Ciência e Tecnologia

Cientistas chineses criaram 5 macacos idênticos, clonados e com DNA modificado

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A clonagem sempre foi um assunto muito debatido e pouco entendido pela maioria das pessoas. Em 2017, cientistas fizeram os primeiros primatas clonados com a técnica de transferência de núcleos e isso virou manchete no mundo todo. Agora, pesquisadores chineses foram ainda mais longe quebrando um gene regulador nos macacos antes de cloná-los.

Segundo os pesquisadores, essa clonagem de macacos modificados geneticamente tem um benefício claro para os testes médicos. Como resultado da experiência feita no Instituto de Neurociência da Academia Chinesa de Ciências, em Xangai, se obtiveram cinco macacos com exatamente os mesmos genes que foram tirados de um macaco doador. E o mais importante é que eles têm a cópia de um gene específico, o BMAL1, que foi alterado no doador.

O gene produz uma proteína que controla alguns ritmos biológicos em mamíferos. Mas, na versão alterada, essa proteína não é produzida, o que faz com que os animais tenham sintomas de distúrbios como a redução do sono e um maior movimento à noite.

Além disso, os macacos também apresentam sinais de depressão, ansiedade e um comportamento que lembra a esquizofrenia. “Desordem do ritmo circadiano pode levar a muitas doenças humanas, incluindo distúrbios do sono, diabetes mellitus, câncer e doenças neurodegenerativas”, diz o neurocientista Hung-Chun Chang.

“Nossos macacos sem o BMAL1, portanto, poderiam ser usados ​​para estudar a patogênese da doença, bem como tratamentos terapêuticos”, continua. O uso de animais com genes modificados para se entender doenças é bastante comum, e médicos fazem isso com certa regularidade em ratos, moscas e peixes.

E a criação dos clones permite que os cientistas limitem as variáveis e faz com que os efeitos mais sutis sejam percebidos, o que não aconteceria de outra maneira. E esse tipo de clonagem só foi possível recentemente.

Clones

O Instituto de Neurociência da China tinha dito que, em 2017, conseguiu clonar dois macacos de cauda longa usando a transferência de núcleo de células somáticas, que foi o mesmo processo que eles conseguiram fazer com a ovelha Dolly.

Mas algumas pessoas acham que esses avanços científicos têm o seu custo. “Macaco após macaco foi feito para viver em condições aflitivas e depois morrer depois de alguns dias”, escreveu o jornalista britânico, Chas Newkey-Burden.

Para conseguirem esses macacos, a equipe transferiu 325 embriões clonados para 65 mães de aluguel, com 16 gestações e cinco macacos nascidos. E na questão ética, a potencial angústia dos animais se equilibra com a possibilidade de tratar doenças psicológicas em humanos.

Pesquisas

Segundo alguns pesquisadores, a engenharia genética pode realmente ser uma solução. “Esta linha de pesquisa ajudará a reduzir a quantidade de macacos usados ​​atualmente em pesquisas biomédicas em todo o mundo”, diz o neurocientista Mu-ming Poo, que contribuiu tanto para a edição do macaco-macaque original, quanto para sua clonagem.

“Sem a interferência do background genético, um número muito menor de macacos clonados portadores de fenótipos de doença pode ser suficiente para testes pré-clínicos da eficácia da terapêutica”, continua.

Apenas o tempo mostrará se esses cinco macacos vão ser uma nova era de modelos de animais transgênicos ou uma linha ética que nem todos os pesquisadores estão dispostos a cruzar.

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