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Cientistas criam braço em que o usuário pode sentir o toque dos objetos

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Algumas coisas podem parecer simples para a maioria das pessoas e podemos nem pensar nelas como um sonho. Como por exemplo, caminhar, ir ao cinema, viajar para algum lugar, ir à praia e até mesmo cumprimentar alguém ou sentir o rosto de uma pessoa querida. Mas as pessoas que, por algum motivo, perderam a mão ou um braço, por exemplo, não têm alguns desses pequenos prazeres.

E por mais que as próteses possam restaurar algumas funcionalidades para essas pessoas, elas não terão de novo o sentido do toque. Mas, agora, cientistas da Universidade de Utah afirmam ter criado uma tecnologia que possa restaurar um certo grau de sensibilidade. O invento se dirige, justamente, a essas pessoas que tiveram membros amputados.

E essa procura, para restaurar a sensação do toque, tem sido feita também em outros lugares com a criação de outras próteses. Mas segundo a equipe, as sensações que as pessoas têm ao usá-las são limitadas e imprecisas. Eles também dizem que o trabalho, desenvolvido por eles, se aproxima muito do real. É como imitar, de modo bem aproximado, a forma como nossas mãos tocam e sentem o mundo ao nosso redor.

Segundo Gregory Clark, engenheiro biomédico e neurocientista, a tecnologia usada é o resultado de uma colaboração de várias instituições e não somente da Universidade de Utah. Uma contribuição importante, feita pelos pesquisadores da universidade, foi o desenvolvimento do Utah Slanted Electrode Array (USEA). De acordo com Clark, o USEA forneceu uma interface entre uma mão protética e os nervos sensoriais e motores remanescentes do usuário em seu braço. Esses nervos e os próprios pensamentos da pessoa ajudam a operar o dispositivo.

Implante

A ligação acontece através do implante cirúrgico de centenas de eletrodos diretamente ao lado das fibras nervosas. Eles podem “gravar ou estimular pequenos subconjuntos de fibras nervosas de forma muito seletiva e razoavelmente abrangente”, disse Clark. Isso faz com que vários sinais sensoriais e motores específicos sejam recebidos e enviados de volta entre a prótese e o sistema nervoso.

“Metaforicamente, ter eletrodos dentro do nervo em vez de fora é como ter conversas íntimas e diferentes com pequenos grupos de pessoas selecionadas que você está sentado perto. Em vez de gritar do lado de fora de um estádio para que todos escutem a mesma mensagem. E ouvindo apenas um rugido distorcido da multidão em troca”, explicou.

Para testar o implante, Clark e sua equipe pediram a ajuda de Keven Walgamott, um homem que perdeu a mão e parte do braço, em um acidente aproximadamente há 15 anos. Walgamott recebeu o implante da USEA. Ele estava ligado a um braço protético avançado, que foi desenvolvido pela empresa Deka e chamado de LUKE. O nome foi uma homenagem à prótese que o personagem Luke Skywalker usa em Star Wars. E durante 14 meses, Walgamott visitou a universidade, para fazer testes com seu braço.

Sensações

Quando eles ligaram a interface, ele conseguia sentir as coisas que LUKE tocava. E também podia distinguir quando tocava uma coisa macia ou dura. Com essa sensibilidade, era mais fácil para Walgamott fazer movimentos surpreendentemente complexos. Como, por exemplo, colher uvas, levantar delicadamente uma caixa frágil ou colocar uma fronha em um travesseiro. Mas o melhor foi a reação emocional que Walgamott teve ao usar a prótese.

A equipe perguntou o que Walgamott queria fazer com a prótese, no final de uma sessão. E, segundo Clark, ele respondeu “quero unir minhas mãos”.

“E foi exatamente o que ele fez. Ele estendeu o braço, juntou as duas mãos, movendo-as e esfregando-as uma contra a outra, sentindo com a mão protética como se fosse quase real, e sentindo-se quase completo de novo, pela primeira vez em quase 15 anos”, disse Clark.

Futuro

Por mais que a prótese da equipe seja impressionante, ela ainda é uma imitação imperfeita do braço e da mão humana. Mas, mesmo sendo uma imitação mais fraca de sensibilidade, ela ainda assim seria inestimável para os pacientes.

“Ainda não podemos replicar totalmente o rico repertório de sensações e percepções da natureza. Mas podemos ir longe, o que é muito melhor do que quando não há sensação alguma”, ressaltou Clark.

Uma das coisas que a equipe quer melhorar é o design. Eles querem criar uma versão portátil da prótese, que seria usada na casa das pessoas. Também querem mudar totalmente, convertendo o uso, para que sejam feitos por meio de implantes sem fio. Isso, para ser menos pesado para o usuário e também reduzir o risco de infecção.

Para que os dispositivos estejam disponíveis para o grande público, ainda serão necessários alguns anos. Ainda assim, é um fio de esperança para que as pessoas, que perderam membros, possam sonhar em novamente ter suas sensações.

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