Cientistas detectam matéria escura ao redor de buracos negros pela primeira vez

Um novo estudo publicado na revista The Astrophysical Journal Letters sugere que buracos negros podem estar envoltos em matéria escura.

Se essa descoberta for confirmada pelas próximas observações, poderá ajudar a resolver um dos maiores mistérios do universo.

A matéria escura, que representa cerca de 85% da massa do universo, é invisível para os olhos humanos e para todos os instrumentos científicos.

No entanto, os astrônomos podem detectá-la por meio da única interação conhecida entre a matéria escura e a matéria comum: a gravidade.

Além disso, estudos recentes mostram que uma estrela de nêutrons pode se comportar como um buraco negro, e um buraco negro supermassivo pode ter “assassinado” sua própria galáxia.

Via National Geographic

Pesquisa sobre matéria escura

Pesquisadores especialistas da Universidade de Educação de Hong Kong (EdUHK) apontaram algumas estrelas diferentes em órbita de dois buracos negros. Trata-se do A0620-00 e XTE J1118+480. Eles estão diminuindo de velocidade cerca de 1 milissegundo por ano.

Essa desaceleração inesperada pode ser explicada pela presença de matéria escura ao redor dos buracos negros, que gerou um tipo de arrasto gravitacional nas estrelas.

Para comprovar essa teoria, a equipe usou um modelo de atrito dinâmico da matéria escura em uma simulação e descobriu que as estrelas nessas condições podem sofrer esse efeito.

Esse modelo prevê uma perda de energia de movimento em objetos que interagem gravitacionalmente com esse tipo de matéria misteriosa.

As taxas de perda da velocidade na simulação correspondiam às observações. Isso indica que o decaimento orbital das estrelas pode ser explicado pela presença da matéria escura ao redor dos buracos negros.

Via Revista Planeta

A descoberta é importante, pois os buracos negros são objetos extremamente densos. A matéria escura ao seu redor pode ter um impacto significativo em seu comportamento gravitacional.

Além disso, essa pesquisa pode fornecer novas informações sobre a natureza da matéria escura. No caso, representa cerca de 85% da massa do universo e ainda é um dos maiores mistérios da física.

Pioneiro

O professor associado do Departamento de Ciências e Estudos Ambientais da EdUHK, Chan Man Ho, afirmou que o estudo realizado por sua equipe é o primeiro a aplicar o “modelo de atrito dinâmico” para validar e provar a existência de matéria escura ao redor de buracos negros.

Essa descoberta é promissora para a pesquisa sobre a matéria escura, pois há muito tempo se suspeita que os buracos negros possam devorá-la, mas nunca foi possível observá-la.

Agora, os pesquisadores e entusiastas do estudo inicial pretendem localizar traços parecidos no espaço. Isso porque existem ao menos mais 18 sistemas semelhantes na nossa Via Láctea.

Esse avanço é significativo porque em estudos anteriores, os cientistas usavam raios gama e ondas gravitacionais para procurar por matéria escura perto de buracos negros. Antes, os tornava dependentes de algum evento como a fusão entre buracos negros.

No entanto, os cientistas podem apenas calcular a velocidade orbital dos corpos celestes mais aproximados para aplicar as observações em seus novos modelos matemáticos.

Via G1

Respostas

Essa nova abordagem pode fornecer informações valiosas sobre a natureza da matéria escura, que ainda é um dos maiores mistérios da física.

Além disso, a descoberta pode ajudar a entender melhor o comportamento dos buracos negros, objetos extremamente densos que exercem uma enorme atração gravitacional.

Futuramente, essa pode ser a resposta para uma série de perguntas envolvendo buracos negros e a origem do nosso universo.

Uma vez que ainda existem mistérios relacionados a esses acontecimentos espaciais, os cientistas estão positivos quanto aos avanços.

No entanto, vale lembrar que a matéria escura ainda é novidade para a maioria dos pesquisadores. Por isso, é fundamental ter atenção para o comportamento dos modelos observados.

Caso contrário, podemos perder informações valiosas sobre o comportamento de buracos negros, que se modificam com rapidez.

Fonte: Terra

Imagens: G1, Revista Planeta, National Geographic