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Cientistas descobrem abelha metade masculina, metade feminina dividida bem no meio

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As abelhas podem não ser o bicho mais amigável e preferido das pessoas, por causa da sua dolorosa ferroada. Mas a existência dela e o que ela proporciona para o mundo são coisas, que interferem bastante em nosso cotidiano que talvez você nem saiba. A falta as abelhas pode impactar de forma drástica desde o nosso setor farmacêutico e de estética, até a nossa alimentação diária de carnes e vegetais.

Independente de qual seja o animal eles tendem a ser dimórficos, ou seja, existem os machos e as fêmeas. Mas às vezes a natureza sai um pouco da curva e acaba fazendo um animal que é uma combinação dos dois sexos e é dividido literalmente no meio.

Essa condição é chamada de ginandromorfismo. E os cientistas descobriram o primeiro ginandromórfico conhecido da sua espécie. É uma abelha noturna nativa da América Central e do Sul, a Megalopta amoenae.

Do lado esquerdo a abelha tem a fisiologia masculina. O lado tem uma mandíbula pequena e delicada, uma antena longa e a perna de trás é fina e delicada. Além de ter menos cedas. Já o lado direito tem características femininas. A antena é mais curta, a mandíbula é dentada e a perna traseira é espessa e peluda.

Esse fenômeno é conhecido e encontrado em pelo menos 140 espécies de abelhas. E também em borboletas, pássaros e crustáceos. Mas nas abelhas, ele só é visto depois que o inseto já está morto e em um museu.

Descoberta

Quando encontraram essa abelha, os pesquisadores liderados pelo entomologista Erin Krichilsky da Cornell University estavam fazendo um estudo sobre ritmos circadianos em M. amoenae. E eles estavam trabalhando com os animais vivos na floresta da iha de barro Colorado, no Panamá.

Achar a abelha foi pura sorte. E estudar esse indivíduo ginandromórfico, vai ajudar os pesquisadores a aprender muito mais sobre esses insetos.

“Esse fenômeno pode oferecer informações sobre a evolução de características morfológicas especializadas, como a morfologia masculina de linhagens de abelhas parasitas, a morfologia modificada de castas sociais de insetos e novos métodos de reprodução”, escreveram os pesquisadores.

Um estudo de 2018 conseguiu lançar uma luz em como o ginandromorfismo existe em abelhas. A determinação  do sexo na ordem de insetos que as abelhas estão incluídas é bem peculiar. Dos ovos que são fertilizado nascem fêmeas, e dos que não, machos.

Mas o estudo apontou que, se o esperma de um segundo ou até terceiro macho entrar em um óvulo já fertilizado, ele pode se dividir para produzir tecido masculino. E assim, se resulta um ginandromorfo.

Comportamento

Vários estudos se concentraram em diferentes áreas do comportamento das abelhas ginandromórficas que estavam vivas. E como a equipe já estava estudando o comportamento e interações da espécie com o ambiente, eles decidiram estudar isso no indivíduo ginandromórfico.

Eles observaram as abelhas por quatro dias e viram que elas parecem acordar mais cedo do que as abelhas machos e fêmeas. Mas os períodos de atividade de maior intensidade são mais parecidos, com o comportamento feminino.

Isso não significa muito. Mas as abelhas ginandromórficas tem uma sinalização específica para o sexo. E não conseguem integrar as duas partes.

“Mais estudos precisam ser feitos para entender melhor se existe uma diferença no ritmo circadiano com base no sexo nessa espécie. E para distinguir de que resulta o padrão de atividade desviante do ginandromorfo”, concluem os pesquisadores.

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