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Cientista brasileira cria caneta que detecta câncer durante cirurgia

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Uma cientista brasileira de 33 anos desenvolveu uma espécie de caneta que pode ajudar os cirurgiões a identificar as células tumorais em 10 segundos. O dispositivo, chamado MasSpec Pen, ainda não é perfeito, mas está se encaminhando para isso. Por enquanto, ele pode distinguir as partículas com cerca de 96% de precisão. Livia Schiavinato Eberlin é formada em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Apesar da pouca idade, já é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, e desenvolveu a pesquisa supracitada. Ela espera que a caneta seja testada em cirurgias já no ano que vem. Conheça, a partir de agora, a história da cientista brasileira cria caneta que detecta câncer durante cirurgia.

Nos Estados Unidos, Livia ganhou destaque na comunidade científica ao ser uma das personalidades selecionadas em 2018 para receber a renomada bolsa “MacArthur”. A fundação, conhecida como “bolsa dos gênios”, é destinada para profissionais com atuação decisiva no seu campo de estudo. O prêmio tem o valor de R$ 2,5 milhões e é de uso livre pelo bolsista.

Caneta que detecta câncer durante cirurgia

O dispositivo usa determinada técnica de análise química para dar resposta similar ao que um patologista daria. “A caneta tem um reservatório preenchido com água. Quando a ponta dela toca o tecido, capta moléculas que se dissolvem em água e são transportadas para um espectrômetro de massa. Equipamento esse que caracteriza a amostra como cancerosa ou não”, explica a cientista para o “Estado“.

Ainda segundo a pesquisadora, a caneta visa garantir que todo o tecido tumoral seja removido do corpo do paciente. Isso porque nem sempre é possível visualizar a olho nu o limite entre a lesão cancerosa e o tecido saudável. “Muitas vezes o tecido é retirado e analisado por um patologista ainda durante a cirurgia para confirmar se todo o tumor está sendo retirado, mas esse processo leva de 30 a 40 minutos e, enquanto isso, o paciente fica lá, exposto à anestesia e a outros riscos cirúrgicos”, ressalta. A caracterização da amostra, inclusive, é feita por meio de técnicas de inteligência artificial. “Na primeira fase da pesquisa analisamos mais de 200 amostras de tecido humano e verificamos uma precisão de identificação do câncer de 97%”. O resultado desta etapa do estudo foi publicado na revista científica Science Translational Medicine, em 2017.

O que esperar para os próximos meses?

De acordo com o portal Terra, a investigação se estendeu para mais de 800 amostras de tecido. Além disso, recentemente, obteve autorização de comitês de ética de instituições americanas para testar a técnica em humanos. “Apesar dos bons resultados em amostras de tecido, o modelo ainda precisa ser validado em testes clínicos. Se os resultados forem confirmados, ainda deve demorar de dois a três anos para a caneta ser lançada como produto”, reflete.

Eberlin e seus colaboradores já testaram a caneta em amostras de pulmão, tireoide, ovário, entre outros. Caso a técnica também se mostre eficaz para o câncer de mama, a caneta poderia ser usada para identificar se pintas ou outras lesões de pele são malignas. E o melhor: sem a necessidade de remoção de uma parte do tecido.

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