Ciência e Tecnologia

Cientistas estão perto de observar a formação das primeiras estrelas

0

Recentemente, astrônomos conseguiram detectar a luz das primeiras estrelas do universo, que surgiram cerca de 180 milhões de anos após o Big Bang. A descoberta foi feita por meio de observações com o radiotelescópio LOFAR (Low Frequency Array), localizado nos Países Baixos.

A luz dessas primeiras estrelas, também chamadas de estrelas de primeira geração, surgiu quando o universo tinha apenas 1% de sua idade atual. Isso seria cerca de 13 bilhões de anos atrás.

Essas estrelas são as atuais responsáveis por produzir os elementos químicos mais pesados do universo, como o carbono e o oxigênio. Eles são fundamentais para a formação de planetas e de vida.

A detecção da luz das primeiras estrelas do universo é uma importante conquista para a astronomia, pois permite que os cientistas estudem melhor as condições em que essas estrelas surgiram e evoluíram.

Via Pexels

Além disso, essa descoberta também ajuda a entender como o universo evoluiu desde sua formação até os dias atuais.

Através das observações com o radiotelescópio LOFAR, os astrônomos conseguiram identificar a assinatura única do hidrogênio ionizado, que surgiu por meio da luz das primeiras estrelas.

Essa assinatura é conhecida como a linha espectral de hidrogênio Lyman-alpha, e permite que os cientistas identifiquem a presença de hidrogênio ionizado no universo.

Essa descoberta é um marco importante para a astronomia e para a compreensão do universo como um todo. Ela também pode abrir portas para novas pesquisas e descobertas sobre a origem do universo e sua evolução.

As primeiras estrelas

Segundo a teoria inicial do Big Bang, o Universo surgiu há cerca de 13,8 bilhões de anos. Durante os primeiros 400.000 anos, o Universo era composto apenas por átomos neutros de hidrogênio, sem a presença de galáxias ou estrelas.

Foi apenas quando a gravidade começou a atrair as regiões mais densas de gás em direção umas às outras que surgiram as primeiras estrelas. Este evento levou o nome de “amanhecer cósmico”.

A luz das primeiras estrelas é extremamente fraca e difícil de aparecer diretamente. No entanto, os astrônomos conseguiram detectá-la de maneira indireta, observando a mudança no comportamento do hidrogênio que preencheu o espaço entre as estrelas.

Essa mudança permitiu que o gás absorvesse radiação cósmica de fundo em micro-ondas, que é um “fóssil” da primeira luz do Universo, a um comprimento de onda de 21 centímetros.

De modo a localizar esse sinal, os cientistas se aplicaram no desenvolvimento do radiotelescópio mencionado com base no Observatório de Radio-Astronomia de Murchison, na Austrália Ocidental.

Via Pexels

A equipe conseguiu filtrar os elementos “poluentes” que poderiam confundir a detecção, como as ondas geradas pela nossa própria galáxia e pelo rádio FM.

Com surpresa, os pesquisadores foram capazes de achar o sinal previsto e confirmou que ele apresentava a frequência esperada.

Apesar de apresentar uma queda insignificante na radiação, a magnitude ainda era o dobro da prevista.

Depois de dois anos verificando se a detecção não poderia ser um efeito instrumental ou ter a interferência de algum ruído, os pesquisadores confirmaram a descoberta. Com isso, vivenciaram um momento emocionante na história da astronomia.

Matéria escura

De acordo com Rennan Barkana, cosmólogo da Universidade de Tel Aviv, em Israel, a força do sinal detectado pelos astrofísicos era bem maior do que o previsto. No entanto, sua frequência era diferente das previsões.

Barkana sugere que existem duas possíveis explicações. A princípio, houve mais radiação do que o esperado no amanhecer cósmico. Ou, por outro lado, o gás estava mais frio do que o previsto.

Ele argumenta que a última explicação faz mais sentido, e que algo deve ter causado o resfriamento desse gás.

Nesse sentido, a matéria escura se apresenta como a principal candidata para explicar o resfriamento, uma vez que outras teorias sugerem que ela era muito fria na época em que ocorreu o amanhecer cósmico.

Se a hipótese de Barkana se confirmar, é possível que a matéria escura seja mais leve do que se pensava, o que poderia ajudar a explicar por que os físicos falharam em observá-la diretamente ao longo de décadas.

 

Fonte: Veja

Imagens: Pexels, Pexels

Traços de DNA de vírus antigos podem ajudar a combater o câncer

Artigo anterior

Serviço Secreto da Casa Branca mobiliza um bebê que ‘invadiu’ o lugar

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido