos da fala humana, a descoberta pode ajudar a fazer a conexão vocal primata com a fala humana na linha do tempo evolutiva.

Um estudo feito no ano passado descobriu que quando 2.137 gestos de chimpanzés foram classificados em grupos e a duração média foi calculada, eles obedeciam alguns dos mesmos princípios matemáticos básicos da fala humana.

A nova pesquisa foi liderada pelos pesquisadores da Universidade de St. Andrews e eles concluem que suas “descobertas apoiam a hipótese de que a fala recrutou sinais rítmicos de primatas antigos”.

“No entanto, essa possibilidade permanece como tentativa. Até que dados novos e mais detalhados sejam disponibilizados por primatas não hominídeos e hominídeos”, acrescentam.

Batidas

Por mais que as batidas labiais dos macacos e gibões sejam suspeitadamente inatas, existem evidências de que os vocais dos orangotangos são possivelmente aprendidos. E esse também poderia ser o caso dos chimpanzés. Que, geralmente fazem sons quando se preparam para começar ou prolongar a interação social.

“Em nossas próprias análises, parecia haver variação na frequência com que os chimpanzés individuais produziam batidas labiais. Com alguns nunca ou muito raramente produziam batidas labiais, apesar das horas de observação semelhantes às dos membros do grupo”, escreveram os autores.

Fazendo uma comparação entre os videos dos chimpanzés de zoológicos em Edimburgo, Reino Unido e Leipzig, Alemanha, e chimpanzés selvagens em Uganda a equipe encontrou um nível de variação na frequência das batidas labiais. E de acordo com eles, isso nunca foi relatado antes. A  variação chegava até dois hertz entre as populações.

Nos grandes símios, os ritmos mais rápidos da boca tendem a manter um ritmo constante em torno de um único hertz. Por isso, os autores pensam que a variação de frequências no bater dos lábios pode ter uma relação com fatores sociais ao invés de sinais conectados.

É claro que apenas quatro populações estudadas não são uma mostra enorme. E os pesquisadores precisarão coletar mais dados. Tanto entre os indivíduos como em populações. Para que consigam descobrir de onde surge esse ritmo, que é estranhamente parecido com a fala.

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