Saúde

Cientistas desvendam possíveis causas da solidão

0

Um estudo recentemente publicado na revista científica Frontiers of Social Psychology, na primeira semana de janeiro, desvendou possíveis origens da solidão.

Inicialmente, as pesquisas apontavam que essa sensação decorria principalmente da necessidade de pertencimento, mas o novo relatório revela uma complexidade que transcende essa explicação.

A análise mais recente direciona o foco para duas necessidades que as interações sociais ajudam a atender: a conexão com outras pessoas (envolvendo adaptação e convívio) e a autonomia para conduzir a própria vida de acordo com termos pessoais, buscando objetivos significativos individualmente.

Como se define solidão?

Via Freepik

A solidão é geralmente definida como um estado emocional que surge quando uma pessoa percebe uma discrepância entre seus desejos de conexão social e a realidade de suas relações ou situação social.

Em outras palavras, a solidão ocorre quando alguém se sente isolado, carente de relacionamentos significativos, ou experimenta uma falta de pertencimento.

Estar sozinho nem sempre significa estar em um estado de solidão. Muitas pessoas apreciam momentos de solidão e autorreflexão, encontrando nesses períodos uma oportunidade para relaxar, recarregar energia ou se envolver em atividades pessoais.

A solidão, por outro lado, surge quando a ausência de interações sociais satisfatórias causa desconforto ou angústia emocional.

É importante notar que a percepção de solidão pode variar de pessoa para pessoa, e fatores como qualidade e quantidade de conexões sociais desempenham um papel significativo.

Alguém pode se sentir solitário mesmo em meio a um grande grupo de pessoas se não houver conexões significativas, enquanto outra pessoa pode se sentir plenamente satisfeita estando sozinha por escolha própria.

Estudo

Para compreender melhor essa sensação, os pesquisadores analisaram dados irlandeses de 2009 a 2011. Uma amostra de 8.500 indivíduos, com idades entre 49 e 80 anos, proporcionou insights sobre aspectos como saúde, relacionamentos e situação financeira.

Na prática, os cientistas indagaram aos participantes do estudo sobre seus níveis de solidão, assim como sobre a qualidade de suas conexões sociais e em que medida se sentiam no controle e com escolhas em suas vidas.

Por meio desse questionário, o grupo observou que aqueles com menor nível de conexão social e autonomia apresentaram pontuações mais elevadas de solidão.

Os pesquisadores definiram que a solidão sempre foi descrita como uma lacuna na satisfação das necessidades relacionais. No entanto, os indivíduos também carecem de arbitrariedade, controle pessoal e escolha, e não atender a essa necessidade também deve impactar a solidão.

O principal órgão de saúde dos Estados Unidos, o CDC (Centers for Disease Control and Prevention), destaca que a solidão está associada ao aumento do risco de doenças cardíacas, AVCs moderados e graves, além de diabetes tipo 2, aumento dos níveis da depressão e ansiedade, com índices até mesmo de demência.

Impactos da solidão

Via Freepik

Pesquisadores já elucidaram os impactos fundamentais da solidão, não apenas no comportamento humano, mas também na saúde física.

Em 2020, devido à pandemia, estudos trouxeram à tona os efeitos do isolamento no corpo e no cérebro. Agora, neste ano, uma equipe identificou que a solidão provoca uma resposta cerebral diferenciada a estímulos.

Inicialmente, essa condição está associada a um aumento do risco de desenvolver problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade. O isolamento social prolongado pode levar a sentimentos de desesperança, tristeza e estresse, contribuindo para condições psicológicas adversas.

Além disso, estudos mostraram que a solidão pode ter impactos negativos no organismo. Pessoas que se sentem socialmente isoladas têm maior propensão a desenvolver condições como doenças cardíacas, pressão alta, distúrbios do sono e comprometimento do sistema imunológico.

O estresse crônico associado à solidão também pode desencadear respostas inflamatórias no corpo.

Ainda, os desenvolvedores dessa abordagem apontam que a sensação pode afetar a cognição e a função cerebral. Pesquisas sugerem que indivíduos solitários podem experimentar mudanças na atividade cerebral e no processamento cognitivo.

Além disso, a falta de estímulos sociais pode contribuir para o declínio cognitivo em longo prazo, especialmente em idosos.

Entender mais sobre esse sentimento e quais suas origens permitirá saber como lidar com ele e evitar mais complicações em vários grupos, especialmente aqueles mais sensíveis e debilitados.

 

Fonte: Terra

Imagens: Freepik, Freepik

Descoberta arqueológica revela alteração drástica no campo magnético da Terra

Artigo anterior

Quem são os brasileiros que votam no Oscar; veja lista com Fernanda Montenegro

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido