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A China se tornou oficialmente um episódio de Black Mirror

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Imagine todas as suas atividades e comportamentos sendo monitorados e pontuados. Assim como em um dos episódios da série de TV Black Mirror. Tudo alimenta um grande ranking nacional. Itens que variam de suas informações tributárias até o tempo em que você passa jogando videogame. Em um primeiro momento, você deve estar imaginando que isso deve ser outra peça de ficção produzida por algum canal de televisão. Porém, se trata de uma política de Estado em planejamento na China.

O governo chinês está construindo uma espécie de “sistema de crédito social”. Através do qual o comportamento do 1,3 bilhões de cidadãos serão pontuados e catalogados. Tudo em um sistema de “confiança”. O projeto ainda é um piloto, no qual participam oito companhias chinesas. Autorizadas pelo estado chinês, elas emitem suas próprias pontuações do “crédito social.” Calcula-se que até 2020, todos os chineses estarão participando do programa, obrigatoriamente.

O projeto

O Conselho de Estado chinês define o projeto como uma maneira de “forjar um ambiente na opinião pública em que a confiança será valorizada.” E eles ainda prometem que aqueles que reportarem atos de abuso de confiança serão recompensados. A base de dados reunirá informações como profissões, comportamento criminoso, erros financeiros, e até mesmo se as multas e impostos estão em dia.

Certos grupos sociais terão níveis ainda mais criteriosos de avaliação. Neste grupo estão incluídos professores, contadores, jornalistas, médicos e guias turísticos. Aqueles com pontuações baixas terão de lidar com penalidades e restrições que podem durar até uma ano. Os baixos índices de confiança podem afetar inclusive situações como qual escola seus filhos poderão estudar, empregos que o cidadão poderá se candidatar e serviços bancários que podem ser contratados.

As transgressões podem ter ocorrido na sua vida. Mas, o seu comportamento poderia afetar seus filhos e netos por décadas.” disse Rachel Botsman, autora de um livro a respeito do sistema de crédito social chinês. Até mesmo itens que os consumidores compram online serão levados em conta pelo sistema.

Alguém que joga videogame durante dez horas por dia, por exemplo, seria considerado uma pessoa ociosa. Já alguém que compra fraldas com frequência, deve ser considerado uma pessoa com sentido de responsabilidade”, disse Li Yingyun, diretor de Tecnologia da Sesame. Há aqueles que acreditam que o sistema de créditos seja algo necessário na China. O sistema poderia, segundo eles, construir uma confiança entre os cidadãos.

Por outro lado, o sistema enfrenta várias críticas, e alguns chegaram a definir o projeto como um “pesadelo”. “As autoridades do governo chinês claramente esperam criar uma realidade em que a mesquinhez burocrática possa limitar significativamente os direitos das pessoas”. Escreveu Maya Wang, pesquisadora da Human Rights Watch.

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