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Cientistas se surpreendem com macacos assassinos de ratos

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Os macacos-de-cauda-de-porco, que habitam as florestas da Malásia, tornaram-se grandes aliados dos agricultores que cultivam dendê, ou óleo de palma. O motivo? Em suma, a ‘parceria’ começou graças a um hábito alimentar diferente.

Os macacos-de-cauda-de-porco passaram a invadir as áreas de plantio, para caçar e devorar ratos. À primeira vista, parece estranho. No entanto, para os agricultores locais, a presença dos primatas os ajuda a controlar a comunidade de ratos, a principal praga do dendê.

Em suma, a descoberta foi feita por uma equipe internacional de cientistas. O trabalho da equipe foi publicado na revista Current Biology. Desde 2013, a equipe de pesquisadores estuda a ecologia e o comportamento desses macacos.

De acordo com a principal autora do artigo, Anna Holzner, da Universidade de Leipzig e do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, em Leipzig (Alemanha), “ao descobrir cavidades em troncos de dendezeiros, onde os ratos procuram abrigo durante o dia, um grupo de macacos-de-cauda-de-porco pode capturar mais de 3 mil ratos por ano”.

Ainda de acordo com os pesquisadores, as visitas dos macacos às plantações podem reduzir o número de ratos em mais de 75%. Ou seja, para os envolvidos no estudo, esses primatas poderiam até substituir os produtos químicos usados ​​para matar roedores.

Equilíbrio

Analogamente, a dieta dos macacos incluía muitos frutos de dendezeiros. De acordo com o estudo, um grupo de macacos pode comer mais de 12 toneladas de frutos de dendezeiros por ano. Em contrapartida, tal quantidade representa apenas 0,56% da produção total de dendezeiros, na área a qual os macacos habitam.

Em suma, os produtores locais não são prejudicados pela presença dos primatas porque os mesmo compensam comendo ratos. Como mostra o estudo, os ratos causam perdas de cerca de 10% da produção. Portanto, esses roedores causam muito mais danos às colheitas do que os macacos.

“Fiquei surpreso quando observei pela primeira vez que os macacos se alimentam de ratos nas plantações”, disse Ruppert, coautora do texto. “Eu não esperava que caçassem esses roedores relativamente grandes ou que eles comeriam tanta carne. Eles são amplamente conhecidos como primatas frugívoros, que apenas ocasionalmente se deleitam com pequenos pássaros ou lagartos”.

Nesse ínterim, a pesquisadora se viu intrigada com o potencial papel desses primatas, no controle de pragas. Segundo sua equipe, visitas regulares a macacos-de-cauda-de-porco, nas plantações de dendezeiros da Malásia, podem reduzir os danos às culturas de 10% para menos de 3%.

Além disso, cada grupo é capaz de reduzir a população de ratos em cerca de 3.000 indivíduos a cada ano.

O óleo

O óleo de dendê, ou óleo de palma, atualmente, é usado para a fabricação de óleo de cozinha, cosméticos e até biocombustível. A palmeira cresce apenas nos trópicos, cobrindo atualmente 18,7 milhões de hectares (46 milhões de acres) de terra, em todo o mundo.

À medida que a demanda internacional cresce, promove-se também alguns impactos ecológicos. Os rodenticidas, veneno de elevada toxicidade, utilizado para exterminar ratos e roedores em geral, podem prejudicar outros animais selvagens. Os autores do novo estudo afirmam que a presença dos primatas “pode promover uma produção sustentável de óleo de palma, incluindo o uso de um controle eficiente de pragas ambientalmente amigável”.

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