Inovação

Cientistas querem usar ‘exército de baratas’ para ajudar em resgates

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Pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, desenvolveram um exército de baratas ciborgues capazes de serem controladas à distância para alcançar um alvo específico.

O propósito desse experimento é investigar se os insetos podem explorar áreas, coletar dados ambientais e até mesmo auxiliar no resgate de pessoas presas em destroços.

Segundo a New Scientist, em uma série de experimentos, os cientistas equiparam o exército de baratas com uma espécie de mochila contendo uma bateria, um pequeno sensor e uma antena para comunicação. Isso permite o controle remoto por meio de um computador central.

Essas mochilas transmitem comandos através de eletrodos posicionados em cada lado dos órgãos sensoriais das baratas, direcionando para seguir uma determinada direção.

Testes foram um sucesso

Via Globo

Os cientistas descobriram que é viável controlar simultaneamente 20 baratas ciborgues. Durante os experimentos, o software do computador central designou algumas baratas como líderes, enquanto as outras as seguiram.

Apesar de serem direcionadas para a esquerda ou direita, as baratas conseguiram subir e contornar obstáculos. Em alguns casos, algumas baratas ajudaram outras que viraram de costas, reposicionando-se corretamente.

Os pesquisadores agora planejam os próximos passos do teste, que incluem transformar caranguejos arco-íris em ciborgues também, permitindo movimentos tanto na água quanto na terra.

Segundo Hirotaka Sato, líder da equipe e professor de engenharia mecânica da Universidade Tecnológica de Nanyang, os caranguejos podem auxiliar as baratas. No entanto, ainda estão explorando essa ideia, e demanda tempo e recursos.

Por que exército de baratas?

Mas por que usar um exército de baratas? A escolha desses insetos como base para a criação de ciborgues tem fundamentos interessantes relacionados às propriedades da espécie.

Por exemplo, baratas são conhecidas por sua capacidade de sobreviver em diversos ambientes e condições adversas. Elas são resistentes a radiações, extremos de temperatura e podem sobreviver sem comida por longos períodos.

Assim, essa força se torna adequada para ambientes onde algumas formas de tecnologia poderiam falhar.

Além disso, as baratas são ágeis e têm uma habilidade impressionante de se mover rapidamente e de forma eficaz em espaços apertados. Afinal, elas podem passar por labirintos complexos e contornar obstáculos com relativa facilidade.

Isso faz delas candidatas ideais para explorar áreas de difícil acesso, como escombros após desastres. Ainda, baseia-se no formato e anatomia desses insetos para acessar os cantos mais complicados.

Ao mesmo tempo, seu corpo e sistema são relativamente simples, de modo que o exército de baratas permite criar ciborgues menos complexos para monitorar com controle remoto.

Por exemplo, os pesquisadores podem conectar os dispositivos de controle às antenas ou em outros órgãos sensoriais sem ter problemas de adaptação ou de exploração.

Na prática, são animais pequenos, discretos e fáceis de reproduzir, em comparação a outros animais maiores. Isso facilita o uso do exército nos acessos, pesquisas e monitoramento de buscas sem chamar atenção.

Via UOL

Modelos futuros

Se o exército de baratas se tornar uma missão de sucesso, os cientistas poderão entender mais sobre como fazer tecnologias animais para ajudar os seres humanos.

A proposta do caranguejo, por exemplo, seria inspirada nisso, usando a anatomia dessa espécie para ter apoio aos ciborgues originais.

Cada animal possui suas particularidades, e podem se cooperar para missões de salvamento, reconhecimento de cenário e até mesmo trabalhar em conjunto para realizar tarefas específicas, como encontrar vítimas sob escombros.

Será preciso ter mais experimentos para colocar essa tecnologia em prática antes de ir a campo, mas, mesmo com o desafio, os cientistas estão confiantes no uso desse exército para lidar com tragédias futuras, como desastres naturais, urbanos e na recuperação, com vida, das vítimas.

 

Fonte: UOL

Imagens: O Globo, UOL

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