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Cientistas criam árvore do tempo para mostrar como as plantas com flores vieram dominar a Terra

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As plantas são a espinha dorsal de toda a vida na Terra. São um ícone essencial para o bem-estar do ser humano. Elas fornecem alimentos para quase todos os organismos terrestres, mantêm a atmosfera, produzem oxigênio e absorvem dióxido de carbono durante a fotossíntese. Por meio dos seus processos respiratórios, por exemplo, as plantas movem enormes quantidades de água do solo para a atmosfera. Além disso, criam habitats para muitos organismos.

Atualmente, as plantas com flores, também chamadas de angiospermas, representam aproximadamente quatro quintos de todas as plantas verdes do nosso planeta. Mas elas não eram presentes por bilhões de anos. Os biólogos conseguiram mapear por completo esse aumento rápido das angiospermas nos últimos 140 milhões de anos.

Esse surgimento massivo que teve como resultado as 300 mil espécies que são conhecidas atualmente foi representado em uma “árvore do tempo” de plantas com flores que foi, recentemente, publicada.

Árvore

Para conseguir chegar nessa linha do tempo, os pesquisadores juntaram a maior coleção de registros fósseis de angiospermas de todos os tempos. Ao todo, foram 238. Eles conseguiram esses registros, muitas vezes, procurando em centenas de anos de dados e traduzindo documentos dos mais variados idiomas.

“Os fósseis são as evidências mais importantes necessárias para entender essas importantes questões evolutivas nos tempos de divergência dos angiospermas. Estudos anteriores dessa natureza usaram apenas 30 a 60 registros fósseis e queríamos aumentar esse número significativamente. E estabelecer um padrão mais alto para calibração fóssil. Documentando todas as partes do processo”, disse o biólogo evolucionista, Hervé Sauquet, da Universidade de New South Wales.

Os pesquisadores também compararam sua árvore do tempo com mais de 16 milhões de pontos de dados geográficos para mostrar quais plantas estão florescendo e onde. Essa é a imagem mais abrangente das espécies que já foi feita. Ela também responde várias perguntas sobre o tempo, a localização e sobre as origens da evolução das plantas.

Para a construção da árvore foram consideradas 435 famílias de plantas com flores. O gráfico mostra as linhagens modernas que começaram a surgir aproximadamente entre 100 e 90 milhões de anos atrás. Antes mesmo de se diversificaram para a floração moderna há cerca de 66 milhões de anos. A diferença é entre a idade do caule das espécies, que é quando se originaram, e a idade de coroa, quando começou a se diversificar para as espécies conhecidas hoje.

Plantas

No gráfico de árvores, os pesquisadores puderam observar essas diferenças de tempo. Além de confirmar a ideia de que as angiospermas se originaram em ambientes tropicais. Mesmo que as florestas tropicais de hoje tenham aparecido somente recentemente na história do nosso planeta.

“Ao estimar a idade do caule e da coroa para as famílias de angiospermas, encontramos uma diferença de 37 a 56 milhões de anos entre as origens da família e o início de sua diversificação nas espécies vivas que vemos hoje. Para colocar isso em contexto, o atraso médio corresponde a cerca de um terço de toda a duração da evolução da angiosperma. Que é de pelo menos 140 milhões de anos”, explica a bióloga evolucionista Susana Magallón, da National Autonomous Universidade do México.

Entre as idades do caule e da coroa das angiospermas, os dinossauros ainda estavam andando pela Terra. Talvez por isso o domínio mundial das plantas com flores tenha sido adiado para depois da era dos dinossauros. Por isso as angiospermas são florescentes relativamente tardias entre as plantas.

Atualmente, as plantas com flores representam a principal fonte de alimento para a maioria dos organismos terrestres, incluindo os seres humanos. Em suma, quando mais se entender a respeito do processo de origem e evolução, melhor.

“Vamos ser sinceros, o planeta está ficando basicamente sem angiospermas. Em síntese, o sucesso deles é o nosso sucesso. A morte deles é a nossa morte”, concluiu o botânico evolucionista Doug Soltis, da Universidade da Flórida, que não participou do estudo.

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