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China descobre evidências de água líquida em Marte

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Dentre os planetas do sistema solar, Marte foi sempre uma grande fonte de mistérios. Com o passar dos anos, as pesquisas foram ficando mais intensas e os robôs enviados para lá nos dão informações e imagens cheias de detalhes. Além disso, as tecnologias são cada vez mais aprimoradas para que mais coisas sejam descobertas.

Como essa descoberta feita pelo rover chinês Zhurong, que pousou no Planeta Vermelho em 2021. Agora, os cientistas descobriram que Marte tinha água líquida na sua superfície bem antes do que se imaginava.

O que os cientistas acreditavam era que a água existiu no planeta aproximadamente três bilhões de anos atrás, durante o período Hesperiano de Marte, e depois grande parte dela foi perdida. Contudo, esse novo estudo mostrou que a água existiu bem antes no planeta, há 700 milhões de anos, durante o atual período Amazônico.

Água

Galileu

Segundo o site Space, para o estudo os pesquisadores usaram os dados que o rover chinês capturou durante a missão Tianwen-1 em seus 92 dias em Marte na região da planície Utopia Planitia, que é a maior bacia de impacto no planeta. O estudo foi feito pelos cientistas da Academia Chinesa de Ciências junto com os da Universidade de Copenhague, na Dinamarca.

No estudo, eles estudaram três instrumentos diferentes do rover. Foram eles: o espectrômetro de ruptura induzida por laser MarSCoDe, uma câmera de microimagem telescópica e um espectrômetro infravermelho de ondas curtas. Através deles os cientistas conseguiram analisar os minerais que acabaram sugerindo a presença de água em Marte bem antes do que se imaginava.

Eles fizeram uma comparação das assinaturas que foram encontradas nas rochas de Marte com as do nosso planeta. Com isso concluíram que algumas vistas nas rochas marcianas eram minerais hidratados, ou seja, que contêm água. Além disso, eles também viram que existiam camadas duras perto da superfície do solo, que são chamadas de duricrust. E para que elas se formem é preciso uma grande quantidade de gelo derretido ou água que sobe do subterrâneo do planeta.

Na visão de Eva Scheller, cientista planetária do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, que não participou do estudo, essa descoberta foi extremamente importante porque são poucas as evidências de sistemas mais recentes de água líquida em Marte que existem. A maior parte delas são pistas no formato de sais minerais.

Detecção

Galileu

Nesse caso, o rover chinês conseguiu detectar moléculas da substância nas rochas, coisa diferente dos outros ambientes que tinham sido observados antes. “Isso significa que formas particulares de minerais contendo água teriam se formado em períodos de tempo muito posteriores do que foram considerados anteriormente em outros estudos científicos”, explicou Scheller.

Outra coisa que essas rochas sugerem é que existe a possibilidade de gelo no solo do planeta. Com isso, os astronautas que forem para Marte no futuro poderão usá-lo para várias tarefas de exploração e sobrevivência no planeta.

Marte

Além da evidência de água, o que muito se procura em Marte é a evidência de vida. Agora, para isso, há um novo modelo de inteligência artificial, que pode ser uma grande ajuda. Essa inteligência artificial foi feita a partir de referências do nosso próprio planeta para poder compreender como a vida se prolifera mesmo nos lugares inóspitos.

Essa rede neural foi feita pelos cientistas do Instituto SETI e analisou um lugar chamado Salar de Pajonales. Ele é uma bacia na fronteira entre o deserto de Atacama e o planalto do Altiplano. Esse lugar foi escolhido porque os cientistas o consideram como sendo um dos melhores análogos na Terra com o ambiente que é encontrado em Marte.

O local é pobre em oxigênio, seco e, por conta da sua grande altitude, bastante exposto aos raios UV. Mesmo assim, ele é um antigo leito de rio e onde vida pode ser encontrada em suas formações minerais.

Sabendo disso, os pesquisadores coletaram 7.765 imagens e 1.154 amostras para analisar e fazer a procura por bioassinaturas de bactérias como carotenoides e pigmentos de clorofila. As imagens simulando as imagens de Marte foram feitas por drones e os pesquisadores criaram mapas topográficos em 3D.

Tudo isso foi usado para que a inteligência artificial pudesse ser treinada para reconhecer estruturas que tivessem uma probabilidade maior de revelar bioassinaturas. Felizmente, esse treinamento deu certo. A rede neural conseguiu identificar, de forma correta, os padrões na distribuição da vida microbiana no local analisado até 87,5% das vezes.

De acordo com Freddie Kalaitzis, um dos autores do estudo, “tanto para as imagens aéreas quanto para os dados em escala centimétrica baseados no solo, o modelo demonstrou alta capacidade preditiva para a presença de materiais geológicos com forte probabilidade de conter bioassinaturas”.

Por conta de tudo isso, os pesquisadores esperam que os astrobiólogos usem o modelo feito por eles nessa procura por vida em outros planetas, principalmente Marte, porque ele tem várias características parecidas com o nosso planeta. Isso faz com que ele tenha mais probabilidade de ter bioassinaturas de vida antiga.

Fonte: Galileu,  Terra

Imagens: YouTube, Galileu

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